Membro do COI elogia, mas adverte Rio 2016: "cuidado com o tempo"

O tempo está passando e é preciso cuidado. Esse foi o teor do discurso de abertura da presidente da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional, Nawal el Mouthawakel, na abertura do último dia de reunião da 5ª visita da comissão ao Rio na manhã desta segunda-feira. "O Rio já começou a trabalhar em instalações-modelo e isso mostra que a cidade está entrando em modo operacional e isso é bom sinal", disse Nawal sob olhar do ministro dos esportes, Aldo Rebelo, do governador do Rio, Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes e o presidente da Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Também estão presentes membros do COI como os ex-atletas Alexander Popov e Sergei Bubka.

No único discurso aberto à imprensa da manhã, Nawal disse que o Rio avançou desde a última visita no mês de fevereiro. "São todas conquistas e passos importantes na direção da organização e entrega dos Jogos em 2016. A cidade teve de enfrentar alguns acontecimentos importantes no Rio, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude", afirmou a ex-atleta marroquina, elogiando o fato de já terem feito reunião com as televisões detentoras de direito de transmissão e o avanço do plano diretor em esporte, tecnologia e segurança.

Mas apesar do discurso sem críticas, é possível observar algumas das preocupações do COI com o Rio 2016. Nawal el Mouthawakel diz que o nível de detalhamento do projeto está ficando cada vez mais refinado. "Isto significa também que os principais problemas a serem discutidos podem ser identificados com mais facilidade. Hoje, em nossa agenda, temos temas muito importantes para observar: construção, transporte, acomodações, vistos de trabalho, licenças e autorizações", lembrou, aproveitando para elogiar a preocupação da organização com o legado. "O contexto social e político também avançou de forma substancial". Na parte da tarde os integrantes fazem uma avaliação final para a imprensa dos dois dias de reunião do Rio.

Mais reunião

O ministro Aldo Rebelo e o presidente da Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, chegaram mais cedo na sede da organização, no Centro de Rio e se reuniram no escritório de Nuzman para afinar o discurso em torno do relatório divulgado no fim de semana pelo Estado de São Paulo, que dava conta dos diversos problemas detectados pelo COI na organização e nos atrasos das obras de mobilidade da cidade. O prefeito Eduardo Paes, que no fim de semana já tinha rebatido as críticas do COI dizendo que tudo vai muito bem, deve falar antes do final da reunião para dar mais detalhes do andamento das obras, principal alvo de críticas da entidade.

Depois da primeira parte da reunião, o ministro Aldo Rebelo e o prefeito Eduardo Paes disseram que ainda não há definição sobre o futuro da Autoridade Pública Olímpica, que está sem presidente, desde que Marcio Fortes deixou o cargo há dez dias. “Para a prefeitura a Autoridade Olímpica nem ajuda nem atrapalha” disse.

Rebelo disse não estar sabendo da possibilidade de a canoagem trocar o Rio por Foz de Iguaçu. "Essa é uma decisão do COI e que será respaldada pelo Governo Federal". Eduardo Paes disse também que segue negociando com moradores da Vila Autódromo, comunidade próximo ao Parque Olímpico, para remover todas as pessoas ou parte. “Isso é uma decisão da prefeitura e não admito que ninguém opine sobre isso. Vamos fazer o que é melhor,” afirmou.