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Dragon Quest I & II HD-2D Remake traz o renascimento de duas lendas do RPG

Clássicos dos anos 80 ganham nova vida, combinando nostalgia e experiência moderna

29 out 2025 - 11h59
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Dragon Quest I & II HD-2D Remake – O renascimento de duas lendas do RPG
Dragon Quest I & II HD-2D Remake – O renascimento de duas lendas do RPG
Foto: Divulgação/Square Enix

Os clássicos que deram origem a uma das franquias mais influentes da história dos RPGs japoneses estão de volta — mais belos, acessíveis e cheios de novidades.

Se você aprecia JRPGs como Final Fantasy, Pokémon, Persona ou Chrono Trigger, saiba que boa parte do DNA deles vem de Dragon Quest. Criada por Yuji Horii, com arte de Akira Toriyama e trilha sonora de Koichi Sugiyama, a série estabeleceu as bases do gênero quando fez sua estreia em 1986.

Agora, a Square Enix revisita suas origens com Dragon Quest I & II HD-2D Remake, que reúne os dois primeiros jogos da saga em um único pacote, modernizando cada detalhe — mas sem perder o charme dos anos 80.

Um retorno em HD-2D digno da lenda

Assim como em Octopath Traveler e Dragon Quest III HD-2D Remake, lançado no ano passado, a técnica “HD-2D” dá nova vida aos sprites clássicos em ambientes tridimensionais, com iluminação e texturas modernas. O resultado é uma fusão entre nostalgia e sofisticação — pixel art refinada, efeitos de luz e sombra dinâmicos, profundidade de campo e um mundo que parece um diorama encantado.

As ilustrações icônicas de Akira Toriyama, agora animadas com mais fluidez e detalhe, brilham especialmente nas batalhas. Monstros icônicos como Slimes, Drackies e Golems exibem expressões e movimentos sutis que adicionam personalidade e humor. As vilas, cavernas e templos — que antes eram simples blocos coloridos — agora transbordam vida, com reflexos na água, luzes mágicas e uma atmosfera vibrante.

A trilha sonora orquestrada, regravada para o remake, é outro destaque. Os temas clássicos de aventura e vitória ecoam com força, mantendo a identidade musical da série, mas com arranjos modernos que emocionam tanto veteranos quanto novos jogadores.

A origem da aventura

Apesar de conectadas, as narrativas de Dragon Quest I & II funcionam perfeitamente de forma independente
Apesar de conectadas, as narrativas de Dragon Quest I & II funcionam perfeitamente de forma independente
Foto: Reprodução

Enquanto o primeiro Dragon Quest acompanha a jornada solitária do lendário herói descendente de Erdrick — uma figura mítica encarregada de salvar o reino de Alefgard —, o segundo capítulo expande o universo e apresenta um grupo de herdeiros reais enfrentando uma ameaça ainda maior.

Essa sequência direta reforça a sensação de progressão e escala: Dragon Quest I é uma aventura intimista e desbravadora; Dragon Quest II é mais épico, com múltiplos reinos, viagens marítimas e confrontos colossais. O remake faz um excelente trabalho em conectar as duas narrativas, inserindo novos diálogos e pequenas cenas que amarram melhor a “Trilogia de Erdrick”, que se completa com o já lançado Dragon Quest III HD-2D Remake - e com uma aventura ambientada antes de Dragon Quest I & II.

Mesmo que você não tenha jogado o título lançado em 2024, não há motivo para preocupação. As histórias de Dragon Quest I & II funcionam perfeitamente de forma independente — há apenas pequenas referências ao jogo anterior, mas nada que impeça você de aproveitar cada aventura por conta própria.

Modernizações que fazem diferença

Os belíssimos design artísticos de Akira Toriyama ganham nova vida no remake
Os belíssimos design artísticos de Akira Toriyama ganham nova vida no remake
Foto: Reprodução

As melhorias de qualidade de vida em Dragon Quest I & II HD-2D Remake se fazem notar já nos primeiros minutos de jogo, deixando claro que esta não é apenas uma simples atualização visual. O remake busca equilibrar a fidelidade ao material original com um conjunto de ajustes que tornam a experiência mais acessível e fluida, sem comprometer o charme retrô que define a franquia.

