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Secretário de Santa Catarina elogia Fazenda, mas fala em buscar meio-termo com o governo federal

"Nas próximas semanas, os secretários vão se reunir e discutir o projeto", disse Cleverson Siewert

27 mar 2024 - 15h25
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Apesar de ter sido bem recebida pelas unidades federativas, a proposta do governo federal para de renegociação das dívidas dos Estados apresentada nesta terça-feira, 26, pelo Ministério da Fazenda, ainda é vista como um "rascunho inicial", e secretários e governadores pretendem buscar um "meio-termo" entre o que foi apresentado pelo governo Lula e suas demandas. A avaliação é do secretário da Fazenda de Santa Catarina, Cleverson Siewert, em conversa com o Broadcast Político.

"O governo abre uma linha de diálogo importante", disse, elogiando a proposta feita pelo ministro Fernando Haddad, mas ressaltando que o tema ainda está em estado inicial. Não poupando elogios à condução do ministro da Fazenda no tema, Siewert disse que questões como a do indexador da dívida dos Estados ainda vão demandar debates, assim como as contrapartidas exigidas pelo Executivo.

Haddad elaborou proposta de renegociação das dívidas dos Estados
Haddad elaborou proposta de renegociação das dívidas dos Estados
Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO / Estadão

"Nas próximas semanas, os secretários vão se reunir e discutir o projeto", disse, pontuando que o governo federal apresentou uma coisa, enquanto a expectativa dos Estados era outra, e que é preciso encontrar um meio-termo entre essas duas propostas "e acredito que é possível", disse.

O Programa Juros por Educação, proposto pela Fazenda, pretende refinanciar as dívidas dos Estados com a União com compromissos de investimentos no Ensino Médio Técnico (EMT). A sugestão da Fazenda prevê três faixas de correção das dívidas, a depender do porcentual aplicado pelos Estados nas contrapartidas.

Apesar de elogiar o investimento na educação, o secretário afirmou que é intenção dos Estados expandir esse escopo de investimento. "A questão da infraestrutura, por exemplo. Os Estados do Sul têm sofrido muito com a questão climática", disse o secretário ao defender uma "abertura de leque" das contrapartidas exigidas pelo governo.

Cronograma

A ideia é que as discussões envolvendo o projeto ocorram ao longo dos próximos 60 dias. Neste prazo, os secretários da Fazenda se reuniram semanalmente com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, e uma vez a cada três semanas com os governadores do Estados.

Apesar da sinalização do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que defendeu um prazo de 10 dias para o debate do tema, Siewert afirmou que, apesar da sugestão de Pacheco, o assunto está sendo "pilotado" pelo governo federal. "Eu continuo achando que o caminho dos 60 dias é natural para a gente discutir, pensar, construir", disse.

Estadão
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