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Onyx nega que Caixa preteriu o Nordeste em novos contratos

"desconhecimento, falta de capacidade de acesso ou trava em cumprir etapas burocráticas" são causas, diz o ministro

7 ago 2019 - 11h31
(atualizado às 12h24)
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BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, considera que a redução na liberação de novos contratos da Caixa para o Nordeste este ano, revelada pelo Estadão/Broadcast, ocorreu porque o sistema municipal do Sudeste e do Sul é "tecnicamente mais bem estruturado". "Tu abre um programa e tem mais dificuldade no Norte, Nordeste e Centro-Oeste porque estruturas municipais com menor qualificação técnica têm dificuldade de acessar", disse em entrevista exclusiva ao Broadcast Político.

Para ele, a redução nos novos contratos pode ter acontecido por "desconhecimento, falta de capacidade de acesso ou trava em cumprir etapas burocráticas". Ele negou que tenha ocorrido algum tipo de orientação política para privilegiar determinada região. "Não, nós estamos preparando projetos que vão envolver o Nordeste", afirmou.

O ministro-chefe Casa Civil, Onyx Lorenzoni
O ministro-chefe Casa Civil, Onyx Lorenzoni
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil / Estadão Conteúdo

Onyx disse que conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre formas de simplificar as normas e facilitar o acesso de municípios ao dinheiro público. Ele citou como exemplo uma parceria feita pelo PFL (hoje Democratas) no Sul com a organização alemã Friedrich Naumann, entre 2004 e 2006, a fim de dar suporte técnico no acesso a programas do governo federal.

"Estou falando de prefeituras do Sul do Brasil, onde tem uma qualidade técnica um pouco maior. Tinham dificuldades naquela época que geraram a necessidade de criar um suporte técnico para vencer barreiras e ter acesso ao dinheiro público. Imagina hoje um município nordestino, do Norte. Então, às vezes, ou é por desconhecimento, ou não tem capacidade de acesso ou trava em cumprir etapas burocráticas", disse Onyx.

Ele reforçou ideia defendida por o Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro de fazer a transferência do dinheiro de Brasília diretamente para o caixa do município, que se responsabilizaria "por tudo", com controle de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU). "A ideia é nós chegarmos nisso lá na frente", declarou.

Mesmo depois da pressão do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para destravar as contratações para governadores e prefeitos nordestinos, levantamento feito pelo Estadão/Broadcast mostra que as operações direcionadas para o Nordeste seguem abaixo dos 10%, enquanto os valores aprovados para os governadores e prefeitos da Região Sul alcançam 46% dos novos empréstimos fechados pelo banco em 2019.

Na entrevista, Onyx não descartou a possibilidade de disputar a eleição para governador do Rio Grande do Sul, como tem sido ventilado. Sobre o assunto, ele afirmou que é "um sonho". "É um sonho que eu tenho desde o meu primeiro mandato de deputado estadual", declarou. O ministro afirmou que quem vai decidir é "Deus" e o próprio presidente Jair Bolsonaro. "O sonho está na cabeça, está no coração, mas vai depender das coisas que vão acontecer. É muito cedo para falar disso."

Questionado sobre um programa entre Casa Civil e Caixa sobre créditos a municípios, Onyx disse que a ideia é reforçar um programa já existente, o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). "Eventualmente, a Caixa poderia incluir, vou pedir para incluir, para que também pudesse usar esse recurso para pagar contrapartida", disse. Ele tem reunião com Pedro Guimarães na tarde desta terça para tratar do assunto.

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