Anfavea: incentivo do governo fez o melhor junho em 10 anos
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, disse que as montadoras voltaram a brigar pelos consumidores pessoas físicas
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que o incentivo do governo na redução dos preços dos carros resultou no melhor mês de junho dos últimos 10 anos. O comentário foi feito na coletiva mensal da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Lima Leite também comentou que junho registrou 27.000 emplacamentos num único dia, o que significou o terceiro maior emplacamento diário da história do setor.
Aparentemente em lua-de-mel com o governo Lula, o presidente da Anfavea mais uma vez abriu o espaço para uma fala do vice-presidente Geraldo Alckmin, que citou os números positivos do incentivo.
Alckmin destacou que nas três primeiras semanas o programa incentivou a venda de 95 mil veículos. Os jornalistas não puderam fazer perguntas ao vice-presidente. Vários críticos afirmam que o programa não deixará “legado”, mas sim uma bolha de consumo.
A Anfavea, entretanto, gostou do programa. Segundo Márcio de Lima Leite, o incentivo do governo trouxe de volta o consumidor pessoa física ao mercado. Além disso, as montadoras voltaram a brigar pelo consumidor comum e não apenas por grandes clientes, como as locadoras de automóveis.
O presidente da Anfavea destacou ainda que junho não refletiu todo o alcance do programa de incentivo do governo à redução de preços. Segundo Lima Leite, somente nos últimos quatro dias do mês passado foram vendidos 73 mil carros. Esses emplacamentos só vão aparecer no informe de julho da Fenabrave.
Legado do incentivo do governo
"Essa medida deixa um legado importante. Nosso desejo é que fosse um programa de 12 meses, para termos tempo de adequar o setor e para que novas empresas participassem. Esse foi um programa muito voltado para os veículos de entrada, mas os segmentos médios e de maior valor também precisam de impulso", disse Márcio de Lima Leite.
"Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada", explicou Leite.
"Sem dúvida, ficou claro para todos o potencial dessa demanda reprimida por veículos zero quilômetro, algo que, esperamos, proporcione uma contínua elevação das vendas no segundo semestre, à medida em que as condições de financiamento comecem a atrair mais clientes", disse o presidente da Anfavea.
Mas os preços voltarão a subir. "É claro que agora vai haver um aumento no preço dos carros, devido ao fim do benefício fiscal", disse Lima Leite. "Mas como a gente prevê uma redução na taxa de juros, uma coisa compensa a outra. Por isso ainda não há elementos para uma revisão dos nossos números."
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