Gustagol e Romero na gangorra do futebol
Um já foi xingado, agora é exaltado e sobe; o outro era queridinho e vai caindo no esquecimento
Gustavo chegou ao Corinthians em setembro de 2016 e já foi logo tatuando na perna a data da estreia com a camisa do clube do coração.
Tropeçou na ansiedade em querer brilhar rápido no Timão e pagou o preço de chegar em um momento de transição, quando o Corinthians havia desmanchado o time de 2015 e Tite se transferido de mala e cuia pra Seleção.
Saiu sem deixar saudade e se diverte ao ver que os mesmos que o apedrejavam antes, agora o idolatram dois anos depois. Curte a nova fase e realiza o sonho de criança de cair nas graças da Fiel.
Romero já sentiu esse gostinho. Depois de vencer a desconfiança inicial da torcida e compensar com raça a falta de técnica, foi peça fundamental nas conquistas do Campeonato Paulista e no Brasileirão de 2017. E é bom lembrar que já havia sido importante na reta final do Brasileiro de 2015.
Tanta entrega em campo do atacante paraguaio caminha para um final melancólico. Em guerra fria com a diretoria, Romero não deve vestir mais a camisa corintiana. Para piorar, parte da torcida parece ter ficado do lado dos dirigentes e já se despede dele com faixas na Arena.
Romero faz parte de um seleto grupo de bicampeões brasileiros pelo Corinthians e merecia uma saída mais digna. A força da grana que ergue e destrói coisas belas não pode apagar a bela passagem de Romero pelo Timão.