PUBLICIDADE

Campeonato Paulista

Patrocínio Logo do patrocinador

Guarani e Ponte Preta entra para a história mesmo antes de a bola rolar

Um dos clássicos mais tradicionais do Brasil será realizado pela primeira vez sem a presença da torcida

16 mar 2020 - 05h42
(atualizado às 09h10)
Compartilhar
Exibir comentários

Dois clubes centenários do futebol brasileiro, Guarani e Ponte Preta fazem nesta segunda-feira, a partir das 20 horas, o Dérbi 196. Um clássico de Campinas (SP) que já entrou para a história antes mesmo da bola rolar, como sendo o primeiro sem torcida. Os portões do estádio Brinco de Ouro da Princesa vão estar fechados por determinação da secretaria municipal de saúde da cidade.

Existe ainda a apreensão de que o duelo nem seja disputado. Ele encerra a 10.ª rodada do Campeonato Paulista. A direção da Federação Paulista de Futebol (FPF), organizadora da competição, vai reunir todos seus filiados na manhã desta segunda-feira para tomar medidas em relação à crise geral causada pelo Covid-19, o novo coronavírus.

Guarani e Ponte Preta se enfrentam pelo Paulistão
Guarani e Ponte Preta se enfrentam pelo Paulistão
Foto: David Oliveira/Guarani e Divulgação/Ponte Preta / Estadão

Mandante do jogo e com direito de só colocar os seus torcedores nas arquibancadas, o Guarani não gostou da decisão das entidades sanitárias. Mesmo porque já tinha vendido perto de 10 mil dos pouco mais de 16 mil ingressos disponíveis. Após esta decisão, a direção do bugrina protestou alegando prejuízo financeiro e técnico. Considerou a medida preventiva como precipitada. O presidente Ricardo Miguel Moisés até ameaçou ir na Justiça para garantir a presença dos seus torcedores.

Mas ele focou as suas atenções neste final de semana na sua própria eleição. Bastante concorrida internamente, com brigas e divergências em vários setores do clube, como nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, ela foi realizada neste domingo. As urnas foram abertas de manhã e fechadas às 17 horas.

Até então presidente tampão, Ricardo Miguel Moisés foi eleito por ampla vantagem. A chapa da situação "+ Futebol" teve 245 votos, contra 146 votos da oposição com a chapa "Hoje e Sempre Guarani", que foi encabeçada por Leonardo Nucci. Ainda foram registrados três votos entre os nulos e brancos. A oposição acusou a admissão irregular de cerca de 200 associados nos últimos meses e que, em tese, não teriam condições de voto.

O equilíbrio do dérbi se dá dentro de campo. Em 195 jogos foram 66 vitórias do Guarani, 64 da Ponte Preta e 64 empates. Ainda existe um jogo que o resultado é considerado desconhecido. A Macaca, como é chamada a equipe alvinegra, ainda defende um tabu de sete anos sem perder para o rival. Desde o 3 a 1 pela semifinal do Paulistão de 2012, foram seis jogos com quatro vitórias alvinegras e um empate alviverde.

Escalações

Como é normal em dérbis, os dois times isolaram os seus elencos e os técnicos fazem mistério. O Guarani levou seus jogadores para um hotel de Jaguariúna (SP), cidade vizinha de Campinas. Neste domingo, o treino recreativo contou, inclusive, com a presença do ex-atacante Careca.

O técnico Thiago Carpini ganhou duas novas opções liberadas pelo departamento médico: o lateral-esquerdo Bidu e o meia Lucas Crispim. O primeiro deve ocupar a vaga de Thallyson, enquanto que o segundo deve ficar apenas como opção no banco de reservas.

Seguindo a tradição, Carpini deixou dúvidas na defesa e no meio de campo. No setor defensivo, cogitou a entrada de Romércio para que Bruno Silva reforçasse a marcação no meio, atuando como uma espécie de terceiro zagueiro. Também cogitou as entradas do volante Ricardinho e de Lucas Crispim. "Realmente eu ganhei novas opções e todo mundo quer entrar neste jogo. Por isso, ainda não defini estas situações", despistou. Mas a tendência é só mesmo confirmar a volta de Bidu, que era titular antes de se machucar.

A Ponte Preta também isolou o seu grupo na cidade de Itu (SP). Lá o técnico João Brigatti priorizou a parte psicológica, por entender que na parte técnica ele dispõe de poucas opções. Mas aprovou a formação tática 4-4-2 utilizada na vitória por 3 a 0 em cima do Afogados-PE, na quinta-feira passada, pela terceira fase da Copa do Brasil.

"Eu gosto de escalar três atacantes, de jogar para a frente. Mas estou analisando as situações antes de confirmar a escalação. Como é um jogo importante, nós vamos pensar um pouco mais antes de confirmar a escalação" explicou Brigatti, também adotando o mistério como sua arma.

Em termos práticos, o provável é a repetição do mesmo time do último jogo. Os volantes Dawham e Bruno Reis ficariam com a missão de marcar, deixando para o jovem Vinícius Zanocelo dividir com João Paulo a função de armar as jogadas. Na frente, ao invés de três atacantes, fórmula muito usada nesta temporada, serão apenas dois atacantes: o veterano Roger, como referência, e Alison Safira pela beirada.

Mesmo com portões fechados, a Polícia Militar promete reforçar a segurança nos arredores do Brinco de Ouro. É que sempre são registrados conflitos entre os torcedores, principalmente aqueles ligados às torcidas organizadas. No sábado houve um confronto entre bugrinos e pontepretanos na avenida Ayrton Senna, que separa os estádios Brinco de Ouro do Moisés Lucarelli, distantes por 800 metros. A confusão envolveu mais de 150 torcedores. Não houve registro de lesões graves, nem de presos.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade