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Leroy Merlin cria o 1º 'shopping virtual' do setor de materiais de construção

Líder de mercado, rede vai lançar no mês que vem um marketplace que reunirá cerca de 40 fornecedores, que vão de lojas de móveis e eletrodomésticos a artigos de cama, mesa e banho; Brasil será o primeiro país em que a empresa vai testar o modelo

27 out 2018 - 04h11
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Líder na venda de materiais de construção no País, a Leroy Merlin escolheu uma estratégia peculiar para avançar no online. A rede se prepara para inaugurar, no dia 12 de novembro, seu marketplace - o primeiro shopping virtual de uma empresa do setor, mas que vai reunir lojas de eletrodomésticos, móveis, artigos de cama, mesa e banho.

A intenção é vender itens de mobília da casa que complementam os materiais construção comercializados pela companhia. A meta da varejista é que a área digital - site e marketplace - responda por 10% do faturamento em dez anos. Hoje o site sozinho representa 2% da receita total da companhia no País que, no ano passado, somou R$ 5,3 bilhões.

Nos últimos seis anos, a varejista investiu R$ 260 milhões em Tecnologia da Informação (TI) para bancar a sua expansão digital. "Zeramos nossa dívida tecnológica e o nosso negócio do futuro é digital", diz o diretor-geral da companhia no Brasil, Alain Ryckeboer. O Brasil será o primeiro país onde a empresa francesa terá um shopping virtual. O próximo está programado para o ano que vem, na Rússia. A justificativa do executivo para a escolha de o Brasil ser o pioneiro na iniciativa está no fato de o brasileiro ser muito digital. "Ele fica, em média, cinco horas por dia na internet."

Cerca de 40 fornecedores estão na etapa final de negociação para integrar o marketplace. "O interesse dos varejistas é grande porque já temos um site com 10 milhões de visitas por mês, bom poder aquisitivo e uma marca forte."

Juntos, esses 40 fornecedores revendem cerca de 140 mil itens. Mas, inicialmente, serão ofertados 5 mil. "Se der tudo certo, se forem respeitados os prazos de entrega e os padrões da companhia, iremos incorporando mais produtos aos poucos", explica o Ryckeboer.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de construção (Anamaco), Claudio Conz, o marketplace, neste caso, funciona como um diferencial importante porque permite o varejista ter presença nacional, vendendo produtos em área afins.

Para o consultor Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, o shopping virtual é um caminho com menos riscos para as empresas que querem expandir seus negócios online. Segundo ele, na maioria das vezes, o e-commerce é deficitário porque, como o consumidor no online pesquisa muito os preços antes de comprar, a tendência das empresas é reduzir os valores. "Isso achata a rentabilidade do varejo online", explica. "No marketplace, o varejista não tem que comprar e estocar produto. Com isso, consegue ampliar a participação de mercado, sem prejudicar a rentabilidade."

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), observa que a tendência de marketplace está se expandindo para outros segmentos. Ele alerta, no entanto, que materiais de construção e móveis são segmentos críticos em termos de reclamações de consumidores. "Esse é um risco que pode respingar na marca do shopping virtual."

Online

O projeto da Leroy é integrar a loja física com a virtual. "Estamos investindo numa transformação interna para que os clientes comprem o que quiserem onde quiserem", diz Ryckeboer.

Em vez de ter um centro de distribuição (CD) central, as lojas serão base de entrega de mercadorias para o e-commerce. Com isso, será possível reduzir o prazo de entrega das vendas online de oito dias para dois dias. A meta é implantar esse sistema em todas as 41 lojas da rede. Ryckeboer diz que a decisão de transformar as lojas em CDs já estava tomada antes da greve dos caminhoneiros. Com a greve, ela foi ratificada.

Empresa investirá R$ 300 milhões em 2019

A Leroy Merlin vai investir R$ 300 milhões no País em 2019 na cadeia logística de abastecimento, num centro de distribuição com 120 mil metros quadrados em Cajamar (SP), em uma loja e na área digital. É praticamente a mesma cifra aplicada neste ano. "O Brasil sempre anda. Faz quatro anos que está devagar e, se continuar, estamos acostumados. Não deixamos de investir", diz o diretor-geral da companhia no Brasil, Alain Ryckeboer. Há 20 anos no País, o executivo diz que viu quatro crises. "Tomara que estejamos no início de uma onda de crescimento", afirma o executivo, que se diz otimista.

Esta semana a empresa concluiu a construção do maior home center da rede na América Latina, que fica na Marginal Tietê, em São Paulo, e consumiu aporte de R$ 110 milhões. Uma das inovações da loja, além de um drive thru, em que o cliente pode comprar o produto sem sair do carro, é um laboratório equipado com impressoras 3D, gravadoras a laser e máquinas de corte. "Qualquer pessoa que quiser inovar, inventar um produto ou substituir uma peça vai poder fabricá-la aqui, na impressora 3D, em acrílico", diz Ryckeboer.

Estadão
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