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"Passo a passo", Otávio sonha com grande clube europeu e Seleção

26 jul 2018 - 09h05
(atualizado às 09h05)
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O ano era 2015, e Otávio Henrique Santos foi o maior ladrão de bolas do Campeonato Brasileiro daquele ano, vestindo a camisa do Atlético-PR. A temporada em si, não foi das melhores para o clube, porém, na seguinte, o Furacão conseguiria uma vaga na Libertadores da América de 2017. O volante, mais uma vez foi peça fundamental no time, na época, dirigido por Paulo Autuori.

Na competição continental, Otávio tem sua maior recordação vestindo a camisa Rubro-Negra. Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, o jogador relembrou a partida que valeu a vaga para as oitavas de final da Libertadores de 2017.

"Um jogo que guardou, que eu tenho de recordação é o da Libertadores, último jogo da fase de grupos, que a gente se classificou, naquele jogo de viradas de placares, a gente conseguiu uma grande vitória e eliminar a equipe do Flamengo. Esse jogo foi lá no Chile, contra a Universidad Católica, e esse jogo ficou marcado na minha memória. E vai ficar marcado por muitos anos", afirmou o volante.

Mesmo longe do Furacão há quase um ano, a torcida faz questão de mandar mensagens nas redes sociais do atleta. Sobre o carinho, Otávio garante que foi fruto de sua dedicação ao clube. "Fico feliz de saber que tenho o carinho ainda dos torcedores do Furacão, que sabe que é fruto do nosso trabalho, que a gente constrói isso durante os anos que passei dentro do clube. Então, fico muito feliz e grato a Deus por ter o reconhecimento do trabalho, que é o que todo atleta busca com seu trabalho, com sua dedicação, que seja o reconhecimento de todos", disse.

Aliás, o Atlético, é um dos clubes que têm uma das maiores estruturas do Brasil. O CT do Caju é um dos mais elogiados. No entanto, o time conquistou o Campeonato Brasileiro em 2001, chegou na final da Libertadores de 2005 e a decisão da Copa do Brasil em 2013. Sobre o fato da equipe incomodar tão pouco os grandes, Otávio garante que é apenas questão de tempo para um crescimento maior.

"O Atlético nos últimos anos vem fazendo grandes campanhas, às vezes oscila bastante dentro das competições. Mas, eu acho que é só questão de tempo para que possa estar sempre lá em cima, sempre brigando por títulos e conquistando títulos, que com toda a estrutura, com todo o profissionalismo que tem o clube, formação de grandes talentos, tem tudo para ser uma das maiores potências do futebol brasileiro", disse.

Chegada ao Bordeaux e boa primeira temporada

Depois de se destacar em Curitiba, Otávio acabou deixando o clube em agosto do ano passado, rumo ao Bordeaux, da França. A transação resultou em 7,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 27 milhões). Na primeira temporada com o clube, terminou o Campeonato Francês em sexto lugar, fez uma avaliação positiva e pensa em evolução.

"A minha primeira temporada aqui no Bordeaux foi para mim muito positiva. Uma temporada que eu sabia que ia ter dificuldades, por conta de adaptação de clima, de cultura, de estilo de jogo, tudo. E para mim, individualmente foi bem melhor do que eu esperava. Consegui atuar bastante, consegui me adaptar super bem. Com certeza, eu tenho que evoluir, crescer cada vez mais. A segunda temporada minha aqui, espero que seja melhor que a do ano passado, e só tenho que agradecer a Deus e aos meus companheiros, que me ajudaram muito na minha adaptação", avaliou.

Com a sexta colocação garantida, o Bordeaux conquistou uma vaga na próxima edição da Liga Europa. Porém, o time já estreará nesta quinta-feira diante do Ventsplis, da Letônia, fora de casa, pela segunda pré-eliminatória da competição. Porém, Otávio quer mais, e pensa no time brigando por uma Champons League ou até mesmo um título.

