Dólar tem alta firme e se aproxima de R$5,60 com remessas ao exterior
As remessas de juros e dividendos para fora do Brasil se intensificaram nesta segunda-feira e conduziram a alta firme do dólar ante o real, para perto dos R$5,60, ainda que no exterior a moeda norte-americana tenha recuado ante a maior parte das demais divisas.
O dólar à vista fechou o dia com elevação de 0,97%, aos R$5,5844. No ano, porém, a moeda acumula baixa de 9,62%.
Às 17h03, o contrato de dólar futuro para janeiro - atualmente o mais líquido no Brasil - subia 0,67% na B3, aos R$5,5940.
Em um dia de agenda de indicadores relativamente esvaziada no Brasil e no exterior, com o Congresso brasileiro já em recesso de fim de ano, as cotações reagiram nesta segunda-feira principalmente ao envio de recursos por empresas e fundos para outros países, afirmaram profissionais ouvidos pela Reuters.
Neste fim de ano, especificamente, os envios estão sendo potencializados por quem busca se antecipar ao fim, em janeiro de 2026, da isenção de imposto de renda sobre as remessas ao exterior, que passarão a ser taxadas em 10%, e ao início da taxação de 10% sobre valores recebidos acima de R$50 mil por mês em dividendos.
Na última sexta-feira, o Banco Central realizou leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$2 bilhões, justamente para atender à demanda do mercado por moeda para remessas neste fim de ano.
"Muita gente, de última hora, está remetendo juros e dividendos ao exterior, o que está pressionando", comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ao justificar o avanço firme do dólar ante o real.
Às 15h20, o dólar à vista atingiu a cotação máxima intradia de R$5,6075 (+1,39%).
O movimentou ocorreu na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante a maior parte das demais divisas, com destaque para o recuo em relação ao iene, depois que autoridades japonesas sinalizaram a possibilidade de intervenção no mercado.
Às 17h09, o índice do dólar - que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, incluindo o iene - cedia 0,46%, aos 98,245.
Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central indicou que a mediana das projeções dos economistas do mercado para o dólar no fim de 2025 foi de R$5,40 para R$5,43 e para o fim de 2026 seguiu em R$5,50. Já a inflação calculada para este ano passou de 4,36% para 4,33% e para o próximo ano foi de 4,10% para 4,06%.
Também pela manhã, a Receita Federal informou que a arrecadação do governo teve alta real de 3,75% em novembro sobre o mesmo período do ano anterior, somando R$226,753 bilhões, o maior patamar para o mês da série iniciada em 1995.