‘Bortoleto tem que ter a Fórmula 1 até nos sonhos’, diz Felipe Massa
Piloto de 20 anos recolocou o Brasil no grid da categoria
Gabriel Bortoleto é o mais novo brasileiro na Fórmula 1, sucedendo Felipe Massa após uma longa espera. Ele enfrentará desafios na Sauber e o experiente Nico Hülkenberg como colega.
Antes da chegada de Gabriel Bortoleto à Fórmula 1, Felipe Massa era o último brasileiro a competir como titular no grid mais cobiçado do mundo. Vice-campeão em 2008, o ex-piloto da Ferrari e Williams deixou a categoria em 2017.
Desde então, os fãs de automobilismo viram o Brasil sendo representado apenas quando Pietro Fittipaldi substituiu Romain Grosjean pela Haas nas duas últimas etapas de 2020.
Agora, após sete temporadas, a espera chego ao fim com o início das atividades do Grande Prêmio da Austrália, que abre o calendário do mundial. Passado tanto tempo, o piloto de 20 anos irá lidar com a apreensão do público por um novo ídolo no esporte.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Para o garoto começar bem sua trajetória na categoria, Massa deu alguns conselhos ao “amigo” Bortoleto, que terá que trabalhar duro para se firmar no grid.
“Eu acho que o Gabriel tem que ter em mente que é um momento muito importante na vida dele, é o sonho da vida dele, e ele tem que trabalhar 24 horas pensando nisso. Ele tem que ter a Fórmula 1 na cabeça dele desde quando ele acordar até a hora que ele for dormir, e até nos sonhos”, disse o vice-campeão mundial.
Uma coincidência chama a atenção nas trajetórias de Massa e Bortoleto. Ambos entraram na Fórmula 1 vestindo o macacão da Sauber. Atualmente, porém, a escuderia vive dias de pouco brilho e amargou a última colocação do campeonato de construtores com apenas quatro pontos em 2024.
Mesmo com as lutas que terá que enfrentar até mesmo para pontuar, o piloto brasileiro precisa aproveitar o momento para aprender e, claro, mostrar sua personalidade dentro da Sauber.
“Ele tem em mente que o aprendizado é fundamental nesse momento, a parte física, a parte mental, a parte de experiência junto com a equipe, junto com os engenheiros e todas as pessoas que trabalham dentro da equipe. Ele tem que ter a personalidade dele, ele tem que dizer aquilo que ele gosta, aquilo que ele quer para ele, o estilo de pilotagem dele. Ele tem que fazer a equipe entender o mais rápido possível o estilo de pilotagem dele, aquilo que funciona para ele, analisando o jeito que ele guia, e ele também, logicamente, evoluir em todas as áreas. Ter áreas onde talvez seja um pouco mais difícil, né, então é focar 100% em todas as áreas e na aprendizagem, no que ele consegue aprender dentro da equipe”, continuou.
Quanto ao ano de estreia de Bortoleto, Massa sabe que o brasileiro terá o companheiro de Sauber como principal concorrente ao longo do campeonato. Ou seja, mais do que qualquer outra coisa, o garoto precisa competir contra o experiente Nico Hülkenberg, de 37 anos.
“A gente sabe que o maior concorrente de qualquer piloto é o seu companheiro de equipe. Então, ele tem um companheiro de equipe muito rápido, todos sabem que se ele tiver um ano competitivo, né? Não estou nem dizendo na frente, logicamente na frente ainda melhor, mas um ano competitivo com o Nico Hülkenberg, isso vai ser muito importante para o futuro da carreira do Gabriel. E a gente espera que ele tenha um carro que evolua aí durante o campeonato. Não parecia um carro muito rápido nos treinos, mas a gente espera que a Sauber possa evoluir o carro durante o campeonato e o Gabriel ter totalmente assistência para mostrar o seu talento”, completou.
Mesmo com um carro pouco competitivo, Bortoleto chega à F1 com moral. Ele se credenciou ao cockpit da Sauber com os títulos da Fórmula 3 e Fórmula 2. Mais do que apenas levantar os troféus, o brasileiro fez isso de maneira consecutiva nos anos em que estreou nas categorias.
O feito é tamanho que apenas outros três pilotos conseguiram desde a criação da F2 em seu formato atual, em 2017: Charles Leclerc (2016 - 2017), George Russell (2017 - 2018) e Oscar Piastri (2020 - 2021), que hoje competem, respectivamente, por Ferrari, Mercedes e McLaren, três das principais equipes da F1.