10/05/2000
REGRAS DE LOGÍSTICA CONVENCIONAL NÃO SE APLICAM À WEB
Agência Estado
O comércio eletrônico existe, na prática, há apenas sete anos – desde que foi criado o primeiro programa de navegação na Web, o NCSA Mosaic –, mas muitas arestas ainda precisam ser aparadas para que o serviço funcione satisfatoriamente. O e-commerce cria uma nova realidade que não é contemplada pelas estruturas de logística convencionais, usadas no comércio “do mundo real”.
Segundo Pedro Donda, presidente da Americanas.com, a Internet “transformou tudo, da venda entre empresas ao estoque e distribuição” de produtos ao consumidor. “Nas Lojas Americanas físicas, os centros de armazenamento ficam próximos ao cliente, em regiões centrais, mas na Internet isso não é preciso: a Americanas.com usa um único galpão, de 3 mil m², em Alphaville, para atender a todo o País.”
Outro problema é o alto custo da entrega, já que as rotas são sempre diferentes e, na Internet, quase todas as compras são em pequeno volume.
A Web também exige grande estoque e variedade de produtos. “No Brasil, existem dificuldades para se comprar mercadorias em pequeno volume em curto espaço de tempo. Não funciona vender um produto e mandar buscá-lo no fornecedor para entregar ao cliente. É preciso tê-lo em estoque.”
Um fator limitador do e-commerce no País é o seu sistema de distribuição. “Nos EUA, os sites compram diretamente de grandes distribuidoras”, comenta Donda. “Mas no Brasil, as distribuidoras são regionais ou segmentadas em áreas específicas. Além disso, atendem apenas a varejos de pequeno e médio portes. Não existe aqui uma gigante como a distribuidora Ingram, que permitiu que a Amazon estreasse com um estoque de 15 milhões de títulos.”Atualmente, a Americanas tem armazenados 60 mil produtos (10 mil itens diferentes) em seu galpão. Entrega na cidade de São Paulo em 24 horas, usando os serviços de várias transportadoras (conforme o tamanho do produto), entre os quais a Total Express, os Correios e a Kwikasair.