Dólar recua após dados de crescimento dos EUA
O dólar enfraqueceu-se nesta terça-feira, em uma semana encurtada pelo Natal, depois que dados mostrando um forte crescimento na maior economia do mundo não conseguiram mudar a confiança em relação a uma moeda sob pressão devido às expectativas de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve no próximo ano.
Os dados reforçaram a opinião de que o Fed não reduzirá as taxas em no final de janeiro, com as chances atualmente em 87%, de acordo com as estimativas da LSEG. Os contratos futuros de taxas dos EUA agora esperam que a próxima flexibilização da política do banco central dos EUA ocorra em junho, com dois cortes de 0,25 ponto percentual previstos para 2026.
"Poderemos ver um dólar mais baixo no próximo ano, pelo menos no primeiro trimestre, porque o Fed será cada vez mais forçado a admitir que o mercado de trabalho não está em uma boa situação", disse Erik Bregar, diretor de gestão de risco de câmbio e metais preciosos da Silver Gold Bull, em Toronto.
"O Fed pode ser forçado a ceder um pouco (nos cortes das taxas), até mais do que tem feito até agora. O mercado quer cortes. E as chances são de que teremos um presidente do Fed 'dovish' que tentará fazer isso acontecer."
O produto interno bruto dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 4,3% no trimestre passado, segundo a primeira estimativa do Bureau of Economic Analysis do Departamento de Comércio. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto que o PIB cresceria a um ritmo de 3,3% no terceiro trimestre.
O dólar reduziu perdas em relação ao iene e ao euro após a divulgação do relatório do PIB.
"Uma leitura superficial desses dados (do PIB) dá a impressão de que a economia está entrando em aceleração após um breve tropeço em torno da antecipação dos anúncios de tarifas de importação", disse Tom Simons, economista-chefe da Jefferies para os EUA.
Após o relatório do PIB, o dólar reduziu perdas em relação ao iene e foi negociado a 156,26 ienes, ainda com queda de 0,5%.
O euro também reduziu ganhos em relação ao dólar após os dados e foi negociado a 1,1779, ainda com alta de 0,2% no dia.
Nos mercados de câmbio, o índice do dólar, que mede a moeda dos EUA em relação a seis rivais, caiu 0,2%, para 98,02, ampliando perdas pelo segundo dia consecutivo. O índice caiu para o nível mais baixo desde o início de outubro e está em curso para uma queda de 1,4% no mês, que será a maior queda desde agosto, e um recuo de 9,6% no ano, que marcara o declínio anual mais acentuado desde 2017.
Estrategistas do MUFG disseram que é improvável que a queda do dólar neste ano seja um fato isolado.
O dólar também caiu depois que dados mostraram que a confiança do consumidor dos EUA piorou em dezembro. O Conference Board disse na terça-feira que seu índice de confiança do consumidor caiu 3,8 pontos, para 89,1 neste mês. Economistas consultados pela Reuters previram que o índice ficaria em 91,0.
Em outras moedas, a libra esterlina subiu 0,2% em relação ao dólar, para US$1,3483, depois de ter atingido anteriormente um pico de US$1,35 em 12 semanas.
Em relação ao franco suíço, o dólar caiu 0,4%, para 0,7886 francos. No início da sessão, o dólar caiu para uma baixa de três meses de 0,7867 francos.
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