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Casos da bola: o dia em que Viola e Luizão quase brigaram

Atacantes jogavam juntos no Palmeiras de 97 e disputavam a artilharia do Paulistão

29 nov 2018 - 15h40
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Pode parecer difícil de acreditar, mas já houve um tempo em que os repórteres não ficavam restritos às entrevistas protocolares e coletivas depois dos treinos. 

Nessa época não tão distante, no dia 11 de abril de 97, no Centro de Treinamento do Palmeiras, Luizão ainda estava irritado, porque Viola havia tentado bater um pênalti na partida anterior. O combinado era que na ausência de Djalminha, Luizão seria o cobrador oficial.

Os jogadores do Palmeiras em pé (da esquerda para a direita): o goleiro Velloso, o colombiano Rincón, Júnior, Cléber, Wagner e Cafu - Agachados: Luizão, Viola, Galeano, Djalminha e Leandro, antes da partida contra o Santos FC, válida pelo Campeonato Paulista de 1997.
Os jogadores do Palmeiras em pé (da esquerda para a direita): o goleiro Velloso, o colombiano Rincón, Júnior, Cléber, Wagner e Cafu - Agachados: Luizão, Viola, Galeano, Djalminha e Leandro, antes da partida contra o Santos FC, válida pelo Campeonato Paulista de 1997.
Foto: ACERVO/Gazeta Press

“Eu sempre assumi que quero ser o artilheiro do campeonato. O Viola vive dizendo que não quer ser o artilheiro para jogar a responsabilidade nas minhas costas”, desabafou Luizão.

Era setorista do Palmeiras na época e anotei no bloquinho o que Luizão havia dito. Entrevistei outros jogadores e fiquei aguardando o Viola, que quase sempre era o último a deixar o clube.

Aos poucos, outros coleguinhas foram indo embora. Sobramos eu, pela Gazeta Esportiva, e Gilberto Camargo, o saudoso e inesquecível Gibinha, pelo Notícias Populares. Contei o motivo da espera e ficamos os dois ali. Nessa altura, o ônibus do Palmeiras, que seguiria viagem para Mogi Mirim, no interior de São Paulo, já estava quase pronto pra sair.

E eis que surgiu um apressado e sorridente Viola. Relatei o que Luizão havia dito na entrevista para ouvir sua versão e o atacante logo se alterou: “Ele falou isso?” Ao receber o sim como resposta, um furioso Viola entrou no ônibus do Palmeiras e foi buscar Luizão.

Viola voltou com o companheiro de clube a tiracolo e perguntou para Luizão se era verdade o que eu estava dizendo. “Falei sim”, confirmou Luizão.

Perplexo, talvez imaginando que Luizão pudesse desmentir a informação, Viola limitou-se a dizer: “não vamos discutir isso aqui.” “É, deixa isso pra lá, Viola. Vamos entrar que o ônibus já está atrasado”, completou Luizão.

Enquanto os craques seguiram viagem, eu e Gibinha ficamos conversando sobre o que havíamos presenciado e o bom amigo resumiu a quase briga: “O Viola amarelou”. Gargalhamos e voltamos pras respectivas redações. Já tínhamos uma boa história para contar.

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