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Seleção brasileira apaga talentos e vence Equador com futebol monótono nas Eliminatórias

Em noite de estreia de Estêvão e vaias em Curitiba, Rodrygo marca gol solitário e faz Brasil subir na tabela de classificação

7 set 2024 - 00h07
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O Brasil reencontrou o caminho das vitórias nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, nesta sexta-feira, ao bater o Equador por 1 a 0, pela sétima rodada. Apesar de sair de campo com os três pontos graças a gol solitário de Rodrygo, a seleção mostrou um futebol monótono, semelhante ao estilo derrotado na Copa América, rejeitando o que há de positivo nas principais estrelas do elenco e promovendo um estilo burocrático.

Vaias foram ouvidas na arquibancada do Estádio Couto Pereira durante o segundo tempo. O retorno da seleção a Curitiba após quase 21 anos não foi capaz de encantar. Não há dinamismo na forma como o Brasil atua sob o comando de Dorival Júnior. As potencialidades que os atletas convocados exibem individualmente em seus clubes se esvaem quando vestem a camisa verde-amarela. Definitivamente, o treinador ainda não encontrou o time ideal e não deveria insistir, nos próximos compromissos, na escalação sem um centroavante de ofício e abrindo mão de atletas com mais repertório inventivo no meio de campo.

Com o resultado, a seleção brasileira ganha posições na tabela das Eliminatórias para o Mundial. Agora, a equipe liderada por Dorival ocupa a quarta posição, com 10 pontos. Já o Equador cai para a sexta colocação, com oito. Os seis primeiros colocados, ao término das 18 rodadas, garantem vaga direta na Copa, que terá Estados Unidos, México e Canadá como sedes. O sétimo participará de uma repescagem intercontinental.

A seleção brasileira retorna ao gramado na próxima terça-feira, em Assunção. No Estádio Defensores del Chaco, o time nacional mede forças com o Paraguai. A bola rola às 21h30 (de Brasília). Na última Copa América, o Brasil enfrentou os paraguaios e conquistou sua única vitória no torneio: uma goleada por 4 a 1.

Futebol modesto tira brilho da seleção no primeiro tempo

Nos primeiros movimentos na capital paranaense, a seleção brasileira conseguiu controlar a posse de bola, mas não teve tantas facilidades para gerar oportunidades de gol. O desenho tático do Equador buscou bloquear a criatividade do meio-campo brasileiro, impondo barreiras na saída de bola pela zaga e obrigando o Brasil a fazer lançamentos e passes longos.

Com o passar do tempo, o Equador conseguiu diminuir o volume de jogo do Brasil. Houve inclusive um pedido de pênalti sobre Enner Valencia, que foi desconsiderado pela arbitragem. Pelo lado da seleção brasileira, Vinícius Júnior chamou a responsabilidade e desenhou os melhores lances pela esquerda. No entanto, o time nacional mostrou os mesmos problemas exibidos na Copa América: muita posse de bola e poucas chances reais de gol.

Uma movimentação diferenciada do Brasil na última linha de ataque ajudou na construção do primeiro gol, aos 30 minutos. A seleção decidiu arriscar com Rodrygo um chute de fora da área, a bola desviou na marcação, enganou o goleiro Galíndez e ainda desviou na trave antes de balançar a rede do Equador. Obra mais da sorte do que do juízo.

A seleção brasileira fez uma exibição modesta no primeiro tempo em Curitiba. Nada espetacular diante de um adversário que já prometia fazer jogo duro e que se postou em campo a fim de bloquear a criação do Brasil. Há de se ponderar que o Equador promovia a estreia de seu novo treinador, o argentino Sebastián Beccacece. Apesar do gol, Rodrygo é um dos jogadores mais sacrificados nessa formação tática de Dorival Júnior. Poderia render mais em posição recuada, auxiliando o meio-campo.

Mesmice toma conta da seleção brasileira no segundo tempo

Para o segundo tempo, a seleção voltou sem alterações, enquanto o Equador promoveu a entrada do garoto Kendry Páez, de 17 anos, do Independiente del Valle. Assim como Estêvão, do Palmeiras, o garoto já está vendido ao Chelsea por cifras milionárias.

Os equatorianos se postaram de forma proativa com as modificações. O Brasil continuou insistindo nos chutões, sem presença de fato no ataque. A facilidade dos visitantes em trocar passes esbarrava na falta de qualidade técnica dos equatorianos para efetivar os passes decisivos para incomodar o goleiro Alisson.

Aos 17 minutos, Dorival promoveu a estreia de Estêvão com a camisa da seleção brasileira. O garoto palmeirense entrou na vaga de Luiz Henrique para atuar no mesmo setor: o lado direito do ataque, onde já está habituado a jogar pela equipe alviverde. A seleção, no entanto, não conseguiu melhorar. O Equador tampouco mostrava condições de levar perigo e o placar se manteve favorável ao Brasil até o apito final.

BRASIL 1 x 0 EQUADOR

  • BRASIL: Alisson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana (Wendell); Bruno Guimarães (Gerson), André (João Gomes) e Lucas Paquetá (Lucas Moura); Luiz Henrique (Estêvão), Rodrygo e Vinícius Júnior. Técnico: Dorival Júnior.
  • EQUADOR: Galíndez; Félix Torres, Pacho e Hincapié; Jhegson Méndez (Gruezo), Moisés Caicedo, Alan Franco, Sarmiento (Kendry Páez) e Estupiñán (Yaimar Medina); Kevin Rodríguez (Mercado) e Enner Valencia (Yeboah). Técnico: Sebastián Beccacece.
  • GOL: Rodrygo, aos 30 minutos do 1º tempo.
  • ÁRBITRO: Facundo Tello (Fifa-ARG).
  • CARTÃO AMARELO: Lucas Moura.
  • PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
  • LOCAL: Estádio Couto Pereira, em Curitiba.
Estadão
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