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Serviços do Brasil têm em março maior contração em 8 meses com demanda afetada por pandemia, aponta PMI

6 abr 2021 - 10h03
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A intensificação da pandemia de Covid-19 e as restrições mais rígidas para conter sua disseminação golpearam em cheio em março o setor de serviços do Brasil, que encolheu no ritmo mais forte em oito meses, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta terça-feira.

Loja no Rio de Janeiro 14/3/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Loja no Rio de Janeiro 14/3/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O PMI de serviços para o Brasil caiu a 44,1 em março, de 47,1 em fevereiro, aprofundando-se pelo terceiro mês seguido ainda mais abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, segundo dados do IHS Markit. Além disso, foi o ritmo mais forte de redução desde julho de 2020.

O resultado foi atribuído à fraqueza contínua da demanda, intensificação da crise de Covid-19 e restrições mais rigorosas para conter a doença, o que levou a forte queda na entrada de novos trabalhos.

O fluxo de novos trabalhos recuou em março pelo terceiro mês seguido e no ritmo mais forte desde junho passado, com os cinco subsetores em contração --Serviços ao Consumidor registrou o decréscimo mais acentuado.

O mês foi marcado ainda por renovado declínio nas encomendas do exterior, o mais intenso desde outubro, depois de registrarem crescimento em fevereiro.

A queda na entrada de novos trabalhos associada aos esforços para reduzir custos provocou mais cortes de empregos entre os fornecedores de serviços em março. A diminuição foi a quarta seguida e a mais forte desde outubro do ano passado.

Quatro dos cinco subsetores registraram perdas de emprego, sendo a única exceção o das empresas de Informação e Comunicação.

Os prestadores de serviços também viram seus gastos aumentarem mais, com a inflação de insumos acelerando para o nível mais elevado em mais de cinco anos, devido a preços elevados de alimentos, combustíveis, insumos, equipamentos de proteção individual e serviços públicos.

Também foram mencionadas a depreciação do real frente ao dólar e a escassez de matérias-primas.

Em resposta, os preços de venda foram elevados, mas a taxa de aumento diminuiu ante a máxima recente de fevereiro, com algumas empresas dando descontos para tentar ganhar competitividade.

Diante dessa situação, a confiança de que a atividade aumentará ao longo dos próximos 12 meses permaneceu entre os fornecedores de serviços do Brasil, mas foi contida pelas crescentes preocupações com o aumento de casos de Covid-19.

A fraqueza no setor de serviços e a redução no ritmo de crescimento da indústria no Brasil levaram o PMI Composto a cair a uma mínima em nove meses de 45,1 em março, ante 49,6 em fevereiro.

"A confiança empresarial sofreu um golpe com as empresas cada vez mais preocupadas com o aumento no número de casos (de Covid-19) e a possibilidade de as restrições permanecerem por um tempo. Onde foi registrado otimismo, os entrevistados mostraram esperanças de distribuição mais rápida de vacinas contra a Covid-19", disse a diretora associada de economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

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