Brasileiros comparam MMA a futebol, e Dana promete UFC em estádio
8 dez2011 - 18h01
(atualizado às 18h09)
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O MMA realmente está em alta no Brasil. Foi o que confirmou, nesta quinta-feira, a entrevista coletiva do UFC 140. E não foram apenas os três brasileiros presentes no evento que exaltaram o crescimento do esporte no País. O presidente do UFC, Dana White, também seguiu esse discurso e ainda confirmou algo que já vinha sendo especulado: em breve o UFC promoverá lutas em algum estádio brasileiro.
"Eu quero fazer um evento em um grande estádio no Brasil, no verão. Definitivamente eu adoro estádios. Eu só preciso de uma grande luta para fazer isso", contou Dana, que ainda comemorou o crescimento do MMA no mundo: "antes você só via as crianças brincarem de futebol, vôlei e basquete. Agora elas começam a brincar também de MMA".
As citações ao futebol não acabaram nas declarações de Dana. Envolvidos no card principal do UFC 140, os brasileiros Lyoto Machida, Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro também lembraram da paixão nacional. "Hoje no Brasil o MMA é o esporte que só está abaixo do futebol. Isso porque os brasileiros representam bem no UFC e se tornam ídolos", analisou Minotauro, que enfrentará Frank Mir na noite do próximo sábado.
Já o seu irmão, Minotouro, que lutará contra Tito Ortiz no mesmo dia, foi além: "o MMA é o segundo esporte e só perde para o futebol, por muito pouco. Acredito que vai ser o primeiro esporte no Brasil no futuro", previu ele.
Com todo esse crescimento do MMA no Brasil, Dana White tem vindo com frequência ao país. Ele disse que esteve recentemente no Rio de Janeiro para organizar a próxima edição do reality show "The Ultimate Fighter" e voltou a confirmar a ideia de usar esse programa para realizar uma Copa do Mundo do UFC.
"Eu estive no Rio de Janeiro para organizar o 'The Ultimate Fighter' e será um show muito grande. Também vamos fazer isso em outros lugares. Nossa ideia é reunir os campeões e eles se enfrentarem, então nós teremos uma Copa do Mundo", explicou ele, entusiasmado com a ideia que já tinha anunciado anteriormente.O UFC 140 acontecerá na noite deste sábado e terá como luta principal o combate entre o campeão Jon Jones e o brasileiro Lyoto Machida. O combate valerá o cinturão dos meio pesados.
O The Ultimate Fighter é o reality show promovido pelo UFC que divide lutadores desconhecidos em duas equipes, comandadas por atletas mais famosos. No final, o vencedor ganha contrato com o maior evento de MMA do mundo. Com a final da 14ª edição do programa marcada para este sábado, e a confirmação de uma versão brasileira para 2012, o Terra recapitula todos os 19 vencedores até aqui - e avalia se suas carreiras são (ou foram) sucessos ou fiascos
Foto: Getty Images/Getty Images / AP
Diego "Nightmare" Sanchez: campeão dos médios na primeira edição do TUF em abril de 2005, ao vencer Kenny Florian por nocaute técnico logo no 1º round, Sanchez se firmou como um dos principais lutadores do UFC. Todas as suas quatro derrotas foram para nomes fortes, como Josh Koscheck, Jon Fitch e John Hathaway. Seu auge foi quando mudou para a categoria dos leves e enfrentou B.J. Penn pelo título, em 2009 - perdeu por nocaute técnico, ao ter um corte aberto na testa no 5º round
Foto: AP
Forrest Griffin: um dos maiores nomes dos meio-pesados do UFC, Griffin é sem dúvida um sucesso. Sua vitória por decisão unânime sobre Stephan Bonnar na final do TUF 1 é considerada uma das melhores lutas da história - tanto que Dana White concedeu um contrato também ao perdedor. Apesar do histórico recente de três derrotas em cinco lutas (para os astros Rashad Evans, Anderson Silva e Maurício Shogun), o americano foi campeão em 2008 ao bater Rampage Jackson
Foto: Getty Images