O sistema de salvamento automático, por exemplo, elimina a frustração de perder progresso após uma derrota inesperada — algo comum nas versões originais. A interface apesar de manter o estilo retrô, é mais intuitiva, elegante e responsiva, facilitando o gerenciamento de inventário, magias e equipamentos. Já o novo mapa, além de visualmente mais limpo, traz marcações opcionais e uma navegação mais amigável, ajudando o jogador a se orientar sem tirar a sensação de descoberta que sempre foi marca registrada da série.

As batalhas, embora ainda baseadas em turnos, ganharam um ritmo mais fluido. As animações estão mais dinâmicas, e o tempo de resposta entre os comandos foi reduzido, tornando os confrontos mais envolventes e menos mecânicos. O sistema clássico de combate permanece intacto, mas a apresentação mais cinematográfica — com efeitos de iluminação, animações de feitiços e transições suaves — faz tudo parecer mais vivo e moderno.

As viagens marítimas de DQ II receberam uma das reformas mais ambiciosas do remake
As viagens marítimas de DQ II receberam uma das reformas mais ambiciosas do remake
Foto: Reprodução

Em Dragon Quest II, as viagens marítimas receberam uma das reformas mais ambiciosas do remake. O barco agora permite explorar regiões submersas, revelando cidades perdidas, inimigos marinhos e tesouros escondidos nas profundezas do oceano. Essa expansão marítima não apenas renova o senso de aventura, mas também amplia a dimensão do mundo, oferecendo novas oportunidades de exploração e combate. Além disso, novas dungeons, chefes inéditos e histórias paralelas foram incluídos, enriquecendo o lore e oferecendo desafios adicionais para quem deseja ir além da campanha principal.

Outro destaque é o sistema de “scrolls” e “sigils”, que introduz uma camada de customização de habilidades e magias inédita na série original. Agora, é possível moldar o desenvolvimento dos heróis de maneira mais estratégica, investindo em magias específicas, atributos ou melhorias de status que se ajustam ao estilo de cada jogador. Essa mecânica traz um senso de progressão mais pessoal e recompensador, incentivando o retorno às batalhas para testar novas combinações e táticas.

Em conjunto, essas modernizações fazem com que Dragon Quest I & II HD-2D Remake vá muito além de uma simples homenagem. É uma reinterpretação cuidadosa, que respeita o legado dos clássicos de 8 bits, mas os aprimora com ideias contemporâneas. Um equilíbrio quase artesanal entre nostalgia e inovação — o suficiente para agradar tanto os veteranos que cresceram com a série quanto uma nova geração de aventureiros que a está descobrindo pela primeira vez.

Entre tradição e renovação

Os menus quadrados retornam diretamente do túnel do tempo dos anos 80
Os menus quadrados retornam diretamente do túnel do tempo dos anos 80
Foto: Reprodução

Apesar das diversas melhorias gráficas, narrativas e de interface, Dragon Quest I & II HD-2D Remake continua sendo, em essência, uma experiência de ritmo clássico — e isso é proposital. Os combates seguem o tradicional esquema por turnos, os menus mantêm aquela estrutura “quadrada” que remete aos anos 80, e o foco permanece na exploração metódica de vilas, castelos e masmorras. Não há batalhas em tempo real, tampouco sistemas de ação frenética. O objetivo aqui é preservar o espírito da era 8-bits, entregando uma jornada que respeita as origens do gênero, mas com o conforto e a fluidez de um título moderno.

Essa decisão pode causar estranhamento em jogadores acostumados a RPGs contemporâneos repletos de efeitos, dublagem cinematográfica e combates dinâmicos, e que podem achar o jogo "lento" e "antiquado". Dragon Quest I & II aposta em outro tipo de imersão — aquela que nasce do planejamento cuidadoso de cada ataque, do prazer de se perder em um mapa, ou da satisfação de encontrar um item raro após uma batalha difícil. O ritmo é mais calmo, quase meditativo, e convida o jogador a saborear a jornada, em vez de apenas correr até o final.

