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Entenda o impasse no futebol após novo avanço da pandemia

Enquanto Brasil passa por momento delicado no combate à covid-19, estaduais enfrentam dificuldade para prosseguir

24 mar 2021 - 13h10
(atualizado às 13h24)
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O futebol vive um impasse durante a pandemia do novo coronavírus. Com alguns estaduais paralisados, outros tendo que realizar os jogos em outros locais e torneios adiados, o calendário passa por um momento de indefinição. Nesse contexto, o Estadão preparou perguntas e respostas sobre a situação atual e como a pandemia pode impactar o calendário.

Rogério Caboclo, presidente da CBF, ameaçou os clubes que cogitam suspender as atividades
Rogério Caboclo, presidente da CBF, ameaçou os clubes que cogitam suspender as atividades
Foto: LANCE!

O futebol vai continuar?

Pela fala do presidente da CBF, Rogério Caboclo, em reunião vazada com os clubes, sim. Ele disse com todas as letras que manda no futebol e que os tims estariam f... se o futebol parasse. Ele não vai parar o Brasileirão, Copa do Brasil e Copa do Nordeste, por exemplo.

Os clubes concordam com isso?

Sim, todos eles. Na mesma reunião, ninguém foi contrário ao que pensa sa CBF e seu presidente. Alguns dirigentes podem até discordar, mas não levantaram a voz contra a continuidade do futebol em meio à pandemia e num momento e que o Brasil perde de goleada para a doença.

Os Estaduais também vão continuar?

Não se sabe. Neste caso, cada Estado brasileiro está tomando suas decisões em função dos mandos dos governadores e dos especialistas da saúde. No Rio Grande do Sul, o torneio segue. No Rio também, apesar de a partir de sexta sem partidas na capital. Há alguns parados e outros parados parcialmente, com jogos em outras localidades. Em São Paulo não se joga mais futebol no Estado até o dia 30, mas a FPF leva alguns jogos para outros Estados, como ocorreu com Corinthians 1 x 0 Mirassol e Palmeiras x São Bento, por exemplo.

 

É possível o presidente Jair Bolsonaro pedir para parar tudo?

Neste momento ele não dá nenhuma demonstração para disso. O futebol, aliás, tem sido uma de suas plataformas. Segundo o presidente da CBF, ele também não teria poder para isso.

Alguém pode parar o futebol?

Teoricamente não. Apenas as entidades que cuidam da modalidade, como Fifa, Uefa, Conmebol, CBF e federações estaduais. A CBF é uma entidade privada. Não responde para nenhum órgão admnistrativo, embora esteja sob as leis do País. Os governadores, como João Doria fez, podem vetar as partidas no Estado, mas isso não impede, como temos vistos, de os jogos acontecerem em lugares permitidos. Isso ocorre porque não há uma unidade no comando das prefeituras, dos Estados e do Brasil.

Como se comportam os presidentes de clubes em meio à pandemia e jogos?

Todos são pela permanência dos compeonatos. Todos dependem do dinheiros dos torneios e das cotas de TV. A maioria já anunciou, não de forma oficial, prejuízo em 2020. Todos os elencos e membros dos clubes fazem testes regulares para a covid, até três por semana. E se apegam aos protocolos de saúde desenhado por especialistas.

O que pensam os atletas?

Eles entendem o que está acontecendo no Brasil, valorizam os protocolos de saúde e se apegam nos testes que fazem. Não são unidos como entidade. De modo geral, são pelos jogos. Felipe Melo, do Palmeiras, disse isso. Questionou por que jogar em Volta Redonda e não em São Paulo. É pela continuidade das partidas.

Há muitos surtos de covid-19 no futebol?

Ao longo de um ano da pandemia, alguns clubes informaram muitos casos ao mesmo tempo. Mais recentemente, Flamengo, Corinthians, Ponte Preta e Marília sofreram com casos. Mas quase todos os clubes já tiveram jogadores contaminados.

O que acontece se o futebol parar?

Nas competições em andamento, elas terão de renegociar calendário, como aconteceu na temporada passada, que se extendeu até fevereiro deste ano. Isso implicaria no atraso das competições que ainda não começaram. Empurraria tudo para frente. Poderia haver jogos com diferença menor de 72 horas entre um e outro, o que fere a lei esportiva.

E do ponto de vista econômico?

As federações e TV donas dos direitos de transmissão poderiam deixar de pagar os clubes. Os contratos poderiam ser renegociados. Menos camisas poderiam ser vendidas. Os clubes teriam ainda de rever contratos e suas dívidas, e também seus acordos com patrocinadores.

E como ficam as competições internacionais, como Libertadores?

Essas são vnculadas à Conmebol, a Federação Sul-Americana de Futebol. A pré-Libertadores está rolando, com jogos de ida e volta. Os clubes estão se ajeitando em mandar partidas onde elas estão liberadas. O Santos, por exemplo, não vai jogar em São Paulo nem em Santos por enquanto. Há países que estão fechados para estrangeiros. Tudo isso tem de ser negociado com a Conmebol e governos federais.

E os jogos da seleção brasileira?

O Brasil tem as Eliminatórias da Copa do Catar para jogar. A competição está suspensa por determinação de Fifa e Conmebol por causa da pandemia na América do Sul. O Brasil é quem mais sofre com a doença. Foram jogadas duas partidas apenas. Na Europa, os times não querem liberar seus jogadores sul-americanos porque eles têm de ficar de quarentena na volta. Não há previsão de as partidas voltarem. Os países sul-americanos têm muitas restrições de viagens. Em outros lugares, como na Europa e Ásia, as Eliminatórias foram retomadas.

Estadão
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