Joe "Daddy" Stevenson: promessa não cumprida, Stevenson não conseguiu brilhar após triunfar no TUF 2, em 2005, quando bateu Luke Cummo na final dos meio-médios. O americano estreou com derrota e resolveu baixar de peso para os leves; engatou boas vitórias e teve chance de disputar o cinturão, mas foi massacrado pelo campeão B.J. Penn. Desde então, foram apenas três vitórias em nove combates, e a demissão do UFC se concretizou em 2011 após quatro derrotas seguidas
Foto: AP
"Sugar" Rashad Evans: se Stevenson não vingou, o TUF 2 deu ao UFC outro grande destaque da categoria meio-pesado. Com seu wrestling agressivo, Evans reinou de 2006 a 2008, com sete vitórias, um empate e o título, conquistado após bater Forrest Griffin por nocaute técnico. A invencibilidade e o cinturão caíram contra o brasileiro Lyoto Machida, na única derrota da carreira. O curioso é que "Sugar" venceu o TUF na categoria pesado, superando Brad Imes apenas por decisão dividida
Foto: Getty Images
Kendall "Da Spyder" Grove: a inconstância sempre foi a marca do "Aranha" menos conhecido do octógono. Após vencer Ed Herman na final dos médios pelo TUF 3, em 2006, Grove nunca engatou uma sequência convincente e sempre esteve distante da briga pelo título. Foram 12 lutas no UFC, com seis vitórias e seis derrotas; o auge foi o triunfo sobre o ex-campeão Evan Tanner, já debilitado pelo alcoolismo. Depois de perder para Demian Maia e Tim Boesch, foi demitido em 2011
Foto: AP
Michael "The Count" Bisping: o inglês é um dos principais nomes da divisão dos médios, mas convive com críticas por não vencer adversários de elite. Desde que superou Josh Haynes na final do TUF 3, foram 10 vitórias no UFC e três derrotas: para os incontestáveis Rashad Evans (que o fez perder a invencibilidade e baixar dos meio-pesados para os médios), Dan Henderson e Wanderlei Silva. Ainda assim, Bisping bateu oponentes respeitáveis como Chris Leben e Yoshihiro Akiyama
Foto: Getty Images
Travis Lutter: a passagem de Lutter foi tão rápida quanto desastrosa. Após vencer o TUF 4 - que teve regras especiais, contando com lutadores que já estavam no UFC - ele recebeu sua grande chance de enfrentar Anderson Silva pelo título dos médios. Porém, não conseguiu bater o peso necessário para a luta, e o cinturão não entrou em disputa; para completar, o brasileiro triunfou facilmente. Depois de um ano lesionado, Lutter perdeu para o ex-campeão Rich Franklin e foi demitido
Foto: AFP
Matt "The Terror" Serra: a carreira de Serra é marcada por altos e baixos. Vencedor do especial TUF 4, que contou com lutadores já do UFC, ele foi premiado com um combate contra o campeão dos meio-médios, Georges St. Pierre. Em uma das maiores zebras da história, Serra nocauteou o favorito no 1º round; o cinturão, porém, foi recuperado por St. Pierre logo na luta seguinte. No geral, o cartel do "Terror" no UFC (sem contar a final do TUF) é de seis vitórias e sete derrotas
Foto: AP
Nate Diaz: apesar de ser nome conhecido no octógono, Nate Diaz é outro vencedor do TUF que não rendeu o esperado. Campeão da 5ª edição do reality show em 2007, o especialista em jiu-jitsu começou no UFC com quatro vitórias, mas perdeu para Clay Guida justo em sua estreia no pay-per-view do evento. Após mais duas derrotas, subiu dos leves para os meio-médios; desde então, três vitórias em cinco lutas ainda o deixam longe de almejar o cinturão de Georges St. Pierre
Foto: AP
Mac Danzig: campeão do TUF 6 em dezembro de 2007 pelos meio-médios, Danzig também não disse ainda a que veio no UFC. Lutando pelos leves, ele soma só três vitórias em oito lutas no evento. Uma de suas derrotas pode ter sido controversa - no UFC 115, Matt Wiman o tinha preso em uma guilhotina e o árbitro Yves Lavigne encerrou a luta sem que Danzig pedisse ou desmaiasse - mas, na revanche entre os dois, Wiman voltou a levar a melhor, desta vez por decisão unânime
Foto: Getty Images
