Brasil sobe alíquotas de importação para carros eletrificados a partir deste mês
Montadoras chinesas se anteciparam à retomada gradual do imposto de importação
Desde ontem (1), está em vigor uma nova fase da retomada gradual do imposto de importação para veículos eletrificados no Brasil. A medida, que faz parte da política industrial estabelecida ainda em 2023, impacta diretamente os modelos elétricos a bateria (BEV), híbridos plug-in (PHEV) e híbridos plenos (HEV), com aumento nas alíquotas aplicadas sobre os veículos importados.
Com a atualização das tarifas definida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os híbridos convencionais (HEV) passaram a ser tributados em 30%, os plug-in (PHEV) em 28% e os 100% elétricos (BEV) em 25%. Essa escalada vai continuar até julho de 2026, quando todos os eletrificados importados passarão a pagar a alíquota máxima de 35%.
Chinesas tomaram atitudes antes da elevação
Apesar da elevação, o impacto imediato nos preços deve ser menos acentuado para empresas que se prepararam antecipadamente. A BYD, por exemplo, importou um lote com cerca de 7 mil veículos antes da virada da alíquota, justamente para manter os preços mais estáveis nos primeiros meses da nova cobrança.
A empresa também programou para este mês o início da montagem local de veículos em sua fábrica em Camaçari (BA), cuja inauguração ocorreu em evento realizado na última terça-feira, dia 1º.
A GWM adota estratégia semelhante. A marca dará início à montagem de seus veículos em Iracemápolis (SP) ainda neste mês, utilizando os sistemas CKD (totalmente desmontado) e SKD (semi-desmontado), que envolvem a importação de veículos desmontados ou parcialmente montados, permitindo a aplicação de tarifas reduzidas, atualmente de 16% e 18%.
Anfavea defende aplicação imediata da alíquota máxima
Essa logística industrial visa conter os efeitos da alta tributária sobre os modelos importados prontos, permitindo que os preços se mantenham minimamente competitivos no mercado brasileiro. No entanto, a decisão do governo federal tem gerado críticas.
A Anfavea, entidade que representa as montadoras no país, defende a aplicação imediata da alíquota máxima de 35% para todos os eletrificados, alegando que a medida traria maior equilíbrio entre os fabricantes instalados localmente e os importadores.
A tendência é que outras montadoras que ainda não produzem no Brasil revisem suas estratégias. Marcas como a Chery, que já têm planos de nacionalização em andamento, podem acelerar a instalação de linhas de montagem locais.
A nova política de impostos, embora vista com reservas por alguns setores, tem como meta principal fomentar a produção nacional de veículos eletrificados e consolidar uma cadeia industrial mais robusta no país. Importante destacar que os modelos fabricados no Brasil e os que já estavam em estoque antes de julho continuam isentos do novo aumento.
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