Mas isso não significa que o jogo esteja preso ao passado. Pelo contrário: o remake introduz mecânicas modernas que tornam a experiência mais fluida e acolhedora. O novo sistema de marcações de missão indica de forma sutil o próximo objetivo, sem eliminar a liberdade de exploração que sempre caracterizou a série. Já o mapa redesenhado é mais legível e funcional, facilitando a navegação entre as regiões e reduzindo frustrações típicas dos jogos originais.

Essas melhorias criam um equilíbrio raro — o jogo permanece fiel à sua essência, mas sem abrir mão da conveniência que o público atual espera. É um verdadeiro encontro entre gerações: o passado, reimaginado com carinho, se adapta ao presente sem perder sua alma. Para os veteranos, é um reencontro nostálgico. Para os novatos, é a chance de entender por que Dragon Quest se tornou sinônimo de tradição no mundo dos RPGs.

Rogo-vos, bom senhor, buscais a relíquia sagrada de outrora?

Sem localização para o português, os diálogos cheios de sotaques podem ser pesados para quem não domina o inglês
Sem localização para o português, os diálogos cheios de sotaques podem ser pesados para quem não domina o inglês
Foto: Reprodução

Apesar de todo o cuidado da Square Enix em modernizar Dragon Quest I & II HD-2D Remake, o jogo não está livre de alguns deslizes. Um dos pontos mais decepcionantes é a ausência de localização em português brasileiro. Para uma série tão icônica e influente, que vem conquistando novos públicos fora do Japão, deixar de incluir legendas em português limita o acesso e a compreensão da história para muitos jogadores. Em um título que valoriza diálogos, humor e nomes peculiares de monstros e habilidades, essa barreira linguística pode afastar novatos e prejudicar a imersão até de fãs mais experientes.

Outro problema está na escolha e no estilo dos diálogos em inglês, que já aconteceu anteriormente na série, que envolvem vários dialetos e sotaques britânicos, trocadilhos e outros artifícios para representar diferentes regiões e culturas do mundo do jogo. Embora essa escolha tenha sido feita para dar um certo charme ao jogo, o resultado pode ser confuso até mesmo para quem domina o idioma. Termos incomuns, construções gramaticais antigas e regionalismos exagerados tornam a leitura cansativa e, em alguns momentos, de difícil compreensão.

Para quem não entende bem inglês, essa barreira se torna ainda maior — e sem a opção de legendas em português, muitos detalhes da narrativa, do humor e da personalidade dos personagens acabam se perdendo completamente.

Além disso, alguns aspectos técnicos e de balanceamento poderiam ter recebido mais atenção. Há momentos, incluindo alguns inimigos e chefões, em que o nível de dificuldade sofre picos repentinos, forçando o jogador a investir tempo em grind para evoluir — uma prática que já não agrada a muitos nos dias atuais.

Considerações

Dragon Quest I & II HD-2D Remake - Nota 9
Dragon Quest I & II HD-2D Remake - Nota 9
Foto: Divulgação / Game On

Revisitar Dragon Quest I e II é rever o nascimento do RPG japonês. É entender de onde vieram tantas convenções do gênero, como a vila inicial, o herói escolhido, o castelo ameaçado, o vilão lendário e o sentimento de começar uma jornada que parece simples, mas cresce em proporção e significado a cada passo.

As melhorias gráficas e sonoras, o conteúdo expandido e as conveniências modernas fazem dele a melhor forma de você (re)descobrir duas joias fundamentais da história dos RPGs nos videogames. Para os fãs, é uma carta de amor. Para novatos, é uma excelente porta de entrada para um universo lendário.

Dragon Quest I & II HD-2D Remake chega em 30 de outubro para PC, PlayStation 5, Switch, Switch 2 e Xbox Series.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Square Enix.

Fonte: Game On
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