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CCXP25: Terra Game On conversou com Gustavo Steinberg, CEO da gamescom latam

Falamos com ele a respeito de sua trajetória, o mercado de games brasileiro e as perspectivas para 2026

8 dez 2025 - 10h04
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CCXP25: Terra Game On conversou com Gustavo Steinberg, CEO da gamescom latam
CCXP25: Terra Game On conversou com Gustavo Steinberg, CEO da gamescom latam
Foto: Reprodução / AvcF

O Terra Game On esteve presente na CCXP25 e tivemos a oportunidade de bater um papo com Gustavo Steinberg, CEO da gamescom latam.

Ele nos contou a respeito da evolução do evento, o mercado de games brasileiro e as perspectivas para 2026.

Terra Game On: Gustavo, muito obrigado por nos receber! Você já tem quantos anos de atuação no mercado de games? O que te fez escolher esse caminho?

Gustavo Steinberg: Já são 14 anos trabalhando com games, se considerar o Big Festival. Eu já trabalhava antes com festivais de filmes e músicas independentes, e aí resolvi organizar um de games independentes, e foi aí que o Big Festival começou. Na época tinham poucos eventos do tipo, tinha o IndieCade e o IGF, e como eu sou também produtor de cinema, eu sei da importância que os festivais têm para os Produtores de cinema, então os games me pareceram uma escolha óbvia. Eu também sou da primeira geração que nasceu com um joystick na mão, então eu me reuni com um pessoal que entende do mercado e desenvolvia e organizamos o primeiro Big Festival (em 2012). Desde então as coisas foram crescendo.

Terra Game On: E como foi para trazer a gamescom para o Brasil?

Gustavo Steinberg: Logo depois da pandemia, a gente primeiro, ficou sócio, fomos comprados pelo Omelete em 2022. E aí eu via já alguma oportunidade em relação a games, e como a Gamescom era evento com o DNA muito parecido com o nosso. Aí a gente foi lá na Alemanha, comecei a trocar uma ideia com a galera, o negócio deu match e aí a gente conseguiu fechar uma joint venture com os alemães. A gamescom latam ainda é uma empresa majoritariamente brasileira, dois terços brasileiros, um terço alemão. Então, mas a gente faz parte da família da Gamescom, que é o único evento global de games e para a gente fazia muito sentido do.de vista do desenvolvimento regional da indústria de jogos, A possibilidade de ter essa conexão com evento global e de conseguir trazer mais publishers e de conseguir dar mais atenção para a região. E aí em 2024, a gente começou a primeira, fizemos esse ano a segunda e ano que vem a terceira, que vai ser incrível.

Terra Game On: E você começou jogando em qual videogame? Teve algum jogo que te deu "um clique", te motivou a trabalhar com videogames?

Gustavo Steinberg: Ah, foi com o Atari, né? Agora, não teve um jogo em si que me motivou, o meu caminho até os games foi através dos eventos. Eu também tive poucos jogos pelos que me "viciei", uma exceção foi o Civilization, outro dia eu abri de novo e falei "não posso mergulhar de novo, não!" (risos). Mas se você falasse para o meu eu jovem, que eu ia estar trabalhando com games, eu ia achar surpreendente, divertido, legal, mas eu não imaginava nenhum momento que eu ia fazer isso no futuro. Eu como produtor de filmes independentes sei também da importância dos festivais para conectar os produtores, então o caminho com os games nesse sentido acabou sendo natural.

Terra Game On: Falando sobre games independentes, esse ano teve o lançamento de Clair Obscur: Expedition 33, um jogo independente francês que virou um sucesso fenomenal. Você acha que aqui na América Latina temos um candidato (ou candidatos) a alcançar um sucesso similar?

Gustavo Steinberg: Talvez não no mesmo nível, até porque jogos assim (como Clair Obscur: Expedition 33) não nascem do dia pra noite, mas eu acho que estamos chegando perto de ter um equivalente. Não sei dizer um candidato, mas acho que temos vários estúdios com potencial.

Terra Game On: O Brasil e o mercado brasileiro de games já passaram por muitas transformações desde que você começou a trabalhar na área. Você acha que desenvolver hoje é mais fácil que há 10 anos?

