Valkyrie e SC63: resultados próximos, caminhos opostos
Valkyrie celebra primeiro pódio em ano de estreia; Lamborghini fica em 4º na despedida.
Na Petit Le Mans, realizada em Road Atlanta no último sábado, a Aston Martin Valkyrie AMR-LMH da THOR Team e a Lamborghini SC63 da Automobili Lamborghini Squadra Corse tiveram desempenhos próximos, mas com desfechos e perspectivas distintas. A Aston Martin, em sua temporada de estreia na classe GTP do IMSA, conquistou seu primeiro pódio, terminando em segundo lugar com os pilotos Ross Gunn, Roman de Angelis e Alex Riberas, atrás apenas do Cadillac Whelen V-Series.R nº 31. Já a Lamborghini, em sua última corrida antes da pausa do programa SC63 em 2026, ficou em quarto com Romain Grosjean, Edoardo Mortara e Daniil Kvyat, ficando a poucos passos do pódio.
A Aston Martin Valkyrie, equipada com um motor V12 naturalmente aspirado, superou as expectativas em sua primeira temporada. Após enfrentar dificuldades iniciais, com problemas de confiabilidade nas primeiras corridas da IMSA e do WEC, o time trabalhou intensamente. “Havia alguns problemas iniciais, como esperado em um programa novo, mas trabalhamos muito na confiabilidade no início do ano. Não focamos na performance até depois de Le Mans”, explicou Gunn. O progresso foi notável: o Valkyrie terminou as 24 Horas de Le Mans com dois carros, alcançou o sexto lugar na prova sprint de Road America, o quinto nas 6 Horas de Fuji (após um terceiro lugar na classificação) e, agora, o segundo lugar na Petit Le Mans.
“É enorme para todos”, destacou Gunn sobre o pódio. De Angelis, que assumiu o trecho final, revelou a surpresa com o resultado: “Se me dissessem hoje cedo que ficaríamos em segundo, eu provavelmente teria rido. Com base em Indianápolis, que foi um fim de semana difícil, estar em segundo na Petit Le Mans, uma das corridas mais duras, é especial”.
O projeto do Valkyrie teve um caminho tortuoso. Anunciado em 2019, foi cancelado em fevereiro de 2020, mas retomado em outubro de 2023 com o apoio do The Heart of Racing Team (THOR). “Foi um privilégio fazer parte de algo que está em constante melhoria”, disse Gunn, que destacou o objetivo de brigar por posições melhores no fim da temporada. Com o pódio, a Aston Martin ganha impulso para a Rolex 24 At Daytona, em janeiro de 2026, onde o Valkyrie, com seu visual marcante e som único, promete ser competitivo.
Já a Lamborghini SC63 teve um desfecho agridoce. A equipe Riley Motorsports, que assumiu o programa tardiamente na temporada 2024/25, introduziu uma grande atualização na suspensão traseira em Indianápolis, o que elevou o desempenho na Petit Le Mans. Grosjean chegou a ocupar o segundo lugar, mas uma parada crítica nos últimos cinco minutos, devido à falta de energia, custou o pódio. “Foi um resultado incrível para toda a equipe”, afirmou Grosjean, apesar das dificuldades. “Tivemos pequenos problemas que nos custaram tempo nos pits. Esperávamos uma bandeira amarela no final, mas a sorte não estava do nosso lado”, completou. Mortara reforçou: “É um final agridoce. Mostramos potencial, mas precisávamos de uma amarela no fim. Ainda assim, o time fez um ótimo trabalho”.
A trajetória da SC63 foi marcada por desafios ao longo de dois anos, culminando na decisão da Lamborghini de pausar o programa em 2026. Há incertezas sobre seu retorno, e muitos veem o quarto lugar como uma despedida digna, mas com potencial não totalmente explorado. A Riley Motorsports, que também encerrou seu programa LMP2 após a aposentadoria de Gar Robinson, agora foca em um novo projeto na classe GTD com o Ford Mustang GT3 em 2026.
Enquanto a Aston Martin celebra um marco em sua estreia e projeta avanços, a Lamborghini reflete sobre um ciclo encerrado com promessas, mas sem garantias de continuidade.