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Copa América comemora centenário com início de disputa nos Estados Unidos

A Copa América completa 100 anos e para comemorar a data começa nesta sexta-feira a edição centenária, que terá os Estados Unidos como anfitrião. Desde 1916, vencida pela Argentina, que jogava em casa, muita coisa mudou. Por exemplo, sequer existia a Copa do Mundo e Pelé nem era nascido. Porém, a longevidade da competição mostra […]

3 jun 2016 - 10h43
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A Copa América completa 100 anos e para comemorar a data começa nesta sexta-feira a edição centenária, que terá os Estados Unidos como anfitrião. Desde 1916, vencida pela Argentina, que jogava em casa, muita coisa mudou. Por exemplo, sequer existia a Copa do Mundo e Pelé nem era nascido. Porém, a longevidade da competição mostra que ela resistiu a diversas crises e vem se mantendo mesmo com a pressão de clubes que não desejam ceder seus atletas para torneios de seleções.

“A Copa América é uma competição que é muito importante para manter viva a rivalidade entre os países. O futebol brasileiro, o futebol da Argentina, o futebol do Uruguai sempre levaram esse torneio muito a sério. Com o crescimento de outros países no futebol a disputa se torna ainda mais interessante. Para mim é sempre um prazer muito grande poder acompanhar os jogos ou trabalhar”, disse Óscar Tabárez, técnico do Uruguai.

O Uruguai, por sinal, é o país mais vitorioso na história da Copa América, com 15 títulos, um a mais que a Argentina. O Brasil, que foi campeão pela última vez em 2007, tem oito canecos.

Com a ausência de Neymar, por conta de um acordo entre o Barcelona e a CBF para que ele participe dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto, os candidatos a estrelas da companhia são Lionel Messi, da Argentina, e Luis Suárez, do Uruguai. O Chile, atual campeão, tenta se impor mesmo sem poder contar com o técnico Jorge Sampaoli, que largou o comando da equipe em janeiro. Sensação do começo das Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, que será disputada na Rússia, a seleção do Equador também merece respeito, assim como a Colômbia. A Concacaf tem como principais representantes México e Estados Unidos.

A HISTÓRIA

A primeira Copa América foi disputada em 1916, na Argentina, que aproveitou o sucesso do futebol no país para comemorar o primeiro centenário da independência. O torneio terminou tendo como campeão o Uruguai, que ficou no empate sem gols com os argentinos na grande final. Foram também os uruguaios que abriram a competição com uma goleada de 4 a 0 diante do Chile. Empolgado com o triunfo, o dirigente uruguaio Héctor Rivadavia Gómez fundou em 9 de julho daquele ano (data de aniversário da independência argentina) a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que até hoje organiza o torneio. A primeira edição contou com quatro seleções: Brasil, Argentina, Chile e o campeão Uruguai. No ano seguinte mais uma vez a Copa América foi disputada e teve o Uruguai como campeão. Os uruguaios também sediaram o evento.

Nas primeiras edições apenas Brasil, Argentina, Uruguai e Chile disputaram a competição. Somente em 1921 o Paraguai entrou no duelo. Naquela ocasião a Argentina, que voltava a sediar o torneio, conquistou seu primeiro título. Os uruguaios, aproveitando-se do fato de contarem com a Celeste campeã olímpica em 1924 e 1928 ganhou a maioria das edições dos anos 20.

Devido a brigas políticas, o Campeonato Sul-Americano, como era conhecido, deixou de ser disputado entre os anos de 1929 e 1935. Somente em 1939 um campeão saiu do eixo Brasil-Argentina-Uruguai. O Peru conquistou aquela edição. Já na edição de 1942 aconteceu a maior goleada da história, com a Argentina aplicando 12 a 0 no Equador. Já o atacante chileno Enrique Hormazábal pode se orgulhar de ter marcado o milésimo gol da Copa América, na goleada de 7 a 1 sobre os equatorianos, na edição de 1955.

O eterno Zizinho divide com o argentino Noberto Méndez o posto de maior artilheiro em uma única edição, feito alcançado em 1957, quando o brasileiro anotou 17 gols.

Em 1959 a Copa América teve duas edições. A primeira delas foi a única disputada pelo Rei Pelé, que se sagrou artilheiro com oito gols. Porém os brasileiros perderam o título para a Argentina numa final no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e que teve uma péssima arbitragem, que fez de tudo para os platinos ficarem com o troféu. Ainda em 1959, atendendo a um pedido do Equador, que queria inaugurar seu Estadio Modelo, de Guayaquil, a Conmebol realizou uma segunda edição no mesmo ano e o Uruguai se sagrou campeão.

