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Presença de Marina Silva em Davos afirma compromisso em conectar agenda ambiental à econômica

Captar recursos financeiros para a preservação ambiental no Brasil é uma das tarefas do Brasil no Fórum, que acontece ao longo desta semana em Davos, na Suíça

18 jan 2023 - 17h27
(atualizado em 19/1/2023 às 14h00)
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A imagem mostra Marina Silva em frente a um letreiro do Fórum Econômico Mundial.
A imagem mostra Marina Silva em frente a um letreiro do Fórum Econômico Mundial.
Foto: Imagem: Reprodução/Twitter Marina Silva / Alma Preta

Uma agenda econômica alinhada ao compromisso ambiental e sustentável é a mensagem levada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao Fórum Econômico Mundial. Os ministros representam o Brasil no evento que começou na última segunda-feira (16) em Davos, na Suíça.

Ao longo dos primeiros dias de Governo Lula, uma agenda transversal para a sustentabilidade e questões climáticas, com compromissos ambientais que podem ser observados em todas as áreas, tem sido defendida pelo presidente e seus ministros.

"Marina vai ter protagonismo para reforçar a solidez da nossa democracia e para mostrar que, sem sustentabilidade, o atual modelo de desenvolvimento econômico está fadado ao fracasso", diz Giovanni Mockus, dirigente da Rede Sustentabilidade, partido da ministra, segundo informações da CNN Brasil.

No governo do presidente @LulaOficial a agenda da sustentabilidade será transversal! https://t.co/tTCC51anwF

— Marina Silva (@MarinaSilva) January 13, 2023

A ministra Marina esteve presente já no primeiro debate público organizado pelo Fórum Econômico Mundial deste ano, que teve outras participações como da presidente da Associação de Mulheres e Povos Indígenas do Chade, Hindou Oumarou Ibrahim, e do diretor administrativo do Fórum Econômico Mundial de Genebra, Alois Zwinggi. O debate público teve como título "Em Harmonia com a Natureza", para falar sobre como mobilizar ações em prol de estilos de vida climáticos mais positivos.

"A mudança climática é uma realidade inegável. Os atuais estilos de vida e práticas organizacionais precisam mudar se esperamos restaurar a saúde do planeta e proteger o bem estar das gerações atuais e futuras", pontua a descrição do evento marcado para esta segunda-feira (16), por volta das 14h30 no horário de Brasília.

No painel de abertura do evento, Marina Silva ressaltou que o novo governo está comprometido com o desmatamento zero, proteção dos povos tradicionais, democracia, sustentabilidade, além do combate à desigualdade.

"Nós podemos falar muitas coisas legais, mas se não reduzirmos o desmatamento, apenas falamos. Neste momento, vamos precisar entender que é preciso fazer em dois trilhos: é o trilho de proteger o meio ambiente, mas [também] de combater as desigualdades. O mundo é desigual. No meu país tem 120 milhões de pessoas que estão passando fome. Nós tínhamos saído do mapa da fome e agora temos 33 milhões de pessoas que estão vivendo com menos de um dólar por dia. A sustentabilidade não é só econômica, não é só ambiental, ela é também social", disse a ministra.

O Fórum Econômico Mundial (FEM) é uma organização internacional para a cooperação público-privada e envolve anualmente os principais líderes políticos, empresariais, culturais e outros líderes da sociedade para moldar as agendas globais, regionais e da indústria.

A organização foi criada em 1971 como uma fundação sem fins lucrativos e está sediada em Genebra, na Suíça. Potencializar as vantagens de uma economia globalizada e mitigar os efeitos negativos são alguns dos temas abordados pelo Fórum. O evento retorna a acontecer pela primeira vez no mês de janeiro desde 2020, depois das remarcações causadas pela pandemia de Covid-19.

Este ano, o encontro acontece ao longo desta semana, até a próxima sexta-feira (20). Sob o tema "Cooperação em um mundo fragmentado", a proposta do Fórum é encontrar soluções por meio da cooperação público-privada para enfrentar os desafios que o mundo enfrenta.

Outra agenda importante para a ministra Marina Silva cumprir no Fórum Econômico Mundial é buscar recursos financeiros para a preservação ambiental no Brasil. O Fundo Amazônia foi uma das primeiras medidas restabelecidas neste início do governo Lula

O fundo tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.

As atividades do fundo foram suspensas durante o governo de Jair Bolsonaro. Após a posse de Lula como presidente, a Alemanha e a Noruega já anunciaram que vão retomar as doações para o Fundo Amazônia e o Reino Unido avalia a possibilidade de fazer também investimentos para ele.

O Fundo Amazônia está oficialmente reestabelecido! Iremos fortalecê-lo buscando aporte de recursos dentro e fora do país. Esses aportes estarão fora do teto de gastos do Orçamento. É o Brasil saindo da humilhante condição de pária perante o mundo!

— Marina Silva (@MarinaSilva) January 13, 2023

"Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia e todos os nossos biomas, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Sabemos que essa cooperação, sob a liderança do Brasil, não afetará nossa soberania nem a integridade de nosso território. Será uma justa troca de saberes, em que receberemos e daremos ao mundo nossa contribuição no enfrentamento das grandes crises e na conquista de um novo tempo de equilíbrio, prosperidade e paz", disse Marina Silva durante a cerimônia de posse no dia 4 de janeiro.

Na última terça-feira (17), Fernando Haddad e Marina Silva participaram juntos do encontro "Brasil, um novo roteiro", para apresentarem os desafios e oportunidades econômicas, sociais e ambientais encontradas pelo novo governo empossado. Durante o encontro, os ministros Fernando Haddad e Marina Silva também afirmaram que a democracia do Brasil permanece sólida, mesmo após os ataques aos Três Poderes ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília.

Marina Silva lembrou que os ataques à democracia estão ocorrendo em várias partes do planeta e destacou a rapidez com que o Governo Federal atuou na questão das invasões ocorridas na Capital Federal.

"O governo brasileiro entende que esse é um fenômeno que não acontece apenas no Brasil. É claro que as democracias estão trabalhando muito duro para enfrentar a situação, que cria muita instabilidade, não apenas política, mas também em relação a aspectos econômicos, sociais e das políticas públicas. O importante é que fomos capazes de responder em apenas poucas horas", destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Acompanhe ao vivo minha participação no painel "Brasil: um novo roteiro" com @Haddad_Fernando no Fórum Econômico Mundial: https://t.co/7xjBkVvsEc pic.twitter.com/CMXmHKh0j1

— Marina Silva (@MarinaSilva) January 17, 2023

Além disso, os dois representantes do Brasil também falaram sobre os planos de receber a COP 30 (Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em 2025, em Belém, e sobre a realização do G-20 no país, em 2024.

"Receber a COP 30 na Amazônia é uma demonstração do comprometimento de nosso país e do nosso continente com esse tema tão importante para o mundo e também para dizer que a responsabilidade de preservá-la não é somente nossa", afirmou Marina Silva.

"Estamos começando a preparar a agenda internacional do presidente Lula, não apenas neste fórum (G-20), mas em outros, porque o Brasil também vai receber outros fóruns importantes", ressaltou Fernando Haddad.

No dia 18 de janeiro, Haddad também esteve na discussão "Liderança para América Latina", sobre como a região pode se unir para cumprir uma agenda comum voltada para o futuro. Já nesta quinta-feira (19), Marina Silva estará presente na discussão "A Amazônia em uma encruzilhada", sobre como fortalecer a colaboração e permitir que a bioeconomia da Amazônia proporcione benefícios sustentáveis.

Amazônia e clima no novo cenário nacional

Alma Preta
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