Gustavo Steinberg: Acho que hoje é mais fácil, mas não quer dizer que seja simples. É mais fácil porque hoje a galera está mais qualificada e existe um ambiente de desenvolvimento de nível alto. Hoje também tem ferramentas que tornam o processo mais simples do que era na época do Big Festival, por exemplo. Porém a distribuição está cada vez mais difícil, o grande desafio é que há uma quantidade enorme de produtos no mundo e conseguir um lugar ao sol é cada vez mais difícil por conta da competição. Parte do nosso trabalho é justamente dar um espaço para a produção independente. Claro que também conversamos com as grandes publishers, até porque eles também têm interesse pelos jogos independentes por conta do alto custo de um game AAA. Então nós damos esse espaço para quem sabe algumas pérolas possam ser descobertas e tenham a chance de brilhar mundialmente.

Terra Game On: Com relação ao público, você acha que os públicos de games e cinema estão se unindo ou você ainda vê diferenças entre os dois?

Gustavo Steinberg: Sim, tem havido uma intersecção, mas ainda acho que têm diferenças entre os dois públicos. Depende também do tipo de filme, o pessoal que se interessa por filmes e séries de games sem dúvida é similar. Na gamescom especificamente, o maior interesse do público para além dos games era anime e mangás. Mas a verdade é que os games hoje são mainstream, todo mundo assiste séries, vê filmes e joga, na medida da preferência de cada um. Como o tempo é limitado, hoje as grandes plataformas de streaming disputam o tempo e atenção das pessoas com as grandes plataformas de games. Então eu não acho que seja exatamente o mesmo público. 

Terra Game On: Antigamente videogame era atividade de nicho. Você acha que hoje jogar videogame é de fato mainstream?

Gustavo Steinberg: 80% da população joga. Se não me engano, a última estatística mostrou que a idade média do jogador brasileiro é de 32 anos, na França é de 40 anos. Então jogar videogame é uma coisa que já está incorporada na sociedade. Tanto que na Gamescom nós abandonamos a pergunta sobre o que é ser "gamer", pois muita gente joga e tem os games como parte de seu hábito de entretenimento, sem necessariamente se considerar parte de um grupo. 

Terra Game On: Para você o que seria ser "gamer"?

Gustavo Steinberg: Para mim ser gamer é, além de jogar, ostentar essa condição. Curiosamente não há um rótulo para quem assiste muitas series de TV, por exemplo, e acho que isso da palavra gamer carrega o peso que vem da época em que jogar era "coisa de esquisito", enquanto que hoje as pessoas jogam como assistem filmes no cinema e series no Netflix e Amazon, como mais uma opção cultural, não como uma coisa que as define. Nós vemos isso também na gamescom, que é um evento de games que vai além do "gamer", nós conversamos com todo mundo. 

Terra Game On: Quais são as perspectivas para as próximas gamescom latam? Nesse sentido, como atrair mais gente além do gamer tradicional?

Gustavo Steinberg: Nós temos a perspectiva de chegar a um público de 150, 160 mil pessoas, e para isso temos que conversar com todo mundo, desde o gamer raiz, do torcedor de e-sports até quem só dá uma jogada de Candy Crush. Então para isso nós temos que trazer muitos conteúdos como palestras e grandes anúncios, que infelizmente não posso adiantar, além de contar com a experiência do Omelete para atrair um público maior com atrações interessantes. O desafio é juntar isso tudo sem perder nossa raiz, nosso DNA, que é de evento de games.

Terra Game On: Para encerrar, o que podemos esperar para a gamescom latam 2026?

Gustavo Steinberg: Temos muitos coelhos na cartola, mas infelizmente não posso adiantar (risos). O que posso dizer é que começaremos a vender os ingressos em janeiro (de 2026) e lá esperamos ter alguns anúncios. Conto com a presença de vocês, creio que tenhamos um eventos que os jogadores vão curtir muito, e pra quem não conhece ainda a gamescom, o que você está esperando? Vocês terão muito o que curtir!

Fonte: Game On
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