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Economistas defendem capitalização da Petrobras em R$ 100 bi

Estratégia da empresa para levantar capital tem sido focada na venda de ativos, mas o processo tem sido lento e dfícil

2 mar 2016 - 15h17
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Economistas defendem a capitalização do governo federal na Petrobras como uma maneira de reduzir o endividamento da estatal e, de quebra, ajudar na recuperação macroeconômica do País. 

Em janeiro, a Petrobras anunciou ainda a intenção de cortar custos em torno de R$ 1,8 bilhão incluindo cortes de cargos de gerência.
Em janeiro, a Petrobras anunciou ainda a intenção de cortar custos em torno de R$ 1,8 bilhão incluindo cortes de cargos de gerência.
Foto: Petrobras/Facebook / O Financista

A estratégia da empresa para levantar capital tem sido focada na venda de ativos de até US$ 15,1 bilhões em 2016. O processo, contudo, tem sido mais lento e difícil do que o esperado. Em janeiro, a Petrobras anunciou ainda a intenção de cortar custos em torno de R$ 1,8 bilhão incluindo cortes de cargos de gerência.

A ideia de injeção de recursos é controversa. Para a agência de classificação de risco Moody’s, o governo não tem mais força fiscal para ajudar a estatal. “Apesar de sua vontade expressa de dar apoio para a Petrobras, acreditamos que a atual situação fiscal do governo poderia impedi-lo de ajudar o suficiente para evitar um calote”, destaca a Moody’s em relatório.

Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, defende uma postura alternativa. “Hoje acho que o BNDES poderia ajudar na capitalização da Petrobras”, disse em evento sobre o cenário macroeconômico na Bloomberg Brasil realizado em conjunto com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) nesta quarta-feira (2).

Marcelo Carvalho, economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, ressalta que a Petrobras afeta a economia por meio de três canais: a inflação, o fiscal e os investimentos. “Se ela tiver que ser capitalizada, isso precisa entrar na conta da dívida pública”, explica.

A ideia de injeção de recursos é controversa.
A ideia de injeção de recursos é controversa.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil / O Financista

Mau equilíbrio

Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador e CEO da Mauá Capital, ressalta que a petroleira está em um “mau equilíbrio”, em que os preços internos são 40% maiores que os internacionais, o que gera caixa, mas a queda das cotações do petróleo inviabiliza investimentos. “Estamos com uma medida de curto prazo tentando resolver um problema estrutural”, diz,

 Para ele, isso faz com que a diferença do juro pago pela Petrobras sobre a sua dívida no mercado internacional suba muito e, como ela é elevada, isso também contagia o risco Brasil e de outras empresas. “Além disso, a gasolina não cai e isso faz a inflação ficar mais rígida do que deveria”, diz.

Figueiredo calcula que uma saída pode ser uma capitalização de até R$ 100 bilhões em dois anos. “Com isso, vamos reduzir o ganho de 40% para 20% com a gasolina, o preço cai e ajuda a inflação. Esse seria um bom equilíbrio e aí, então, o Banco Central poderia reduzir o juro”, destaca. “ O Brasil está na fase da negação. A cada dia que passa fica mais caro capitalizar a empresa. Não capitalizar é uma solução que está causando uma externalidade macro”, aponta.

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