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Produção industrial fecha 1º semestre com números abaixo do esperado pelo mercado; veja por setor

Crescimento de 0,1% em junho ante maio indica 'perda de fôlego'; demanda interna fraca, juro alto e guerra comercial de Trump pioram o quadro, conforme analistas ouvidos pelo 'Estadão/Broadcast'

1 ago 2025 - 15h29
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RIO E SÃO PAULO - A produção industrial cresceu 0,1% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a junho de 2024, a produção recuou 1,3%.

O resultado veio após dois meses seguidos de queda. Houve alta na produção em 17 das 25 atividades industriais, o melhor desempenho desde junho de 2024, quando foram 22 atividades com taxas positivas.

Porém, o resultado do mês na margem ficou abaixo da mediana das estimativas do Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,3%. O intervalo das projeções ia de queda de 0,6% a alta de 1,1%. Além disso, os números indicam "perda de fôlego", conforme o IBGE e a avaliação de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast (leia mais abaixo).

Quais foram os destaques positivos e os negativos

No acumulado do ano, a indústria subiu 1,2%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 2,4%.

Ainda assim, a variação positiva de 0,1% no segundo trimestre de 2025, comparado com o trimestre imediatamente anterior (no dado com ajuste sazonal), reforça a leitura de estabilidade da atividade e os efeitos da alta de juros no cenário doméstico, explica André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

"Tanto a leitura do trimestre contra o trimestre imediatamente anterior, como também os resultados da margem da série e o índice de Média Móvel Trimestral (que registrou queda mensal de 0,4%) mostram um setor industrial que, claramente, perde fôlego a partir do segundo semestre do ano passado. E isso guarda uma relação importante com essa política monetária mais restritiva".

No primeiro trimestre de 2025, o setor havia assinalado uma variação positiva de 0,2%, enquanto no quatro trimestre de 2024, houve variação negativa de 0,1%.

A categoria de Veículos automotores, reboques e carrocerias teve o maior impacto com alta de 2,4%, após recuar 4,0% em maio de 2025.

Outros destaques positivos vieram das atividades de metalurgia (1,4%), de celulose, papel e produtos de papel (1,6%), de produtos de borracha e de material plástico (1,4%).

Conforme o IBGE, entre as oito atividades com queda na produção, os principais impactos negativos vieram de indústrias extrativas e produtos alimentícios, ambos com perda de 1,9%, e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda mensal de 2,3% e de 9,1% em três meses consecutivos.

Essas três atividades representam aproximadamente 45% do total da indústria.

O que dizem analistas do mercado

Em relação ao nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, a produção industrial opera 2% acima. Contudo, em junho a indústria brasileira operava 15,1% aquém do pico alcançado em maio de 2011.

Na avaliação do economista do ASA, Leonardo Costa, o setor entrou em um compasso de maior instabilidade em 2025. "O dado confirma a perda de fôlego observada desde o início do segundo trimestre", diz ele, que também ressalta o recuo de 0,4% na média móvel trimestral, interrompendo a trajetória de alta iniciada em fevereiro.

Segundo o economista, o setor está cada vez mais vulnerável à fraqueza da demanda doméstica, aos efeitos do aperto monetário e à guerra comercial do presidente americano, Donald Trump.

Na passagem de maio para junho, bens de capital (1,2%) e bens de consumo duráveis (0,2%) tiveram taxas positivas em junho, após recuarem, respectivamente, 1,6% e 3,3% no mês anterior.

Já os setores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%) tiveram resultados negativos em junho.

A XP Investimentos avalia que, entre as "frustrações" dos dados divulgados nesta sexta-feira, a queda de 8,8% na produção de consumo de bens semi e não duráveis, pela base interanual, foi bem mais intensa do que a aguardada.

A casa moderou sua estimativa em tempo real (tracker) para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, de 0,4% para 0,3%.

Revisão

O IBGE revisou o resultado da produção industrial na margem de todos os meses no ano até aqui.

O desempenho de maio passou de queda de 0,5% para recuo de 0,6%, e o de abril saiu de queda de 0,2% para contração de 0,6%.

Houve, por outro lado, revisão para cima no desempenho de março (1,2% para 1,6%).

Já os desempenhos do setor em fevereiro (0,1% para 0%) e janeiro (0,2% para 0,1%) também foram revistos para baixo.

Estadão
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