Tempest Rising é uma grande homenagem aos RTS do passado
Título traz guerras entre facções, realidade alternativa e batalhas intensas no PC
Na segunda metade da década de 1990, enquanto os consoles viveram a ascensão dos games de luta, nos computadores foram os jogos "RTS" que brilharam. Com o auxílio do suporte ainda insuperado de teclado e mouse, games de estratégia como Warcraft e Starcraft, da Blizzard, mas também Command & Conquer da Westwood Studios (responsável por outro sucesso do gênero, Dune II) fizeram grande sucesso e se transformaram em franquias longevas.
Tempest Rising resgata agora em 2025 a sensação, a atmosfera e a mecânica de jogo típica desses jogos, ao colocar o jogador para escolher uma facção e colocar todos os seus recursos disponíveis para derrotar o inimigo.
All your base are belong to us
De cara, assim que o game inicia, Tempest Rising leva o jogador ao passado com sua sequência inicial, que utiliza vídeos e animações que simulam arquivos e reportagens antigas para contar sua história. Nela, o jogador se vê em uma realidade alternativa em que a "Crise dos mísseis de Cuba" (evento real ocorrido em 1962) terminou em desastre nuclear. O jogador então é transportado para uma 1997 ficcional em que uma nova fonte de energia, as "tempest", alimentam as máquinas de Guerra de duas facções rivais: a Global Defense Force e a Tempest Dynasty.
E aqui as semelhanças com os games mencionados acima aparecem, pois a rivalidade entre a Global Defense Force e a Tempest Dynasty é retratada de forma muito similar à dos blocos ocidental e soviético de Command & Conquer. Por sinal, o clássico da Westwood foi a grande inspiração para as cenas de preparação das missões, em que um oficial militar(geralmente bem canastrão) dá as instruções e envolve o jogador no esforço de Guerra de sua facção.
Ao iniciar a partida, porém, o jogador mais experiente rapidamente se sentirá no controle de um Starcraft versão 2025. Tanto o gerenciamento da base e seus recursos, como a construção de defesas são muito similares às do game da Blizzard - até mesmo atalhos de teclado não são muito diferentes. E as semelhanças não param por aí: até mesmo uma terceira facção, a “Veti”, faz um papel próximo ao dos “Protoss” em Starcraft.
As tropas e unidades terrestres e aéreas, assim como suas vantagens e fraquezas também são típicas. Ainda que tudo seja bastante familiar a jogadores veteranos em RTS, a Slipgate Ironworks, desenvolvedora do jogo, se preocupou em contextualizar jogadores novos com ajuda de mini-vídeos e janelas de textos. E o trabalho nesse sentido é bom, pois os tutoriais são curtos e não quebram o ritmo do jogo.
Boa também são os aspectos técnicos do jogo, tanto os gráficos quanto os sonoros. Suas arenas são bastante detalhadas e apresentam um capricho visual mesmo em detalhes que não são de grande destaque. Por exemplo, é possível ver árvores caindo para dar passagem aos tanques e veículos pesados - que também deixam rastros a depender do tipo do terreno. Marcas de explosões destroços de máquinas de guerra também ficam espalhadas após as batalhas.
Tempest Rising ainda apresenta bom desempenho mesmo em máquinas modestas, e não foi notada nenhuma lentidão ou stuttering mesmo com todos os efeitos ligados no máximo. E para quem prioriza desempenho acima de tudo, ainda há a opção de instalação com DirectX 11.
Considerações
Ao colocar em conjunto todos os elementos de Tempest Rising, o que temos como resultado é uma grande homenagem aos RTS do passado, sobretudo Starcraft e Command & Conquer (também com alguns toques de Starship Troopers). Ficou claro que a 3D Realms e a Knights Peak jogaram seguro, e entregaram uma RTS "arroz com feijão". Ou seja, não há nada de novo ou diferente em Tempest Rising, mas o que ele entrega é bem-feito e remete de forma competente aos clássicos que ele homenageia.
Tempest Rising já está disponível para PC.
Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela 3D Realms.