Lula vê Itália disposta a assinar e diz que França não conseguirá barrar, sozinha, acordo entre Mercosul e UE
Em cúpula, presidente comenta adiamento por falta de consenso entre europeus
Lula afirmou que a França, sozinha, não conseguirá barrar o acordo Mercosul-União Europeia, destacando que a Itália está disposta a assinar o tratado, o que pode viabilizar sua formalização em até um mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a França, sozinha, não conseguirá barrar o acordo entre Mercosul e União Europeia, que ele espera que seja firmado dentro de um mês. A fala ocorreu neste sábado, 20, em Foz do Iguaçu (PR), durante a 67°Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.
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A formalização do acordo estava prevista para este sábado, 20. Para isso, era necessária a aprovação prévia da maioria dos 27 Estados-membros do bloco europeu, o que não ocorreu, principalmente por causa da resistência da Itália e da França em razão da pressão dos agricultores desses países.
Segundo Lula, a presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen, garantiu que se a Itália assinar o tratado e faltar só a França, não haverá possibilidade do acordo não ser firmado. Ontem, Lula conversou por telefone com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e ela teria afirmado que não é contra o acordo, mas precisaria de até um mês para convencer os agricultores italianos.
“O acordo será firmado e eu espero que seja assinado, quem sabe, no primeiro mês da presidência do Paraguai, pelo companheiro Santiago Pena. Vamos torcer para que as coisas aconteçam para o bem do nosso Mercosul, para o bem do multilateralismo e para o bem do desenvolvimento do nosso país”, disse Lula.
O acordo Mercosul-União Europeia criará uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, reunindo cerca de 722 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de aproximadamente US$ 22 trilhões.
A parceria prevê aos europeus exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, facilitaria a entrada na Europa de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos.