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Fiat Chrysler e Peugeot traçam rumo para criação de 4ª maior montadora do mundo

31 out 2019 - 09h28
(atualizado às 12h49)
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A Fiat Chrysler e a controladora da Peugeot, PSA, planejam juntar forças em uma fusão de iguais que criará a quarta maior montadora de veículos do mundo, em busca de escala para bancarem pesados investimentos em novas tecnologias e enfrentarem desaceleração da demanda.

Peugeot e Fiat anunciam fusão para criar 4ª maior montadora do mundo
REUTERS/Regis Duvignau
Peugeot e Fiat anunciam fusão para criar 4ª maior montadora do mundo REUTERS/Regis Duvignau
Foto: Reuters

Fiat Chrysler (FCA) e PSA anunciaram nesta quinta-feira que pretendem alcançar um acordo vinculante para criarem um grupo automotivo de 50 bilhões de dólares e que terá ações listadas em Paris, Milão e Nova York. O presidente-executivo do novo grupo será o atual presidente da PSA, Carlos Tavares, e o presidente do conselho de administração será o atual presidente da FCA, John Elkann.

No Brasil, o grupo combinado deve ultrapassar General Motors e Volkswagen em vendas de veículos. No acumulado de janeiro a setembro, FCA e PSA registram 395,5 mil licenciamentos ante 345,75 mil da GM e 304,6 mil do grupo Volkswagen, segundo dados da Fenabrave.

No país, maior mercado da Fiat for a da Itália, a FCA possui duas fábricas de veículos - Betim (MG) e Goiana (PE) - com capacidade total para cerca de 1 milhão de carros por ano, além de duas fábricas de motores capazes de produzir 1,4 milhão de propulsores a cada ano. Já a PSA tem um polo automotivo em Porto Real (RJ), incluindo fábricas de veículos e motores.

O grupo terá as marcas Fiat, Jeep, Dodge, Ram, Chrysler, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot, Citroen, DS, Opel e Vauxhall, incluindo carros populares, de luxo, utilitários esportivos e veículos comerciais.

O anúncio ocorreu menos de cinco meses depois que a FCA desistiu de negociações para uma fusão com a Renault.

Com a fusão, a FCA terá acesso a plataformas mais modernas de veículos da PSA, ajudando o grupo a cumprir normas mais rígidas contra emissão de poluentes, enquanto a PSA, concentrada na Europa, vai se beneficiar dos negócios lucrativos da FCA nos Estados Unidos e em grandes mercados como Brasil.

O analista Philippe Houchois, da Jefferies, afirmou que o atingimento de uma fusão de partes iguais significa que a PSA vai pagar um prêmio de 32 por cento para assumir o controle da FCA.

As ações da FCA saltavam mais de 11 por cento em Milão enquanto os papéis da PSA em Paris despencaram até 14 por cento.

"Os acionistas da PSA estão assumindo mais risco que os da FCA", disse Houchois, embora ele admita que uma fusão entre FCA e PSA ainda represente a combinação mais lógica e atraente da indústria.

PSA e FCA afirmaram que esperam concluir o acordo nas próximas semanas. O negócio criará um grupo com vendas de 8,7 milhões de veículos por ano e que ficará atrás de Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan.

As duas montadoras, que possuem fábricas de veículos também no Brasil, têm como objetivo economia de 3,7 bilhões de euros, dos quais 80 por cento serão alcançados nos primeiros quatro anos do acordo. As empresas não mencionaram fechamento de fábricas.

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