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Vale tem fortes ganhos no 3º tri, mas resultado líquido cai com câmbio

24 out 2018 - 20h16
(atualizado às 21h34)
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A Vale registrou lucro líquido atribuído ao acionista de 5,75 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 19,5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, sob impacto do câmbio, apesar do forte resultado operacional guiado pela demanda da China por seu minério de ferro de melhor qualidade.

Sede da Vale no centro do Rio de Janeiro, Brasil
20/08/2014
REUTERS/Pilar Olivares
Sede da Vale no centro do Rio de Janeiro, Brasil 20/08/2014 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O resultado líquido da maior produtora global de minério de ferro e níquel disparou na comparação com o segundo trimestre, quando a empresa registrou 306 milhões de reais, informou a mineradora nesta quarta-feira.

O lucro líquido recorrente, que desconsidera efeitos como de flutuações cambiais, subiu cerca de 25 por cento, para 8,3 bilhões de reais, em um período em que a empresa bateu recordes de produção e vendas de minério de ferro e pelotas, com altos prêmios.

"Os fortes resultados do terceiro trimestre mostram a mudança estrutural nos mercados de minério de ferro e aço chineses. Somos a empresa de mineração mais bem posicionada para nos beneficiarmos do 'flight to quality', dada a crescente participação de produtos premium", disse o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, no relatório.

Segundo a companhia, os prêmios de qualidade de minério de ferro e pelotas alcançaram recorde de 11 dólares/tonelada, representando um aumento de 4,2 dólares/tonelada ante o terceiro trimestre de 2017, "compensando totalmente a queda nos preços de minério de ferro".

Por outro lado, o real se depreciou 3,8 por cento em relação ao dólar, gerando um efeito contábil negativo não-caixa que reduziu o lucro líquido da Vale em 2,7 bilhões de reais.

Com os prêmios pelos seus produtos e maiores volumes, a receita líquida da mineradora somou 37,9 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de cerca de 32 por cento ante o mesmo período de 2017.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa, entre julho e setembro, de 17,4 bilhões de reais, aumentou 31 por cento ante um ano antes.

Apesar da queda de 4 dólares por tonelada nos preços do minério de ferro, o Ebitda de ferrosos aumentou no terceiro trimestre em 3,8 bilhões de reais, ante o mesmo período do ano passado, para 15,7 bilhões de reais, refletindo a estratégia da empresa de buscar margens em detrimento de volumes.

Uma busca da China por produtos que resultem em menor poluição aumentou a demanda por minério com menos contaminantes, como alumina e fósforo.

Já o Ebitda de metais básicos foi de 2,1 bilhões de reais no terceiro trimestre, uma queda de 709 milhões de reais quando comparado ao segundo trimestre, principalmente, devido aos preços mais baixos de níquel, cobre e cobalto e à parada programada de manutenção anual de Sudbury.

FLUXO DE CAIXA E DIVIDENDOS

A geração de fluxo de caixa livre de 3,1 bilhões de dólares, segundo a Vale, permitiu que a empresa se aproximasse da meta de dívida líquida de 10 bilhões de dólares.

A empresa informou que reduziu a dívida líquida para 10,7 bilhões de dólares, menor nível desde o terceiro trimestre de 2009, "praticamente" concluindo seu programa de desalavancagem. No fim do segundo trimestre, a dívida líquida era de 11,5 bilhões de dólares.

A queda da dívida ocorreu apesar do pagamento da remuneração aos acionistas de 1,9 bilhão de dólares e do programa de recompra de ações de 489 milhões de dólares, ocorrido no terceiro trimestre.

"Se entregarmos os mesmos resultados no próximo trimestre, nosso dividendo mínimo relativo ao segundo semestre, segundo nossa política, será de 2,3 bilhões de dólares, contra 1,9 bilhão de dólares no primeiro semestre", disse a Vale.

Os investimentos totalizaram 692 milhões de dólares no terceiro trimestre, sendo compostos por 123 milhões de dólares em execução de projetos e 569 milhões de dólares na manutenção das operações.

A mineradora ainda informou que aprovou investimentos de 1,1 bilhão de dólares para a expansão da mina de cobre Salobo, no Pará, em movimento que busca ampliar a produção do metal em meio a expectativas de maior demanda com o desenvolvimento de baterias para carros elétricos no futuro.

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