Peugeot 208 e 2008 GT Hybrid ficam um pouco mais econômicos com sistema micro híbrido
Ligeira melhora no consumo dos dois modelos vem da adoção da tecnologia Bio-Hybrid de 12V da Stellantis, mas diferença é mínima; sistema é o mesmo dos Fiat Pulse e Fastback
Em novembro de 2024, o Jornal do Carro esteve presente no lançamento dos primeiros Fiat híbridos, os SUVs Pulse e Fastback. Agora, o sistema aos Peugeot 208 e 2008, apresentados no Rio de Janeiro. Diferente da irmã italiana, que oferece a tecnologia em duas versões de acabamento, os híbridos da Peugeot estão disponíveis somente nas versões GT, de topo de linha.
Como funciona o sistema híbrido leve da Peugeot?
O conjunto T200 tem auxílio de um "motor elétrico multifuncional", que ocupa a função de motor de partida e alternador, e fornece auxílio de torque ao motor térmico. Alimentado por duas baterias, sua fonte primária de energia vem da bateria de 12V localizada abaixo do banco do motorista. Mas o sistema também se conecta à bateria principal do carro, que é maior, com 68 Ah. Quem opera essa troca é uma central eletrônica chamada DBSM (Módulo de Transição entre Duas Baterias, em inglês).
Essa bateria menor, sob o banco, é regenerada por meio de desaceleração ou frenagem, onde o sistema híbrido leve tem capacidade de até 30% de recuperação de energia cinética, por exemplo. Assim, este "superalternador", com 3 kW de potência e 10 NM de torque (4 cv/1 mkgf), não traciona o carro. Mas ajuda o motor 1.0 turboflex em situações específicas, como saídas de sinal, ladeiras ou mesmo na partida a frio, por exemplo.
Com atuação até os 3.500 rpm, o sistema híbrido leve herdado da Fiat não altera os números de potência e torque do T200. O conjunto tem 125 cv/130 cv com gasolina e etanol, respectivamente, e torque máximo de 20,4 mkgf a 1.750 rpm, independente do combustível no tanque.
Sistema MHEV promete até 12% de economia no consumo
Com a adoção do sistema híbrido, o 208 GT registra, de acordo com o Inmetro, médias de 9,1 km/l no uso urbano e 13 km/l em rodovia quando abastecido com etanol. Com gasolina, os números passam para 9,6 km/l e 13,8 km/l, respectivamente. Já o 2008 GT apresenta consumo de 9 km/l na cidade e 13 km/l na estrada com etanol, enquanto com gasolina os índices ficam em 9,6 km/l no ciclo urbano e 13,7 km/l no rodoviário.
Durante nosso test-drive, com 25 km de duração feito entre as zonas sul e oeste do Rio de Janeiro, conseguimos médias de 10,2 km/l com o 208, e 9 km/l com o 2008. Ambos utilizavam etanol como combustível, sendo submetidos ao mesmo trajeto, com trânsito pesado e ar ligado.
Painel funciona como "econômetro" moderno, e convence o motorista a gastar menos combustível
O que ajuda na redução do consumo, realmente, é a forma como se propõe a conduzir os modelos. A novidade está, além do conjunto, na nova configuração do painel de instrumentos i-cockpit, que agora exibe gráficos mostrando em tempo real a ação do sistema MHEV. Tal como "econômetro moderno", é possível ver a bateria sendo usada ou recarregada, permitindo dosar a ação do acelerador, e colaborando para a baixa no consumo.
Ao rodar, que acusa a presença do sistema híbrido é a partida, mais silenciosa que o normal, uma cortesia do "superalternador". Tanto no hatch quanto no SUV, a condução está um pouco mais refinada, e por sua vez, silenciosa. Outro detalhe é a inclusão de sistema Start/Stop para auxiliar na redução de consumo, mas o recurso não pode ser desativado.
Contudo, o ar-condicionado, se não estiver em sua temperatura mínima, é desligado em qualquer parada, mantendo apenas a ventilação, o que pode ser incômodo em dias muitos quentes. Caso o motorista religue a refrigeração durante uma parada do carro, o ar-condicionado força o despertar do motor e mantém o conjunto ligado. O religar do motor, aliás, é suave e ocorre assim que se libera o pedal do freio.
Nos modelos híbridos, as diferenças foram mínimas. No 208, a chegada de uma antena tipo "shark" é novidade, bem como o multimídia de 10,3 polegadas vindo do 2008, agora com um touchpad e um botão físico para o volume. No SUV, a principal novidade é o emblema, que, assim como no hatch, traz os dizeres "Hybrid Turbo 200?, sinalizando a presença do sistema.
Assim como os Fiat, a tecnologia é voltada à condução urbana, e não apresenta melhoras em uso rodoviário. Por fim, o sistema faz do 208 o primeiro hatch da categoria a contar com eletrificação, e promete reduzir o consumo em até 12% (no hatch e no SUV).
Abaixo, os preços das versões GT Hybrid Turbo 200 2026:
208 GT 1.0 T200 Hybrid AT: R$ 126.990
2008 GT Hybrid T200 AT: R$ 162.990
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