Kirby Air Riders voa rasante no Nintendo Switch 2
O universo de Kirby parte para a corrida com inspiração de Super Smash Bros.
Conhecido por seus games de plataforma, Kirby se une a Mario e Donkey Kong como mais um mascote da Nintendo a estrelar um título de corrida. Desde sua estréia no Game Boy em 1992, a bolota rosa já havia aparecido em jogos de golfe, pinball e quebra-cabeça por várias plataformas da Nintendo. Foi no GameCube em 2003, com Kirby Air Ride, que o personagem mostrou mais uma de suas inúmeras habilidades: a de piloto de corridas.
Sempre sob a batuta de Masahiro Sakurai, criador do personagem e principal designer dos primeiros games, Kirby Air Ride uniu o universo e algumas das mecânicas dos jogos principais ao conceito de corridas competitivas.
Super Smash Racing
22 anos depois, agora no Nintendo Switch 2, Kirby Air Riders une as corridas de seu antecessor com uma estrutura que lembra muito a de outro game bastante conhecido de Masahiro Sakurai: Super Smash Bros. Quem conhece a franquia de luta dos personagens Nintendo está em casa em Kirby Air Riders: os visuais e método de navegação dos menus, a forma como o game recompensa o jogador a cada partida, a quantidade colossal de bônus dos mais diversos tipos; até começar as corridas em si, tudo em Kirby Air Riders remete a Super Smash Bros.
O que pode parecer falta de imaginação à primeira vista, se mostra, porém, um método para familiarizar sobretudo os jogadores que começaram a conhecer os games Nintendo através do Nintendo Switch - e que talvez não conheçam também os games mais antigos de Kirby. Já para jogadores veteranos, Kirby Air Riders também remete a Kid Icarus Uprising (também dirigido por Sakurai), em sua interface de usuário.
Outra semelhança de Kirby Air Riders com Smash Bros se dá por seu modo campanha, chamado de Pé na Estrada, que serve para tentar justificar o universo de corridas presente no jogo, e assim como em Smash Bros, também é estruturado por uma sequência de desafios de dificuldade crescente.
A história em si, apresentada por várias sequências animadas, é absolutamente banal, e dificilmente vai manter a atenção dos jogadores, mas ao menos o modo campanha recompensa a progressão do jogador com vários personagens e veículos extras (chamados de "máquinas"). Para além desses bônus de maior destaque, Kirby Air Riders é generoso nos presentes, e o jogador ganha alguma coisa praticamente a cada jogada.
O autorama de Kirby
Logo que se inicia o game, Kirby Air Riders propõe um "modo auto-escola", ou seja, um tutorial em várias partes para familiarizar o jogador aos controles e ao esquema de corrida do game. Apesar de um tanto longo, o modo se faz necessário devido ao jeito diferente para controlar os pilotos e suas máquinas. Aqui, a aceleração e avançar são automáticos, cabendo ao jogador dominar a forma de frear e ganhar turbos no tempo certo. O jogador também tem que se acostumar em sugar os inimigos e usar suas habilidades para atacar os oponentes e ganhar suas posições, além de encher uma barra de especial que dispara um ataque poderoso que pode detonar vários concorrentes.
O único ponto negativo dos controles foi a escolha de mover o analógico da esquerda para a direita como forma de fazer um giro que serve de ataque básico. Além de ser uma ação contraintuitiva (um botão seria muito mais simples), o fato do jogo contar com curvas fechadas e viradas rápidas faz com que o giro seja ruim de aplicar e nem sempre seja registrado pelo controle.
Todo esse processo é um tanto estranho e difícil de se acostumar nas primeiras jogadas, especialmente pela alta velocidade e pelo ritmo intenso das corridas tradicionais, chamadas pelo jogo de Rali Rasante.
Os vários efeitos de luz e transformações visuais que ocorrem durante as corridas também contribuem para causar uma confusão, e certamente muitos jogadores terminarão as primeiras corridas sem entender direito o que aconteceu. Mas uma vez dominados os controles, Kirby Air Riders entrega corridas bastante divertidas e disputadas, ainda que um tanto curtas.
O jogador ainda tem a disposição mais dois modos: A Vista Aérea, cuja visão e controles se assemelham a um autorama (e lembram alguns games antigos como Super Off-Road), e a Prova Urbana, uma arena tridimensional que em vez de corridas, propõe enfrentamentos entre vários corredores, e terminou sendo o modo menos atrativo dos três principais.
Kirby e os demais personagens se diferenciam apenas pelo ataque especial de cada um, o que faz com que a escolha da máquina seja mais importante para as corridas, devido às diferenças de atributos como recuperação em curvas ou velocidade de vôo. Ainda assim, essas diferenças não são significativas, e nenhuma máquina é muito diferente de outra, nem leva vantagem ou desvantagem em relação aos pilotos. As muitas opções de customização também se resumem a serem apenas estéticas.
Considerações
Como mencionado acima, Kirby Air Riders é um deslumbre audiovisual. Graficamente é um game muito caprichado, com pistas e corredores muito bem animados e bastante detalhados. O capricho e o cuidado com a representação do universo Kirby é bastante evidente em todos os modos, com tudo rodando bem e sem quedas na taxa de quadros por segundo. Outro destaque é a trilha sonora, que contém várias faixas orquestradas e consegue cativar as corridas tanto com remixes de temas típicos dos games de Kirby, quanto em várias composições novas. Vale destacar também que o game foi inteiramente traduzido e dublado para o português brasileiro.
Apesar de suas corridas serem um tanto curtas e o modo Prova Urbana ser pouco interessante, Kirby Air Riders se mostra mais uma ótima opção de corrida nesse início de vida do Switch 2. Há bastante conteúdo para ser desbloqueado, e o fato de todos os modos contarem com partidas online, ajuda a alongar a duração do game.
Kirby Air Riders já está disponível para Switch 2.
Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nintendo.
