SP: trabalhadores da GM aceitam acordo para evitar demissões
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (Sindmetalsjc) aprovou em assembleia realizada na manhã desta terça-feira a proposta da General Motors do Brasil (GM) de suspender as 1.840 demissões que estavam programadas para a montadora da cidade. O acordo havia sido negociado no último sábado. Um dos pontos do documento, que inclui o layoff (suspensão de contratos de trabalho), não foi acatado pela entidade.
Com a aprovação, o acordo já está valendo. Sendo assim, na quinta-feira começam as férias coletivas, e na quarta-feira, o Programa de Demissões Voluntárias (PDV). Haverá a manutenção de 900 postos de trabalho até o dia 30 de novembro, período em que também será feito layoff para 940 funcionários, precedido de 15 dias de férias coletivas. Serão produzidos 20 carros Classic por hora e aberto um PDV para todo o complexo de São José dos Campos, com cerca de 7 mil funcionários.
O Sindicato e a GM também vão abrir negociações por 60 dias para definir como fica a situação a partir de dezembro. A entidade ressalta que não queria esse acordo, como disse o secretário geral Luiz Carlos Prates: ¿Não é o que queríamos, mas dará folego para lutar com toda nossa força pela manutenção de todos os postos de trabalho. Mas esse também não era o acordo que a GM queria, porque o objetivo da empresa era demitir imediatamente 1.840 trabalhadores".
Demissões
A GM deixou de produzir três dos quatros modelos que eram fabricados na Montagem de Veículos Automotores (MVA) de São José dos Campos: o Corsa Hatch, Meriva e Zafira, apenas foram mantidas as atividades em relação ao Classic. No entanto, na última quinta-feira a montadora anunciou que reduziria para 80 unidades por dia a produção do modelo Classic contra produção anterior de 350 veículos ao dia. Já a empresa informou ter aumentado a produção da pick-up S10, no complexo industrial. A projeção do sindicato é que haveria corte de 2 mil empregos.
Com base em estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o sindicato da categoria informou que a GM já cortou 1.189 vagas, entre julho de 2011 e junho de 2012 e que só na unidade de São José dos Campos foram eliminados 1.044 postos. Esse total, segundo a entidade, exclui os 356 trabalhadores que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária ocorrido em duas etapas, recentemente.
Na semana passada, o sindicato afirmou que caso a GM concretize a ideia de realizar uma demissão em massa, cerca de 15,5 mil empregos diretos e indiretos seriam eliminados da cidade, localizada no interior de São Paulo.
O Sindicato aprovou nesta quinta-feira o percentual de ajuste para a negociação dos salários. O índice reinvidicado será de 2,86% (5,01% de inflação mais 7,48% de aumento real).
A campanha salarial também irá abordar o aumento do piso da categoria, para um valor mais próximo a R$ 2.383,28 - valor recomendado pelo Dieese e tido como o ideal. Além disso, a liberdade de organização no local de trabalho e as cláusulas sociais (como acesso à creche, licença-paternidade) também serão discutidas.