Vale (VALE3): BTG vê sinais promissores para as ações, mas "incerteza ainda pesa"
O BTG Pactual reiterou recomendação neutra para as ações da Vale (VALE3), mesmo avaliando sinais promissores no horizonte. Segundo o banco, ainda falta mais visibilidade sobre alguns temas envolvendo a mineradora.
"Enquanto restarem dúvidas no horizonte em relação às provisões, mudança de CEO e, em última análise, o quanto a política de incentivo ao mercado imobiliário na China trará efetivamente um aumento de demanda no setor, temos de admitir que as perspectivas têm mostrado sinais de melhora recentemente", comenta o BTG.
O banco cita que os preços do minério de ferro retornaram a US$120/t e a perspectiva para o 2T24 é boa (+30% t/t no EBITDA). Além disso, os preços dos metais básicos também estão melhorando e as autoridades chinesas estão liberando suporte de forma mais vigorosa.
"Embora ainda mantenhamos nossa classificação neutra para as ações da Vale inalterada por enquanto, devemos reconhecer que há vários sinais positivos no horizonte", reitera o BTG.
No entanto, em termos de valuation, a equipe do BTG ainda acha difícil visualizar um grande potencial de alta, mas avalia que as ações permanecem descontadas com um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024 de 4x e rendimentos de dividendos mais próximos de 9%.
"Em essência, acreditamos que ainda há uma redução de risco a ser precificada nas ações após os desenvolvimentos recentes (principalmente macro)", dizem os analistas.
Neste contexto, o BTG tem recomendação neutra para os ADRs da Vale na bolsa de Nova York, com preço-alvo de US$ 16,00 - hoje negociados a US$ 12,60.
Vale: XP vê ações descontadas e reitera recomendação de compra
Em novo relatório sobre o setor de mineração e siderurgia, a XP afirmou que a Vale está negociando com desconto em relação ao preço do minério de ferro, enquanto a CSN Mineração (CMIN3) embute prêmio em relação aos preços das commodities.
De acordo com nossa análise, vemos a Vale precificando o minério de ferro em US$ 103/t, enquanto a CSN Mineração está em US$ 117/t, -15% e -3% versus o preços spot do minério de ferro, respectivamente", diz a research.
A XP tem recomendação de compra e preço-alvo da Vale de R$ 82, um potencial de alta de 24%.
A XP atualizou também suas estimativas para CBA (CBAV3), reiterando recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 9,00/ação (33% de upside). A recomendação é impulsionada por um melhor momento para os preços do alumínio e o valuation atraente, com oportunidade de conversão de dívida em capital.
"Prevemos uma demanda estruturalmente maior por alumínio impulsionada por veículos elétricos, energia renovável, substituição de cobre e redes elétricas, enquanto o déficit de oferta de curto prazo (impulsionado pelo limite de capacidade chinês, baixos estoques na LME e escassez de bauxita) deve apoiar preços mais altos de alumínio", comenta a XP.
"Uma das mineradoras mais baratas do mundo", diz Tiago Reis
Em vídeo recente, Tiago Reis, fundador e chairman da Suno, destaca que a a Vale foi a grande mineradora do planeta que mais pagou dividendos aos seus acionistas, o que, segundo ele, traz algumas sinalizações importantes.
"A Vale está retornando capital aos seus acionistas. É uma empresa que remunera bem seus acionistas. O dividendo dá para sentir na conta, a valorização depende um pouco do humor do mercado, mas o dividendo depende 100% da empresa", descreve.
Para Reis, um outro fator é que esse dividendo da Vale é consequência do preço da ação da mineradora.
"Hoje, a Vale é uma das mineradoras mais baratas do mundo, tem múltiplos menores do que seus pares. Ela gera caixa, os outros competidores também, só que como a ação da Vale estava mais barata e continua mais barata, esse tipo de dividendo é mais representativo em relação ao preço da ação do que seus outros pares e por conta disso, ela tem pagado um dividendo substancialmente maior", acrescenta.