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Tudo que impedir operação saudável pode gerar problemas à Petrobrás, diz FMI

Sobre a interferência do presidente Jair Bolsonaro no reajuste do diesel, o diretor do FMI Alejandro Werner afirma que é preciso 'avaliar se isso pode ter um efeito em toda a economia'

12 abr 2019 - 19h14
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WASHINGTON - O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Alejandro Werner afirmou nesta sexta-feira, 12, que tudo o que impedir uma "operação comercial saudável" da Petrobrás pode gerar problemas à empresa.

Questionado sobre o efeito da interferência do presidente Jair Bolsonaro no reajuste do preço do diesel, ele afirmou que é preciso aguardar para saber a "natureza exata" da questão dos preços do combustível e o "quão duradoura" será. "Temos que avaliar qual será o impacto disso na empresa e se isso pode ter um efeito em toda a economia", afirmou Werner.

Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que determinou a suspensão do reajuste no diesel. A decisão da Petrobrás de adiar o aumento no preço do combustível fez a empresa perder R$ 32,4 bilhões em valor de mercado.

"O que temos visto na Petrobrás é que a empresa conduziu um grande esforço para corrigir o seu balanço. Avaliamos que esses esforços devem continuar e, nesse sentido, qualquer coisa que impeça a operação comercial saudável da Petrobrás pode gerar problemas (para a empresa). Quão grandes esses problemas podem ser? Precisaremos ver o quanto essas influências permitirão, agora, à Petrobrás, seja gerida como uma empresa mais eficiente e lucrativa", afirmou Werner. Segundo o diretor do FMI, ele se refere a problemas para a capacidade financeira da empresa.

Também em Washington, para as reuniões de primavera do FMI, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que não há risco de que o governo Bolsonaro adote uma política de controle de preços - algo pelo qual o governo da ex-presidente Dilma Rousseff foi criticado. Apesar de não comentar especificamente a situação da Petrobrás, Campos Neto afirmou que "economistas liberais acreditam na menor intervenção possível".

Werner disse que economistas e investidores tem sido "encorajados" e recebido bem a agenda de política econômica que tem sido veiculada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. "Obviamente, no curto prazo, a evolução da negociação da reforma da Previdência é a questão mais saliente, por conta do seu nível de importância fiscal, e também porque tem uma complexidade política que irá mostrar realmente quão comprometido está o Congresso brasileiro em resolver os problemas econômicos que o Brasil está enfrentando", afirmou o diretor do FMI.

Estadão
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