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'Investidores responderam pela maior parte das vendas de imóveis'

Segundo diretor de atendimento da Lopes, queda da Selic explica movimento

28 set 2020 - 04h10
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A queda histórica da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 2% ao ano, tem levado investidores a procurar imóveis. Dos empreendimentos novos vendidos pela Lopes entre março e agosto deste ano na capital paulista, 60% foram para pessoas interessadas em aplicar o seu capital no mercado imobiliário, a fim de obter renda com aluguéis. Cyro Naufel, diretor da consultoria imobiliária, conta que a maioria dos imóveis vendidos foram estúdios e apartamentos de um dormitório localizados em áreas estratégicas da cidade. A lógica dos investidores é que, com a renda do aluguel, é possível obter um retorno de 6% ao ano, além da correção pela inflação e da valorização do próprio imóvel.

Como estão as vendas de imóveis em meio à pandemia?

Vendemos 80% dos 18 empreendimentos lançados de março a agosto na capital paulista.

Esse resultado surpreendeu?

Sim, embora a gente tenha vendido menos do que em 2019, foi um volume maior do que imaginávamos. O mercado travou em meados de março, com o fechamento dos estandes de vendas por causa da quarentena. Não sabíamos como as vendas iriam se comportar. Abril foi o fundo do poço. Quando a Prefeitura liberou os plantões de vendas na virada de junho para julho, os negócios começaram a reagir. A retomada foi puxada pelo represamento do consumo e a queda na taxa de juros.

Qual o perfil dos compradores?

60% das vendas foram para investidores e 40% para moradia própria. Os investidores buscaram imóveis compactos, entre 25 e 40 metros quadrados: estúdios ou apartamentos de um dormitório. São imóveis na planta na faixa de R$ 400 mil, financiados e voltados para locação.

São investidores que estavam com dinheiro aplicado no mercado financeiro e usaram recursos para comprar imóvel?

Tem um pouco de tudo. Aquela pessoa que estava com uma aplicação em renda fixa e viu que, com a taxa Selic em 2%, não está ganhando nada. Ele começa a fazer as contas e descobre que, com uma locação entre 0,4% e 0,5% ao mês do valor do imóvel, consegue um retorno, a grosso modo, de 6% ao ano. Fora isso, o aluguel é corrigido anualmente pelo IGP-M, sem contar com a valorização do imóvel a longo prazo.

Esse ritmo de vendas se sustenta?

A recuperação continua até o final do ano. Não vamos observar crescimento. Mas só o fato de o segundo ter ficado em linha com 2019 já é muito positivo.

Estadão
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