PUBLICIDADE

Rever o Brasil na Copa de 82 é entrar no túnel do tempo

Sportv presta um favor às velhas e novas gerações ao mostrar o time brasileiro que encantou na Espanha

8 abr 2020 - 12h38
Compartilhar
Exibir comentários

A tragédia de Sarriá. Quase trinta e oito anos depois ainda é difícil acreditar que aquela Seleção de Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Leandro, Éder e Cerezo perdeu para a Itália no dia  5 de julho de 1982. Ontem, o Sportv passou a mostrar os  jogos do Brasil naquela Copa e como foi bom rever a dificil vitória sobre a União Soviética, de virada, por dois a um, com golaços de Sócrates e Éder. Foi uma viagem no túnel do tempo, quando ainda era adolescente e chorei pela última vez por causa do futebol, após a derrota para a Itália.

Falcão comemora o gol de empate contra a Itália na Copa de 82 (Foto: Bob Thomas)
Falcão comemora o gol de empate contra a Itália na Copa de 82 (Foto: Bob Thomas)
Foto: LANCE!

Em 2012, o jornalista e amigo Marcelo Mora escreveu o livro Telê e a Copa 82: "Da arte à tragédia" , um relato minucioso do que aquela Seleção representou para toda uma geração e para todos os amantes do futebol arte. Tive o prazer de escrever o prefácio do livro, que reproduzo abaixo.

Leiam o livro do Mora, vejam ou revejam os jogos daquele time de 82 e façam uma boa viagem.

Brasil, Barcelona, Sarriá, sarro dos deuses da bola

“5 de julho de 1982. A Itália eliminara a maior seleção brasileira que aquele adolescente vira jogar e ele mal sabia que outra daquelas não apareceria nas próximas três décadas.

Ele prometera que nunca mais choraria por causa do futebol, depois daquele fatídico dia e não foi difícil cumprir a promessa, porque o Brasil nunca mais foi Brasil dentro de campo, depois da tragédia no estádio Sarriá, em Barcelona.

Trinta anos depois, o amigo Marcelo Mora mostra com riqueza de detalhes porque aquela seleção nunca foi esquecida. Para a garotada que hoje se delicia com o Barcelona de Messi e companhia, os vídeos no Youtube, cujos links aparecem no fim do livro, podem mostrar de onde veio tanta inspiração. Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico. Nunca mais teremos um meio de campo como aquele e ainda é difícil acreditar que perdemos aquele jogo para a Itália por 3 a 2.

Era o início da tal abertura lenta e gradual, proposta pelos generais. A campanha pelas Diretas Já! ainda ia pegar fogo nas ruas, mas aquela seleção já respirava os ares da liberdade, que viriam tardiamente, mas viriam. Um futebol alegre, solto, o futebol brasileiro que estava esquecido depois do tricampeonato, no México.

O retrato de uma geração que se encantou com aquele time montado por Telê Santana e descobriu a amargura da derrota. Descobriu que nem sempre o melhor vence, que o mocinho do filme nem sempre vai levar a melhor.

A derrota do Brasil na Espanha foi a derrota do futebol. A Itália virou referência para os burocratas da bola, os tais defensores do futebol de resultados, que deram o veredicto: é impossível jogar bonito e vencer. Ou você vence ou joga bonito.

Felizmente, há sempre os que fogem à regra. Ver hoje o ex-técnico do Barcelona, Pepe Guardiola, dizer que o futebol brasileiro sempre foi sua fonte de inspiração é a prova de que aquela seleção, que perdeu em Barcelona, não fez a cabeça apenas dos brasileiros. Guardiola decidiu deixar o clube, depois de perder a Liga dos Campeões, mas saiu reverenciado, apesar da derrota, porque deixou um legado e alegrou corações e mentes no mundo inteiro nos últimos quatro anos. 

Os deuses do futebol tiraram sarro no Sarriá, no dia 5 de julho de 1982, mas hoje é um sarro ver o Barcelona jogar e encantar na mesma Barcelona que me fez chorar pela última vez por causa do futebol”.

Paradinha Esportiva Paradinha Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade