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Seguro de vida: como fazer o planejamento do jeito certo

As pessoas conectam o seguro à morte e ninguém quer comprar um seguro de morte. Mas não é assim.

26 mar 2022 - 04h00
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Foto: Reprodução

Visto como um produto desnecessário, o seguro de vida raramente está incluído no planejamento financeiro das pessoas. Das muitas explicações que já escutei, as mais frequentes são: Não quero deixar dinheiro pra enriquecer ninguém; já fiz muito em vida, depois que eu morrer, eles se viram com as contas; prefiro usufruir do dinheiro em vida; acho mais vantajoso poupar dinheiro e deixar de herança; sou otimista, não gosto de pensar em morte, porque não quero morrer agora; não gosto porque fui pegar um empréstimo e o rapaz do banco disse que eu precisava comprar um seguro.

Ao que me parece, as pessoas conectam o seguro à morte e ninguém quer comprar um seguro de morte, né? Daí vêm as outras questões, como a comercialização incorreta, que deixa a impressão de que o produto é tão ruim que só se vende embutido em algum serviço. Tudo isso misturado, nos leva ao real problema: as pessoas não sabem dos benefícios de um seguro, não sabem escolher qual é o ideal e por isso não adquirirem, ou cancelam assim que possível.

Eu sou à favor de seguro e te digo a razão: em um planejamento financeiro individual ou familiar, o maior risco que nós corremos vem de terceiros, então não adianta fazer um ótimo planejamento individual e ignorar o seu risco pessoal e o familiar. 

Seguro de vida: como fazer o planejamento do jeito certo:

Imagine você com sua reserva montada, pronto pra fazer uma grande viagem e alguém da sua família falece. Se já não bastasse a dor da perda, há um gasto considerável nesse momento. Depois disso, tem que fazer o inventário da casa em que ele morava e ninguém mais da família tem condições de ajudar, e mais um bom dinheiro é consumido. 

Durante o processo, a família, que era mantida com o dinheiro do empreendedor falecido, fica sem recursos, aluguel atrasado, filho doente, comida acabando. Alguém vai precisar ajudar, enquanto eles não conseguem se organizar. E esse alguém talvez seja você!

É um cenário bastante triste, mas você deve conhecer alguns casos parecidos com esse, não é mesmo? Como no Brasil apenas 15% da população possui seguro de vida, é provável que os outros 85% deixem os dependentes com problemas financeiros e que praticamente 100% tenha que lidar com esse tipo de situação em algum momento.

Por isso o ideal é que todos tenham seguro, mesmo aqueles que vão deixar bens para a família, porque como vimos no exemplo acima, deixar uma casa, mas não o dinheiro do inventário, e o suficiente para a sobrevivência por um período, ajuda, mas não resolve. 

Principalmente se essa pessoa não estava contribuindo para o INSS, se não deixa uma pensão para os filhos pequenos, mas sim dívidas com amigos, bancos, agiotas... 

Hoje aproximadamente 70% da população está endividada, então como é que fica a família, se o membro que era o responsável pela geração de renda vem a falecer? Durante todo esse tempo de pandemia, muitas famílias passam por isso. Não seria menos doloroso, se ao menos a parte financeira não fosse também um problema?

É aí que entra o seguro de vida, que pode ter cobertura para funeral, morte natural e acidente, e deixar um dinheiro para ajudar quem fica a se manter de pé.

Além dessas coberturas, também existe a possibilidade de perdermos a capacidade de trabalhar, ficando com invalidez total ou parcial, temporária ou permanente, e imagine como é difícil ter que manter uma casa, uma família e não poder contar com aquela pessoa que gerava renda, e que agora passa a dar uma despesa que antes não existia. O seguro pode ajudar nisso também, porque tem várias coberturas para casos assim, em que em vida o segurado precisa de apoio.

Percebe que isso não tem nada a ver com deixar dinheiro para enriquecer quem fica?

Imagine se as pessoas que você já viu partindo tivessem um bom seguro, suas famílias não teriam se recuperado mais facilmente do baque? 

Eu tenho seguro, meus familiares também e é uma despesa da qual não abro mão, mesmo tendo minhas reservas.

Agora pra você escolher o seu, busque por um produto que tenha as seguintes coberturas:

  • • Morte natural e acidental;
  • • Invalidez total e parcial, temporária e permanente, em caso de acidentes e doenças graves;
  • • Assistência funerária (de preferência que se estenda a outros membros da família, porque não garanto que você vá conseguir convencer a todos);
  • • Renda em decorrência de internação prolongada.

Concorrer a sorteios ou ter uma grana para sacar ao fim do plano não deve ser levado em conta ao escolher o seguro de vida, ok? E sim as coberturas e valores indenizatórios (além da parcela caber no seu orçamento). 

Ou seja, se você e sua família têm uma faixa de gastos de 4 mil reais por mês, você é a única pessoa que trabalha e moram em casa própria, na sua falta precisarão de 4 mil reais por mês para continuarem se mantendo, mais um valor para o inventário. Então, um seguro que deixa 20 mil reais de cobertura, mal seria suficiente para que a família se mantivesse por 2 meses. 

Faça o cálculo de acordo com sua realidade e o tempo que você imagina ser necessário para que seus dependentes passem a se manter sozinhos. Serão 6 meses, 1 ano, 5 anos? Depende de cada caso, mas escolha o seguro que apresente a cobertura que você precisa, por um valor que você pode pagar.

Um ponto importante é que todos os geradores de renda de uma família precisam ter o seguro de vida, porque a falta de qualquer pessoa pode ser sentida, mas daqueles que geram renda, a falta financeira pesa também.

Espero ter conseguido te mostrar que, para além do que se fala em relação ao seguro de vida, ele pode evitar que famílias passem por situações de aperto e desespero. Veja com seu banco e corretoras de seguros, pesquise e escolha o que se encaixar melhor pra você e seus dependentes financeiros. 

Converse com os pais, irmãos, companheiro, para saber quem tem e conte para alguém de confiança sobre o seu também, afinal, alguém vai ter que ligar e cuidar disso, se algo acontecer.

E não se esqueça, ter um seguro não determina seu tempo de vida e sim a segurança de seus planos e das pessoas que você ama.

(*) Mari Ferreira é especialista em educação financeira, consultora, palestrante, criadora de conteúdo e autora do livro “Tostão Furado: Do Zero à Liberdade Financeira”.

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