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Ministério prioriza grandes indústrias em habilitação para China, diz Abrafrigo

2 mai 2019 - 18h08
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São Paulo, 2 - A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) acusou o Ministério da Agricultura de privilegiar grandes companhias na nova lista de pedidos de habilitação para exportar carne bovina à China, que será apresentada durante viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao país. Em nota divulgada hoje, a entidade afirma que, das 24 unidades listadas pela pasta, as grandes indústrias estariam beneficiadas devido à inclusão de um novo critério, "concentrando ainda mais o mercado de exportação". Oficialmente, essa lista ainda não foi divulgada e o setor tomou conhecimento na última terça-feira (30).

De acordo com a Abrafrigo, o ministério passou a exigir que as plantas que pretendem acessar o mercado chinês também estejam habilitadas a exportar para a União Europeia, um "critério que nunca foi observado antes nas vendas para a China". A entidade acredita que este critério é "estranho" pois não consta do protocolo existente entre o governo do Brasil e do país asiático para a habilitação de exportadores. "Com isso, das 24 plantas aprovadas pelo Ministério da Agricultura, 16 são de exportadores que já vendem para o mercado chinês, como a JBS e o Minerva", diz o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, no comunicado.

A associação destaca que a JBS já possui seis plantas habilitadas e pela nova lista terá mais seis. "Isso contraria frontalmente o discurso do governo de que democratizaria e criaria maiores oportunidades para empresas de médio porte exportarem para a China. Estados que são importantes produtores como Tocantins, Goiás, Rondônia, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pará ficam sem sequer um representante nestas exportações", acrescenta a nota.

A Abrafrigo defende que sejam priorizados frigoríficos que foram auditados, mas que ainda não foram habilitados, e outros que estavam aguardando mediante o critério de amostragem, "que vigorou até agora". "A Abrafrigo reitera, no dia de hoje, a necessidade da permanência do critério anterior, de tal forma que não privilegie apenas a JBS e a Minerva, prejudicando empresas que fizeram grandes investimentos para se prepararem para a auditoria chinesa."

Para a entidade, "caso exista realmente a necessidade de se utilizar do critério do Padrão UE para as novas plantas, então que se habilitem empresas que possuem este padrão, mas que ainda não exportam para a China, evitando a concentração daquele mercado num número muito pequeno de empresas de grande porte", sugere a associação.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Agricultura ainda não se posicionou.

Estadão
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