Gleisi critica Armínio Fraga por fala sobre contas do governo: 'Estão revoltados com melhora País'
Em entrevista ao 'Estadão', ex-presidente do Banco Central disse que, pelo lado fiscal, Brasil deveria ter sido rebaixado pelo descuidado no controle das contas públicas
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou nesta segunda-feira, 6, o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, por falas sobre as contas do governo.
"Agora é o próprio Armínio, campeão dos juros altos, a criticar a Moody's por melhorar a nota do Brasil", disse ela no X (ex-Twitter). Na semana passada, a agência americana de classificação de risco revisou a nota do Brasil de estável para positivo.
Em entrevista concedida ao Estadão, Armínio Fraga disse que, pelo lado fiscal, o Brasil deveria ter sido rebaixado, assim como vários outros países do mundo, como os Estados Unidos, que têm se descuidado no controle das contas públicas.
"Fiquei surpreso com a decisão da Moody's de dar upgrade ao Brasil. Essa classificação tem a ver com a capacidade de o País honrar seus compromissos externos. Mas, fora isso, acho que o Brasil deveria ter sido rebaixado. Temos uma deterioração explícita, mas já muito bem percebida, no campo das finanças públicas", afirmou.
Agora é o próprio Arminio Fraga, campeão dos juros altos, a criticar a Moddy's por melhorar a nota do Brasil. Quando ele presidia o BC o risco-Brasil bateu recorde negativo de 1.446 pontos e a nota do país chegou ao fundo do poço. Esses agentes do terrorismo fiscal estão…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 6, 2024
No X, Gleise afirmou que, na época que Armínio Fraga presidia o BC, o risco-Brasil ficava na casa de 1.446 pontos (hoje está em cerca de 200 pontos) e a nota do País (rating) chegou ao fundo do poço.
"Estão revoltados com a melhora dos fundamentos econômicos do Brasil e porque o reinado deles no BC, de Campos Neto, está chegando ao fim. Só lhes resta estimular a especulação para manter os juros altos em favor dos rentistas. Colocam seus interesses acima de tudo, inclusive da razão."