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Juros futuros fecham perto da estabilidade em dia de cautela

28 jan 2019 - 19h10
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As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na B3 fecharam próximas da estabilidade nos vencimentos mais curtos e com leve alta nos mais longos, em uma segunda-feira, 28, marcada pela cautela dos investidores. Estiveram no centro das atenções os desdobramentos do desastre envolvendo a barragem da Vale em Brumadinho (MG) e a cirurgia de reconstrução intestinal do presidente Jair Bolsonaro. A expressiva queda das ações da Vale e a alta do dólar ao longo do dia favoreceram um ajuste de alta nas taxas pela manhã, que foi gradativamente neutralizado à tarde.

Ao final da sessão estendida de negócios, contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 projetou taxa de 6,48%, ante 6,46% do ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 7,22%, ante 7,20% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2023 terminou em 8,39%, ante 8,36%. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2025 ficou com taxa de 8,93%, ante 8,87%.

"Foi um dia de poucas oscilações e de cautela com questões que não estavam relacionadas a fundamentos. O rompimento da barragem da Vale afeta a imagem institucional do País, a percepção de risco e o lado econômico. É algo que, no mínimo, inspira cautela", disse Vítor Carvalho, sócio da Laic-HFM Gestão de Recursos.

Um dos destaques da tarde foram os dados da dívida pública divulgados pelo Tesouro Nacional, no âmbito do Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2019. O subsecretário de Dívida Pública do Tesouro, José Franco, disse que a composição da dívida está mudando, com o aumento da participação de títulos corrigidos pela Selic, por conta da situação fiscal do país. Enquanto títulos prefixados e corrigidos por índice de preços tiveram resgates líquidos em 2018, os papéis atrelados à Selic tiveram emissão líquida.

Nos cenários traçados pelo Tesouro, a participação de títulos atrelados à taxa Selic em 2019 devem representar o dobro da fatia desses papéis em 2014, quando atingiram o menor patamar da história. Naquele ano o porcentual de títulos remunerados pela taxa flutuantes chegou a 18,7%. Para 2019, a previsão é de um piso de 38% e um teto de 42% para esses papéis.

Ainda segundo o Tesouro, a participação dos títulos flutuantes pode chegar a 50% em 2022. Apesar de os títulos atrelados à Selic serem mais voláteis e proverem menor previsibilidade para a atuação do governo, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, ressaltou que a taxa básica está no menor patamar histórico e a inflação está comportada. "Começamos o ano em situação melhor do que se esperava. Isso nos dá um certo conforto em relação ao custo médio da dívida pública, que está no mínimo histórico", afirmou.

Estadão
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