Amir Sadollah: descendente de iranianos, Sadollah tem uma carreira muito peculiar: antes de vencer o TUF 7, em 2008, ele era um lutador amador. Portanto, todos os seus combates profissionais no MMA aconteceram dentro do UFC. E não se pode dizer que sua carreira é brilhante - foram quatro vitórias e três derrotas. Com tanta inconstância, é difícil vislumbrar um grande futuro para ele entre os meio-médios
Foto: AP
Ryan "Darth" Bader: visto como promessa após brilhar no TUF 8 entre os meio-pesados, Bader vive momento instável. O wrestler de mão pesada começou no UFC com quatro boas vitórias (incluindo sobre Rogério Minotouro), mas viu sua invencibilidade cair diante do fenômeno Jon Jones. Depois, uma zebra: perdeu para o veterano Tito Ortiz, adiando a aposentadoria do ex-campeão. Com sede de vingança, atropelou Jason Brilz em sua última luta para tentar fazer a carreira decolar de novo
Foto: AP
Efrain "Hecho en México" Escudero: o jovem mexicano foi outro ganhador de TUF a ter uma passagem infeliz pelo UFC. Após triunfar entre os leves na 8ª edição do reality, ele estreou com um nocaute espetacular sobre Cole Miller. Porém, uma derrota para Evan Dunham colocou em xeque seu status na categoria. Ele ainda venceu Dan Lauzon, mas quando falhou em bater o peso necessário para enfrentar o brasileiro Charles do Bronx e mesmo assim perdeu a luta, foi demitido logo na sequência
Foto: Getty Images
Ross "The Real Deal" Pearson: o leve Ross Pearson teve um início arrasador após vencer a final do TUF 9. O inglês atropelou Aaron Riley na estreia e depois superou o alemão Dennis Siver, mas uma derrota para Cole Miller quebrou sua sequência e o manteve longe do topo da lista de desafiantes. Desde então, Pearson venceu Spencer Fisher e perdeu para o brasileiro Edson Barboza, mantendo seu cartel no UFC em três vitórias e duas derrotas. No balanço geral, a carreira não decolou
Foto: AP
James "Lightning" Wilks: outro inglês a triunfar no TUF 9, que opôs britânicos e americanos, Wilks ainda não conseguiu nada de destaque entre os meio-médios. Em sua estreia, foi massacrado por Matt Brown, que quebrou seu osso orbital no 1º round, o derrubou no 2º e o nocauteou no 3º. Após vencer Peter Sobotta, o inglês foi novamente derrotado, desta vez pela sensação canadense Claude Patrick, há mais de um ano. Desde então, seguidas lesões impedem sua volta ao octógono
Foto: UFC / Divulgação
Roy "Big Country" Nelson: facilmente reconhecido pela avantajada barriga, Roy Nelson se tornou um dos lutadores mais carismáticos do UFC. Após triunfar no TUF 10, ele estreou com um nocaute da noite sobre o gigante Stefan Struve. Contra Júnior Cigano, Nelson perdeu por pontos, mas foi o 1º a aguentar o boxeador brasileiro até o final. Após outra derrota para um nome de elite (Frank Mir), ele aposentou a lenda Mirko "Cro Cop" com um nocaute, e segue bem cotado entre os pesados
Foto: AP
Court "The Crusher" McGee: ex-viciado em heroína, McGee venceu o TUF 11 quase "por acaso": eliminado nas preliminares, voltou nas quartas de final após um dos concorrentes se lesionar, e prosseguiu para ser campeão entre os médios. No UFC, o americano soma duas vitórias em dois combates: finalizou Ryan Jensen e superou o sul-coreano Yang Dong-Yi por decisão unânime. Para almejar o cinturão, porém, ainda falta um triunfo convincente contra um adversário de peso
Foto: UFC / Divulgação
Jonathan Brookins e Tony "El Cucuy" Ferguson: os vencedores das edições número 12 e 13 do TUF, respectivamente, ficaram de fora da análise por conta do pouco tempo de UFC. Os dois fizeram apenas uma luta no evento, ambas em setembro de 2011: o peso pena Brookins, após voltar de lesão, perdeu para Erik Koch por decisão unânime; já o leve Ferguson venceu Aaron Riley após quebrar o queixo do rival no 1º round. Ambos devem ganhar mais oportunidades de subir no ranking em 2012