PUBLICIDADE

Resultados nos amistosos acendem alerta na seleção brasileira para Eliminatórias da Copa

Empate com a Colômbia e derrota para o Peru comprovam que time de Tite vai encontrar dificuldades a partir de março

11 set 2019 - 11h22
(atualizado às 13h08)
Compartilhar
Exibir comentários

Os resultados da seleção brasileira nos amistosos depois da conquista da Copa América (empate com a Colômbia e derrota para o Peru) indicam como as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2022, a partir de março, serão duras e equilibradas. A equipe de Tite e outras candidatas fortes à vaga, como Argentina e Uruguai, terão problemas para confirmar o favoritismo. Os amistosos são, portanto, um alerta para disputa de uma vaga no Catar.

A derrota para o Peru é um bom exemplo do equilíbrio que vai marcar a corrida por uma vaga no Catar. A vitória peruana foi apenas a quinta do país em 46 confrontos na história contra o Brasil. Por outro lado, foi a segunda em cinco confrontos nos últimos três anos. Embora tenha sido derrotado na final da Copa América, o Peru deixou de ser aquele freguês tradicional. O time de Gareca tem condições de engrossar algumas partidas. O mesmo raciocínio se aplica à Colômbia e Paraguai, que só caiu nos pênaltis na Copa América em jogo complicado com a seleção brasileira.

A terceira derrrota de Tite (as outras foram para a Argentina, em amistoso, e para a Bélgica, na Copa do Mundo) possui atenuantes. Daniel Alves, Thiago Silva, Arthur e Neymar ficaram no banco e só o último entrou no segundo tempo. O treinador decidiu fazer testes e apresentar algumas novidades, o que comprometeu o entrosamento e o conjunto. A partida marcou a estreia de Vinicius Junior no time de cima, por exemplo. Além disso, o treinador criticou o gramado do Los Angeles Memorial Coliseu, casa dos Los Angeles Rams, que atua na NFL (Liga de Futebol Americano). O gramado é natural, mas muito baixo e duro.

"Está errado, o gramado influencia no desempenho, não pode acontecer. Corre risco de lesão. Não é desculpa da derrota, não quero colocar isso. Não peguem só uma parte do que estou dizendo. Tem que matar no peito, assumir a derrota. O adversário montou estratégia e ganhou. Mas futebol de alto nível não pode acontecer", cobrou o treinador.

O desempenho da equipe nos dois jogos fez surgir críticas nas redes sociais ao futebol irregular da seleção, mas o título da Copa América dá respaldo e tranquilidade para o Tite. No empate diante da Colômbia, o time mostrou uma deficiência que precisa ser superada para os jogos das Eliminatórias, principalmente quando jogar em casa. Muitas vezes, a equipe de Tite fica com a bola, mas se torna pouco agressiva diante de uma defesa bem montada. O time teve 60% de posse de bola, mas finalizou pouco.

Desde que Arthur se firmou no ciclo pós-Copa, a seleção perdeu um pouco de profundidade, que era garantida por Renato Augusto e Paulinho: um voltava, o outro avançava. Em algumas partidas, a jogada mais aguda ficou apenas nos pés de Richarlison e Firmino. Uma das lições de casa do treinador é garantir mais opções de jogadas de profundidade.

Como o próximo mundial será disputado somente nos meses de novembro e dezembro, a Conmebol decidiu começar mais tarde com as Eliminatórias. Agora, as partidas começarão em março de 2020 e serão concluídas em novembro de 2021. Nas copas anteriores, os jogos iniciavam quase três anos antes da Copa e terminavam a sete meses do mundial.

A seleção brasileira voltará a campo em outubro, ainda sem data e adversário definido. Para novembro, um dos amistosos será contra a Argentina, em Riad, na Arábia Saudita. O confronto com faz parte de contrato que prevê amistosos entre as seleções - este de novembro é o último desta obrigação.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade