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Se GM não fizer acordos em SP, fábrica de RS será afetada, diz executivo de montadora

Declaração foi dada nesta quarta-feira ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC Paulista

30 jan 2019 - 13h31
(atualizado às 18h19)
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Em mais um esforço para diminuir custos no Brasil, a direção da General Motors (GM) no Brasil fez alguns pedidos ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em reunião que ocorreu na manhã desta quarta-feira, 30, na sede da empresa no País, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.

Em entrevista concedida ao Estadão/Broadcast após a reunião, o governador relatou dois desses pedidos: que o Estado volte a ter isenção no ICMS cobrado sobre o frete interestadual, um benefício que expirou no fim do ano passado; e que o governo gaúcho adote medidas para diminuir o custo de exportação a partir do Porto de Rio Grande.

Leite disse que vai analisar a viabilidade das demandas da empresa, para discuti-las numa nova reunião com executivos marcada para daqui a 15 dias, dessa vez no Rio Grande do Sul. No entanto, ressaltou que esses pedidos, mesmo que atendidos, não serão determinantes para que a montadora decida manter a fábrica que tem no Estado, localizada em Gravataí.

"O que é decisivo para o negócio da GM são as negociações com os sindicatos, para redução de custo operacional, e com governo do Estado de São Paulo, para investimentos nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul", disse.

"A planta de Gravataí está mais distante disso, mas sofrerá impactos de uma eventual decisão da empresa de desativar São Paulo", acrescentou o governador.

Se a GM fechar as fábricas localizadas em São Paulo, perderá participação de mercado no Brasil e poderá concluir que não faz mais sentido permanecer no País, encerrando também a operação de Gravataí, disse o governador. A montadora afirma que registrou prejuízo no Brasil nos últimos três anos e sinalizou aos funcionários que pode deixar o País se não voltar a ter lucro em 2019.

A montadora tem conversas mais adiantadas com o governo paulista, para o qual pediu antecipação de créditos acumulados no ICMS, devido à diferença de alíquotas entre Estados e para exportação. Em paralelo, mantém negociações com os sindicatos dos metalúrgicos das cidades paulistas e de Gravataí, para reduzir o piso salarial de novos contratados e buscar outras flexibilizações trabalhistas. Ainda não houve acordo em nenhuma das negociações.

Em Gravataí, a GM produz dois modelos, o Onix e o Prisma, que são os mais vendidos pela empresa no Brasil. A fábrica tem capacidade de produzir 350 mil carros por ano e conta com 6 mil trabalhadores. Em 2017, a montadora anunciou investimento de R$ 1,4 bilhão na fábrica, como parte do plano de investir R$ 13 bilhões no Brasil entre 2014 e 2019.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, Leite disse que não vê razões para acreditar que a GM saia do Rio Grande do Sul e manifestou otimismo em um acordo da empresa com o governo paulista.

Estadão
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