Ferrari: em busca de respostas para seguir brigando
Depois do fraco resultado em Spa, não há tempo para lamentação pela Ferrari. O GP da Holanda também é importante para Monza...
A Ferrari saiu de Spa procurando entender o que aconteceu. Após chegar cheia de esperanças de vitória, confiando no uso de motor mais novo e do revisado sistema elétrico, os italianos levaram um tremendo baile da Red Bull.
Leclerc pode até alegar que o seu início de prova foi bem prejudicado pela viseira de Verstappen que entrou no seu duto de freio e forçou a antecipar a parada. Mas em nenhum momento o F1-75 mostrou estar em condições de lutar com o RB-18. Além da configuração aerodinâmica ser pior do que a dos taurinos, a Ferrari também levou um baile na gestão de pneus....
Porém, agora Zandvoort é bem diferente de Spa. Saímos de uma pista de alta velocidade para um traçado bem mais travado. Os pontos fortes que os carros devem ter é a carga aerodinâmica e tração, especialmente por conta das curvas 3 e 14, extremamente inclinadas. E o que vimos até aqui, a Ferrari tem entregado bastante nestes aspectos.
A questão que aparece aí é como os carros irão se comportar com os pneus. Para esta prova, a Pirelli indicou a gama mais dura (C1/C2/C3) e a temperatura não deve ser das mais altas. As condições de clima estão variando muito, mas se a situação de baixa temperatura ambiente permanecer, a aposta será utilizar ao máximo os compostos mais macios (C2/C3), até porque o asfalto não é tão abrasivo.
Este aspecto pode ajudar a Ferrari também por permitir não usar um acerto tão agressivo para que os compostos cheguem à temperatura ideal de funcionamento. Isso acabou sendo problemático nas últimas etapas. Mas os italianos precisavam fazer alguma coisa para tentar se manter na briga pelo título de Construtores e de Pilotos.
Binotto tenta manter o moral alto, mas a equipe dá mostras de já olhar para 2023. Um dos pontos que poderiam dar algum alento foi a chegada do novo sistema elétrico, que não geraria mais potência, mas seria mais leve. Para uma pista como Zandvoort, o seu bom funcionamento pode auxiliar nas saídas de curva.
É importante um bom desempenho em Zandvoort pois a corrida seguinte é em casa. Monza é a catedral ferrarista por excelência e a organização espera o melhor público em anos. Sem contar a questão da disputa pelo segundo lugar no Campeonato de Construtores com a Mercedes e a recuperação da vice-liderança por parte de Leclerc.
Mesmo com tudo parecendo dar errado, a Ferrari não pode desistir. Ainda há coisa em disputa e até mesmo para manter o interesse do público pelo campeonato. Verstappen e Red Bull estão muito bem, mas aproveitando bastante das falhas italianas. O salto dado pela Ferrari este ano foi impressionante. Porém, não o bastante para ser líder...