Assunto em moda atualmente, a altitude entrou pela primeira vez na Copa América em 1963, quando a Bolívia sediou o evento e conquistou o único título de sua história, com uma facilidade de não deixar dúvidas os efeitos dos 3.600 metros de altura causam nos adversários.

Nas edições de 1975, 1979 e 1983 a Copa América não teve uma sede fixa, com as seleções se enfrentando em vários países e com regulamentos diferenciados. Apenas em 1987 o torneio voltou a ter uma sede fixa, a Argentina, e o Uruguai foi campeão. O ano é de trista lembrança para a Seleção Brasileira, que sofreu a histórica goleada de 4 a 0 para o Chile. Também em 1987 pela primeira vez a Copa América era televisionada para países de fora da América do Sul.

Em 1993 pela primeira vez os países da Concacaf participaram da disputa. México e Estados Unidos foram os convidados e mostraram que poderiam contribuir muito para melhorar o nível técnico. Os mexicanos, liderados pelo lendário atacante Hugo Sánchez, ficaram com o vice-campeonato, sendo superados pela Argentina na decisão.

Em 1995, no Uruguai, outro brasileiro ficaria famoso, apesar de o título ter ficado com o Uruguai. O atacante Túlio Maravilha, então no Botafogo, marcou um gol usando o braço nas quartas de final contra a Argentina. Diante dos irritados jornalistas argentinos na coletiva após o jogo ele fez uma provocação com o gol de mão de Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986.

“Se aquele gol de Maradona foi com a mão de Deus, esse contou com o braço de Nossa Senhora”, disse Túlio, que perderia um pênalti decisivo na grande final, fato que contribuiu para a conquista do título pelo Uruguai.

Em 2001 a Copa América foi disputada num clima de guerra civil, devido aos problemas da Colômbia, a sede, com guerrilhas e com o narcotráfico. O fato assustou a Argentina, que sequer enviou delegação. Liderado pelo técnico Luiz Felipe Scolari o Brasil cometeu outro histórico vexame ao ser eliminado pela modesta seleção de Honduras. Um ano depois a Família Scolari daria a volta por cima e se sagraria pentacampeã do mundo.

Nos anos de 2004 e 2007 a competição foi um pouco esvaziada porque alguns atletas que atuavam na Europa não quiseram disputá-la, por conta do período de férias no Velho Continente. Mesmo assim a rivalidade rendeu duas grandes disputas, com o Brasil ganhando duas finais consecutivas diante da Argentina.

Já em 2011 o destaque ficou por conta do Uruguai, que aproveitou a base que tinha ficado em terceiro lugar na Copa do Mundo de 2010 para reconquistar a América. A anfitriã Argentina deu vexame e caiu nas quartas, assim como o Brasil, que tinha um desorganizado time montado por Mano Menezes e foi eliminado pelo Paraguai nos pênaltis.

Na última edição, em 2015, o Brasil caiu nas quartas de final, nos pênaltis, e mais uma vez para o Paraguai. O Chile se aproveitou do fator campo para bater a Argentina na final, também nas penalidades, após empate sem gols.

SISTEMA DE DISPUTA

O sistema de disputa da Copa América do centenário é diferente das anteriores. Ao todo são 16 equipes divididas em quatro grupos de quatro seleções. Os dois melhores de cada chave avançam para as quartas de final, que será no sistema de mata-mata, assim como as semifinais e a decisão.

No Grupo A a Colômbia surge como favorita, enquanto que Paraguai e o anfitrião Estados Unidos devem brigar pelo segundo lugar. Costa Rica corre por fora. Nada de novo para uma seleção que na primeira fase da Copa do Mundo deixou Inglaterra, Itália e Uruguai para trás em seu grupo.

Pelo Grupo B o Brasil é o favorito e deve passar em primeiro lugar, tendo trabalho no confronto direto com o Equador. O Peru sonha em surpreender, enquanto que o Haiti se desenha o rival mais fraco entre os 16 participantes.

Já o Grupo C tem Uruguai e México como grandes favoritos, com Jamaica e Venezuela sonhando em conquistarem alguns pontinhos.

Argentina e Chile despontam como virtuais classificados do Grupo D, que tem Bolívia e Panamá como figurantes.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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