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AlphaTauri vira decepção em 2021 e passa a depender do brilho de Gasly para reagir

Quem acompanhou a pré-temporada esperava um passo adiante da AlphaTauri em 2021. Não deu: o carro segue no mesmo nível de 2020. É hora de apostar as fichas no bom momento de Pierre Gasly, até porque Yuki Tsunoda vai precisar de tempo para evoluir e confirmar expectativas

18 mai 2021 - 04h17
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Pierre Gasly virou a esperança da AlphaTauri
Pierre Gasly virou a esperança da AlphaTauri
Foto: Lars Baron/Getty Images / Grande Prêmio

Quem quiser olhar a repercussão dos testes de pré-temporada vai notar uma reação padrão no público e na imprensa: a sensação de que a AlphaTauri tinha ido no embalo da Red Bull e virado uma equipe mais forte em 2021. Considerando que a equipe já tinha ido muito bem em 2020 e se livrado do supostamente fraco Daniil Kvyat para contratar Yuki Tsunoda, o futuro parecia brilhante. Mas não: a equipe ainda pontua apenas com migalhas e segue impotente dentro do pelotão intermediário. O que houve de errado?

A resposta para essa pergunta tem a ver com expectativas. Olhando o Mundial de Construtores, a AlphaTauri não está necessariamente péssima. Pelo contrário: está em sexto, superando a Aston Martin. A definição que encabeça esta análise, 'decepção', é subjetiva e talvez não plenamente correta. Acontece que isso só é verdade quando se pensa no histórico da equipe italiana, sempre na metade de trás do grid. Quando se pensa na equipe que deveria acompanhar a Red Bull e virar habitué da zona de pontos, a situação de momento não é necessariamente a melhor.

O contexto das corridas disputadas até aqui deixa isso bem claro. O sétimo lugar em Ímola é o melhor resultado do ano, justamente em uma corrida chuvosa e de muitos erros, mas com Pierre Gasly evitando erros. Em Portimão e Barcelona, dois décimos lugares que não empolgam ninguém de verdade. Afinal, o francês se acostumou a terminar entre os seis primeiros ao natural. Em condições mais loucas, conseguiu até vencer. Só que isso tudo já parece preso a 2020.

Pierre Gasly ficou no top-10 nas últimas três corridas
Pierre Gasly ficou no top-10 nas últimas três corridas
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

Essa decepção passa também pelo segundo piloto: o supracitado Tsunoda, que deveria ser muito melhor que Kvyat. Essa foi a análise exagerada feita ao fim do GP do Bahrein, em que o japonês foi nono, pontuando logo na estreia. Elogios vieram aos montes, e da boca de gente do calibre de Ross Brawn, lendário engenheiro e atual diretor-esportivo da F1. O pupilo parecia destinado a confirmar expectativas e pontuar com frequência.

Não foi o caso. Nem de perto: Tsunoda cometeu erros e mais erros nos três GPs seguintes, não indo além do 12° lugar. Três corridas sem pontos, logo enquanto Gasly conseguia ao menos se sustentar na rabeira do top-10. Menos, portanto, do que o Kvyat fazia em 2020. Foi um choque de realidade: o japonês, apesar de ter talento, ainda precisa lidar com uma curva acentuada de aprendizado ao longo dos próximos meses. Até lá, é muito mais um aprendiz do que necessariamente um reforço em Faenza. Isso mesmo: a AlphaTauri está em sexto no Mundial não por causa do japonês, mas apesar do japonês. É uma constatação, não uma crítica. Quem quer pontuar bem na F1 não pode depender de alguém que ainda está se acostumando com bólidos muito mais potentes e com muito mais downforce.

Isso deixa a AlphaTauri na posição ingrata de contar com um piloto para somar todos os pontos, salvo um que outro resultado melhor de Tsunoda nesse primeiro momento. A sorte é que a Aston Martin passa por algo semelhante com Sebastian Vettel, porque um piloto melhor adaptado no segundo carro bastaria para ganhar posição no Mundial. Para as duas equipes, a expectativa é de contar de verdade com as contribuições dos dois lados da garagem.

Yuki Tsunoda virou um piloto errático
Yuki Tsunoda virou um piloto errático
Foto: Red Bull Content Pool/Getty Images / Grande Prêmio

A questão é que, mesmo que a AlphaTauri encontre forças para segurar a Aston Martin e terminar o Mundial em um bom sexto lugar, a temporada já parece destinada a ser menos do que poderia ter sido. Gasly, o cara que valorizou seu passe e deixou claro que precisa de novas grandes oportunidades na F1, vai passar mais um tempo tentando apenas pontuar. A cena mágica vista na pré-temporada, de uma equipe que poderia ficar pé na parte alta da zona de pontos, não se sustentou. Será, afinal, mais do mesmo em Faenza. O apoio progressivamente maior da Red Bull, que cede peças e know-how, não se converte em uma evolução nas pistas.

Se a tendência de depender do bom momento de Gasly para conseguir resultados se confirmar, a AlphaTauri vê adiado em um ano o tal passo adiante. A temporada 2021 ainda está no começo, mas talvez seja a hora de pensar com mais carinho em como progredir em 2022.

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