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Dados sobre empréstimos e consumo reforçam argumentos a favor de cortes nos juros pelo BCE

26 abr 2024 - 08h52
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Os empréstimos da zona do euro continuaram a estagnar em março e os consumidores reduziram suas expectativas de inflação, uma vez que os custos recordes de empréstimos continuaram a frear a economia da zona do euro, mostraram relatórios do Banco Central Europeu (BCE) nesta sexta-feira.

Os dados devem consolidar o plano do BCE de começar a cortar as taxas de juros em junho, depois de ver a inflação cair para um pouco acima de sua meta de 2% e o crescimento econômico ficar estagnado.

"Os dados de hoje estão em linha com o início de cortes cautelosos nos juros", disse Bert Colijn, economista sênior do ING para a zona do euro.

Os números do crédito bancário ilustraram como os juros elevados provavelmente estavam desencorajando os tomadores de empréstimos, bem como os credores - parte do preço a ser pago pela luta do BCE contra a inflação elevada.

Os empréstimos bancários para empresas aumentaram apenas 0,4% em março, em comparação com 0,3% no mês anterior. O crescimento dos empréstimos às famílias, que havia sido mais resistente até o verão passado, estabeleceu uma nova mínima recorde de uma década, de 0,2%, em comparação com 0,3% em fevereiro.

Em um sinal de que o remédio amargo do BCE está funcionando, uma pesquisa do BCE mostrou que, em março, os consumidores reduziram suas expectativas de inflação para os 12 meses seguintes para o nível mais baixo desde dezembro de 2021, a 3,0%.

As expectativas de inflação para os próximos três anos se mantiveram estáveis pelo quarto mês consecutivo, em 2,5%, disse o BCE em sua pesquisa mensal com cerca de 19.000 consumidores.

"De agora em diante, devemos pesar o risco de a política monetária se tornar muito rígida", disse a autoridade do BCE Fabio Panetta na noite de quinta-feira. "Uma postura monetária restritiva poderia... aumentar o risco de um período prolongado de fraqueza econômica."

Pelo lado positivo, a quantidade de dinheiro circulando na zona do euro - uma medida que muitas vezes funciona como um indicador antecedente - continuou a se recuperar e cresceu 0,9%, o ritmo mais rápido desde maio passado.

Esse resultado está de acordo com alguns dados recentes que apontam para sinais preliminares de recuperação, ou pelo menos de estabilização, na economia.

A inflação caiu rapidamente no último ano, mas as perspectivas continuam obscurecidas pelo aumento dos custos de energia, pela inflação de serviços alta e pelas contínuas tensões geopolíticas que ameaçam perturbar o comércio.

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