REPERCUSSÃO-S&P reduz nota de crédito soberano do Brasil para "BB-"
A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu nesta quinta-feira a nota de crédito da dívida soberana do Brasil para "BB-", ante "BB".
Ao mesmo tempo, a S&P elevou a perspectiva do rating brasileiro para "estável", ante "negativa".
Veja a seguir comentários sobre o rebaixamento da classificação de crédito do Brasil.
ALBERTO RAMOS, DIRETOR DE PESQUISAS PARA A AMÉRCIA LATINA, GOLDMAN SACHS:
"(O rebaixamento é um) desdobramento negativo, mas era esperado, particularmente depois que a reforma da Previdência foi adiada. Não é notícia nova para o mercado."
"O que precisamos após a eleição (para o Brasil retomar o grau de investimento) é continuidade de políticas, assim como governabilidade. Temos bons formuladores de políticas no momento, mas eles não conseguiram implementar a maior parte da consolidação fiscal."
ROBERTO PADOVANI, ECONOMISTA-CHEFE, VOTORANTIM CORRETORA:
"O cenário de mercado não muda muito. A fragilidade fiscal do país é enorme e a incerteza política só reforça esse cenário, que deixa o país absolutamente exposto a uma mudança do humor dos investidores globais.
Mas por enquanto o mercado está tão eufórico com o excesso de liquidez, que não deve ter resultado prático expressivo no mercado."
MOREIRA FRANCO, MINISTRO DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA:
"Isto já estava no horizonte como uma possibilidade, em virtude do processo de votação da Previdência. Creio ser um alerta sobre as consequências econômicas e sociais que a não aprovação da Previdência trará."
ROBERTO TROSTER, CONSULTOR E EX-ECONOMISTA-CHEFE DA FEBRABAN:
"Essa decisão da S&P era mais ou menos esperada, porque houve uma piora nas contas públicas. Mas acho improvável que isso tenha um impacto muito grande nos mercados agora."
(Reportagen de Bruono Federowski e Aluísio Alves, em São Paulo, e Lisandra Paraguassu, em Brasília)