"A gente conseguiu cumprir o objetivo do clube que era se classificar para a Liga Europa. Claro que tem o pensamento de ir para uma Champions League, estar sempre brigando pelo título. Mas a gente terminou em sexto, acho que no final foi uma grande conquista entrando na Liga Europa. E com certeza agora os planos e objetivos para essa temporada são melhores do que do ano passado, para que a gente possa estar participando da Liga Europa bem, brigando pelo título. Dentro do campeonato nacional, a gente dentro das Copas estar entre os primeiros, brigando pelo título, que é o objetivo de todo atleta e do clube também".

Ajuda de companheiros brasileiros na França e futebol francês

Chegar a um país em que você não conhece nada é um grande desafio. Segundo Otávio, ter como companheiros os brasileiros Jonathan Cafu, Malcom, Pablo e Matheus Pereira foi de suma importância para a adaptação à França, e ao futebol europeu.

"O Cafu, o Malcom, o Pablo, o Matheus que estava aqui também. São pessoas, atletas que me ajudaram bastante no dia-a-dia no clube, na adaptação, para que eu possa estar bem com a minha família, com os amigos e dentro do clube mesmo para eu desempenhar o meu melhor futebol. Dentro do clube quando você quando chega em um país você não sabe o idioma, não entende de cultura, não entende de nada e você ter pessoas que você pode contar ali, que pode te ajudar, é muito importante na sua adaptação, no país onde você está", contou.

Um dos maiores problemas que cercam o futebol brasileiro é o calendário. Com o excesso de jogos, é quase impossível para os times praticarem o esporte em alto nível com constância. Além disso, as viagens longas também contribuem para um desgaste maior dos atletas.

Perguntado sobre as diferenças entre o futebol brasileiro e o europeu, Otávio, aponta que na França, as partidas também acontecem com muita frequência, porém, viajar é bem mais tranquilo.

"Acho que a diferença para o futebol brasileiro primeiro que é o calendário né, futebol brasileiro tem muitos jogos, um em cima do outro e viagens muito longas. Aqui na Europa têm bastante jogos também, não tanto quanto o Brasil, mas as principais equipes que participam de mais torneios, elas viajam bastante. Só que as viagens são todas próximas, uma hora para cada lugar, transfere de um país para o outro em uma hora. Aí no Brasil são viagens de duas, três horas, até quatro horas de viagem você faz, fora as conexões, que isso acaba dificultando bastante os jogadores", comparou.

O meio-campista traçou um comparativo entre o futebol que se pratica na França e no Brasil, apontando as principais diferenças, especialmente no que diz respeito a bola no chão e contatos físicos.

"Dentro de campo, eu acho que no Campeonato Francês pelo menos, é um futebol muito dinâmico, e eu acho que diferencia um pouco no Brasil é com mais técnica, mais qualidade e menos contato físico, com menos futebol aéreo. Acho que essa é a grande diferença", completou Otávio.

Os planos na carreira

A carreira de jogador de futebol é curta. Sendo assim, ter um bom planejamento sobre os anos praticando o esporte é fundamental. Otávio, primeiro quer se firmar no futebol europeu, especialmente no Bordeaux, fazer uma temporada melhor que a primeira.

Por fim, como todo jogador, sonha em servir a Seleção Brasileira e atuar em um gigante da Europa. Mesmo assim, adota o discurso da cautela para conseguir alcançar os passos desejados.

"Eu pretendo me firmar como titular, como um dos principais atletas dentro do clube no qual estou hoje que é o Bordeaux. Fazer uma grande temporada, para que eu possa estar demonstrando meu valor aqui na Europa e consequentemente conquistar um grande passo para um grande clube à nível mundial e estar conquistando uma convocação para a Seleção Brasileira que é o sonho de todo atleta. Mas, isso é passo a passo. Tenho que fazer o meu melhor todos os dias para que eu possa colher os frutos lá na frente", finalizou.

* Especial para a Gazeta Esportiva

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