Decisão contrapõe Brasil inexperiente a Espanha matadora em finais
Dos 23 jogadores brasileiros na Copa das Confederações, apenas três disputaram finais com a Seleção principal. Espanhóis jogaram três finais em cinco anos com grande parte do grupo que está no Brasil para torneio
Historicamente, o Brasil está mais acostumado a finais do que a Espanha. Mas entre os times que disputarão à decisão da Copa das Confederações, a experiência de definir um título está toda com os espanhóis. Do grupo à disposição de Luiz Felipe Scolari para o jogo de domingo no Maracanã, apenas três chegaram uma final com a Seleção principal.
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Presente nas conquistas da Copa das Confederações 2009 e da Copa América 2007, Daniel Alves ostenta ao lado de Júlio César (Copa das Confederações 2009, Copa América 2004) o título de jogador mais acostumado a decisões pela Seleção Brasileira. Além deles, apenas Fred, reserva na Copa América de 2007, viveu a emoção de jogar uma final com a camisa verde a amarela.
O número aumenta se considerado o time olímpico vice-campeão em Londres no último ano. Seis deles persistem na equipe de Felipão: Marcelo, Thiago Silva, Lucas, Oscar, Hulk e Neymar. Para os outros 13 jogadores, defender o Brasil em uma decisão será uma novidade absoluta.
EXPERIÊNCIA VEM DO BANCO |
No banco de reservas a Seleção contará com um técnico acostumado a decisões. Desde que começou a carreira em 1982 no CSA, Felipão disputou 29 finais na carreira, conquistando 18 títulos. Destas decisões, três foram com seleções: vitórias pelo Brasil na Copa do Mundo de 2002 e pelo Kuwait na Copa do Golfo de 1992, mas derrota para a Grécia por Portugal na Eurocopa de 2004. (Foto:Ricardo Matsukawa/Terra) |
A contraposição em relação ao time espanhol é evidente. Dez dos jogadores espanhóis desta Copa das Confederações estiveram nos grupos campeões de duas Eurocopas (2008 e 2012) e da Copa do Mundo de 2010. Apenas Nacho Monreal, César Azpilicueta e Roberto Soldado jamais defenderam a Espanha em uma final.
A atual geração espanhola ainda não lidou com derrotas em finais. O aproveitamento nas últimas três grandes competições é de 100%, com vitórias apertadas nas finais contra Holanda e Alemanha pela Copa do Mundo 2010 e Eurocopa 2008 e uma lavada diante dos italianos em 2012.
Curiosamente a derrota mais significativa da atual geração ocorreu na Copa das Confederações passada, nas semifinais diante dos Estados Unidos. A surpresa na África do Sul adiou o reencontro com o Brasil, que contra os americanos conseguiu seu último título de expressão. Desde então, os espanhóis levaram a Copa do Mundo 2010 e a Eurocopa 2012 e os brasileiros ficaram fora de todas as finais.
Entressafra
Os quatro anos sem chegar a uma final com o time principal tem como pano de fundo a alternância de jogadores na Seleção. Do atual grupo, apenas Daniel Alves, Thiago Silva e Júlio César jogaram o Mundial de 2010. Na Espanha, o número é de 19.
A explicação para tamanha inconsistência está na entressafra de jogadores. Da geração envelhecida da Copa de 2010 para a renovação imposta por Mano Menezes, poucos jogadores sobraram no meio-termo. Nomes como Kaká, Robinho, Adriano, que teoricamente teriam idade para serem o fio condutor da atual equipe, sofreram com instabilidade no futebol e não tiveram sequência.
Por tudo isso, Felipão tem a esperança de na Copa do Mundo de 2014 repetir o grupo da Copa das Confederações quase em sua totalidade. Na avaliação de Júlio César, quem forma o atual grupo da Seleção tem boas chances de permanecer até o Mundial. “Os jogadores que estão disputando saem um pouco na frente, mas em um ano pode acontecer muitas coisas”, ponderou.
Do time que levantou a Copa das Confederações de 2009, Júlio César e Daniel Alves são os únicos que podem ser bicampeões. Um ano antes, a Espanha conquistou a Eurocopa de 2008 com 11 dos 23 jogadores convocados para o torneio do Brasil.
Jogadores presentes nos últimos três títulos espanhóis |
Iker Casillas, Pepe Reina, Sergio Ramos, Raul Albiol, Alvaro Arbeloa, Iniesta, Xavi, Cesc Fabregas, David Silva, Fernando Torres |
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