Gaeco prende donos de postos no PR e SP por dumping
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O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Paraná, deflagrou nesta quarta-feira a Operação Predador, na qual foram presas 13 pessoas, 12 no Paraná e 1 em São Paulo. Elas formavam uma quadrilha envolvida em crimes contra a ordem econômica no setor de combustíveis. Postos vendiam gasolina por preços subfaturados para quebrar a concorrência, prática conhecida como dumping.
Distribuidoras vendiam etanol com preços menores para alguns postos. Não havia a sonegação de impostos plena. Os compradores adquiriam o produto com um preço menor em relação ao mercado, o que causava prejuízos para o setor. O subfaturamento chegava a 30%.
Os nomes dos presos não foram divulgados pelo Gaeco, mas há entre os presos donos de distribuidoras e de rede de postos de combustíveis. As investigações apontaram que 14 distribuidoras (13 paranaenses e uma paulista) e 60 postos participavam do esquema. Eles eram responsáveis por 60% do mercado de álcool combustível no Paraná. A quadrilha atuava pelo menos há quase dois anos, quando as investigações começaram.
As denúncias partiram do próprio setor, que verificou a quebra de empresas que não conseguiam competir com os preços aplicados para alguns postos e a diferença que chegava ao consumidor. O cliente não pagava necessariamente menos pelo álcool. No início, o preço era um pouco menor em relação aos outros postos. Criada a desestabilização da concorrência, os postos envolvidos no esquema voltavam a praticar preços comuns do mercado. "Muitos postos ficaram desestimulados em agir corretamente pela concorrência desleal. Ou entravam para o esquema", disse o coordenador do Gaeco no Paraná, procurador de Justiça Leonir Batisti. Ele afirmou que uma pessoa envolvida no esquema era de Minas Gerais, mas não houve prisão neste Estado.
Segundo o delegado Francisco Alberto Caricati, da Polícia Civil do Paraná, a maioria dos postos envolvidos no esquema não possui bandeira. Outras são bandeirados, o que indica que quebravam o contrato com a própria distribuidora comprando álcool de outras empresas de maneira subfaturada. Os postos investigados não foram lacrados.
Os presos vão responder por crimes contra a ordem econômica e formação de quadrilha. As prisões são preventivas, sem prazos definidos, para garantir a ordem econômica. Foram cumpridos ainda 53 mandados de busca e apreensão de documentos e computadores.