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Little Nightmares III mantém o clima sombrio da série, mas tropeça em falhas técnicas

A nova entrada da franquia preserva o tom macabro e a beleza visual dos jogos anteriores, mas sofre com problemas

20 out 2025 - 09h59
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Little Nightmares III mantém o clima sombrio da série, mas tropeça em falhas técnicas
Little Nightmares III mantém o clima sombrio da série, mas tropeça em falhas técnicas
Foto: Reprodução / Bandai Namco

Desde seu primeiro lançamento, Little Nightmares se destacou como uma experiência única ao misturar o macabro e o fantasioso sob a perspectiva de personagens infantis. Essa combinação de inocência e horror se tornou a marca registrada da série, conquistando jogadores com seu visual perturbador e atmosfera de conto de fadas distorcido.

Agora, com Little Nightmares III, a franquia entra em uma nova fase sob a responsabilidade da Supermassive Games, estúdio conhecido por seus jogos cinematográficos de escolha e consequência. É uma mudança ousada, que desperta curiosidade e também desconfiança: será que o estúdio conseguirá capturar a mesma essência inquietante dos títulos anteriores ou veremos uma tentativa que se apoia apenas no peso do nome?

Pequenos pesadelos 

Em Little Nightmares III, acompanhamos a mórbida vida de Low e Alone, dois amigos presos em um universo conhecido como Espiral. Mais uma vez, enxergamos esse mundo perturbador pelos olhos de uma criança, tentando escapar de um lugar onde o perigo está em todos os cantos e até o som pode ser um inimigo.

Inicialmente, fiquei com um pé atrás ao saber que a Supermassive Games assumiria o controle da franquia, já que os títulos anteriores estavam sob responsabilidade da Tarsier Studios. No entanto, o trabalho do estúdio por trás de Until Dawn e The Dark Pictures Anthology me surpreendeu positivamente. 

Eles fizeram basicamente o arroz com feijão conhecido da série, mas souberam temperar bem. Os personagens continuam sem falas, mas suas ações e o mundo ao redor dizem tudo o que precisam. A amizade entre Low e Alone é um dos pontos mais fortes do jogo, transmitindo com clareza a ideia de parceria e confiança que move os dois em meio ao caos.

Os momentos de fuga continuam bons nesta nova entrada da franquia
Os momentos de fuga continuam bons nesta nova entrada da franquia
Foto: Reprodução / Matheus Santana

A jogabilidade em si é praticamente a mesma vista nos dois jogos anteriores. Como novidade nesta nova entrada da franquia, os personagens podem equipar um tipo de dente de leão que funciona como guarda-chuva, permitindo alcançar locais mais altos quando há uma corrente de ar visível. No entanto, a grande adição fica por conta das armas.

O jogo não se tornou exatamente mais voltado à ação por causa disso, já que essas armas servem principalmente para resolver quebra-cabeças. O arco de Low, por exemplo, permite disparar flechas em cordas para ativar mecanismos, enquanto a chave de fenda de Alone é usada para abrir passagens ou girar estruturas que estão sem manivela. Existem até algumas sequências de combate rápidas, mas dependendo do personagem, elas não funcionam tão bem. Jogando com Low, por exemplo, usar o arco pode ser frustrante, já que não há uma forma precisa de mirar, deixando essa tarefa nas mãos do jogo.

Um dos pontos que mais me incomodou foi a quantidade de problemas técnicos. No segundo jogo, ter dois personagens funcionava bem e não era incômodo. Aqui, no entanto, a implementação deixou a desejar, principalmente porque optei em jogar solo, e não de forma cooperativa. Em diversos momentos, Alone, que foi a personagem secundária na minha campanha, não executava as ações que eu ordenava, mesmo após chamá-la. Em batalhas contra hordas de inimigos, por exemplo, quando Low derrubava um deles para que ela finalizasse, a ação simplesmente não acontecia. A inteligência artificial dela variava bastante, funcionando bem em alguns momentos e agindo como se o controle tivesse sido largado em outros.

Há uma boa variedade de cenários presente no terceiro jogo
Há uma boa variedade de cenários presente no terceiro jogo
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Esses problemas também aparecem nas sessões em que é preciso empurrar caixas para alcançar lugares mais altos. Logo no início, precisei reiniciar o checkpoint algumas vezes porque Low não fazia a animação de empurrar a caixa. Depois de insistir, percebi que o avanço só era possível quando Alone saía de uma posição específica. Quando consegui colocá-la no ponto certo, a animação finalmente completou e pude prosseguir. É claro que esses erros podem ser corrigidos com atualizações futuras, mas, até o momento, ainda estão presentes.

Apesar dos problemas técnicos, há pontos positivos além dos protagonistas e da trama. A direção de arte continua um verdadeiro deleite visual. Confesso que estava receoso de a Supermassive não conseguir replicar o estilo dos dois primeiros jogos, mas, felizmente, eu estava enganado.

O visual é um dos melhores da série, especialmente nas partes com bonecas de bebês gigantes que paralisam o jogador instantaneamente, lembrando o mito da Medusa. Os cenários são impressionantes, e o trabalho de iluminação e sombreamento continua impecável, principalmente nos consoles da geração atual. Já o design de som e a trilha sonora merecem destaque, evocando a atmosfera de uma animação sombria e cativante.

Considerações

Little Nightmares III - Nota 7,5
Little Nightmares III - Nota 7,5
Foto: Divulgação / Game On

Little Nightmares III é um retorno satisfatório ao pesadelo. A Supermassive conseguiu preservar a essência da série, mantendo o clima opressivo e a narrativa silenciosa que tanto definem sua identidade. No entanto, os tropeços técnicos e a IA inconsistente da personagem parceira acabam quebrando parte da imersão. Apesar disso, o resultado final ainda é positivo, com direção de arte e ambientação que continuam impecáveis, mostrando que o terror de Little Nightmares ainda tem fôlego, precisando apenas de um pouco mais de polimento para brilhar como antes.

Little Nightmares III esta disponivel para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Switch 2, Xbox One e Xbox Series.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Bandai Namco.

Fonte: Game On
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