10/05/2000
E-COMMERCE INVESTE NA ESTRUTURA E NA AGILIDADE
Agência Estado
Conscientes da deficiência dos sistemas de entrega, os principais grupos financiadores de projetos de Internet já fazem investimentos pesados na logística de e-commerce. O setor deverá receber 40% do capital previsto para a Internet no Brasil este ano, de acordo com levantamento da Comexnet (Comunidade de Comércio Exterior, Transporte e Logística), entidade que congrega 4 mil empresas da área de logística na América Latina.
Segundo a entidade, dos US$ 500 milhões reservados para investimentos na Rede, US$ 100 milhões irão para a área de logística de business-to-business (venda entre empresas) e outros US$ 100 milhões para estruturação de vendas diretas ao consumidor no ano 2000.
O diretor da Comexnet Paulo Moreira ressaltou que o preço médio cobrado pelas transportadoras para a entrega de um produto é R$ 4, mas que são necessárias 70 remessas por veículo para que a empresa tenha lucro. Como na Web, o número de produtos vendidos por cliente ainda é baixo, o valor do frete permanece alto.
Maior tráfego Ainda assim, as empresas tradicionais de entrega já sentem os efeitos das vendas on-line em suas atividades. Os Correios informam que o número de pacotes transportados em 1999 saltou de 6,8 bilhões, em 1998, para 7,4 bilhões.
O tráfego criado para empresas de motoboys também cresceu. De 1998 até hoje, o número de empresas cresceu 275%, de 800 para 3 mil firmas, segundo o Setcesp (Sindicato de Transportes de Cargas de São Paulo e região). “Com a perspectiva de ampliar as atividades no e-commerce, estimamos crescimento de 15% em 2000 em nossa empresa”, disse Luís Alexandre Duarte, dono da empresa Motoforte.
Os investimentos também vão para as empresas que procuram resolver especificamente os problemas de logística em e-commerce.
É o caso do site Netenvios.com, um portal de entregas que recebeu um aporte de US$ 5 milhões em capitais da Citicorp, Merrill Lynch e Explorador, e atuará em toda a América Latina.